quinta-feira, abril 27, 2006

Oportunidade


A propósito da última manifestação da Associação de Utentes do Ramal de Moura, relativamente à sua utilização, considero que se trata de um problema de oportunidade economica.
Em boa verdade, não é possível, neste momento, afirmar que o bilhete de comboio no ramal será mais barato do que o de autocarro. É uma afirmação desprovida de fundamento sustentado nas ciências exactas. Que é mais rápido, mais preciso em horários e mais seguro, isso sim.
Sabemos também que este ramal, enquanto andou a ser construído e ampliado, acabou por não ver colocadas algumas das pontes necessárias à sua passagem. Mais tarde, por razões económicas (benefícios demasiadamente baixos para os custos de exploração), acabou por ser encerrado.
Com a construção do aeroporto de Beja, com toda a propriedade poderei afirmar que não restará outra alternativa ao Estado, à REFER e aos operadores de transportes ferroviários (CP e outros já existentes ou a instituir) que não seja a de, rapidamente e em primeiro lugar, electrificar a linha até Beja e prepará-la para o Alfa Pendular. Depois fazer os melhoramentos da ligação à linha do Algarve.
O Ramal de Moura voltará a funcionar como linha suburbana. Porém, duvido que com a exploração da CP. Terá de aparecer um operador privado ou independente para que tal aconteça. A REFER poderá apenas assumir a reconstrução da via se verificar a sustentabilidade do investimento, até porque vai ser preciso muito dinheiro.
Já agora devo esclarecer que sou um apoiante incondicional da ferrovia e defendi individualmente a rentabilidade turística do Ramal de Moura junto de amigos que já estiveram à frente da REFER e que subscrevem a minha teoria.

Coragem


Admiro a coragem do Engº. João Paulo Ramôa. Reporto-me aos seus comentários sobre alegadas irregularidades eleitorais protagonizadas pelo presidente da concelhia de Ourique, José Raúl dos Santos e do alegado envolvimento de uma instituição privada de solidariedade social da mesma vila em que aquele político é responsável.
A política tem de ser progressivamente melhor e mais transparente.
A promiscuidade entre organizações e partidos políticos deve ser paulatinamente diminuida, de forma geométrica; isto é o mais aceleradadamente possível.
O futuro de Portugal passa pela qualidade das pessoas e dos partidos - como todas as outras organizações - são constituidos por pessoas. Aqueles que tiverem os melhores quadros, serão os que apresentarão melhores resultados e vice-versa.
O caciquismo e o caceteirismo fazem cada vez mais parte do passado. Há uma nova geração que, embora já pertencesse aos respectivos partidos, está a emergir na cena política por não se conformar com a mediocridade e o clientelismo (para não lhe chamar outra coisa). Por seu turno, os que se perpetuaram nas lideranças pelo simples facto de que no passado andaram a colar cartazes ou porque já exercem lugares há muito tempo e por isso se consideram insubstituíveis, porque em regra são empregados políticos - fora da actividade partidária não têm ocupação - começam a ver periclitar as suas posições e, por vezes, excedem-se nas tentativas de manipulação.
Vão sair de cena muito chamuscados.

quinta-feira, abril 20, 2006

Ameaças e oportunidades



Tudo aponta para que a economia nacional cresça menos do que o previsto durante os próximos anos (2007 e 2008).

O PIB deverá crescer a uma taxa anual de 1,5% e a estagnação da economia deverá manter o défice das contas públicas acima dos 3%, com uma dívida da ordem dos 9,5% do PIB.

O Estado e os portugueses devem dinheiro a mais e isso resulta num problema em matéria de risco para os emprestadores mundiais que fazem repercutir esse risco nas taxas de juro. Esta variável combinada com a subida do preço dos combustíveis, faz disparar a inflacção que está nos 3,2%.

Entretanto, o défice da balança comercial agrava-se. Na verdade compramos muito mais do que vendemos e, mais uma vez, a dependência energética é um dos principais factores de degradação desta balança.

Como se sabe, o barril de brent foi negociado em Londres, em mercado de futuros, a $72 o barril, sinal evidente de que uma nova crise petrolífera se poderá instalar.

Para Teixeira dos Santos - ministro das finanças - há nítida necessidade de diversificação da oferta de fontes de energias alternativas ao petróleo e de diminuição significativa do consumo por parte dos portugueses, nomeadamente na gasolina e no gasóleo.

Para a nossa região, esta posição do ministro tem interesse já que são conhecidos projectos e intenções de instalação de centros de produção de energia fotovoltaica combinada com a produção de hidrogénio liquefeito, bem como de gasóleo sintético e metano, aproveitando a decomposição dos resíduos orgânicos depositados nos aterros sanitários.

Excelente oportunidade de desenvolvimento sustentado regional com base na inovação.

quinta-feira, abril 13, 2006

Quando a sede desperta

A questão da água e da respectiva qualidade tem vindo a tornar-se cada vez mais candente para os munícipes bejenses. Na realidade é uma questão vital, pelo que não admira que o cidadão comum procure razões para a falta de planeamento do futuro nesta matéria.
Como decerto repararam, na última factura dos SMAS Beja vinha anexado um documento com a análise da qualidade da água, com os parâmetros obrigatórios. Um deles é escandalosamente negativo e está relacionado com aquilo que se pode chamar de matérias em suspensão na água que bebemos.
Todos nós reparamos que os nossos lavatórios em casa ficam cheios de depósitos negros, que a água tem cheiro e paladar estranhos. Tudo isto deriva daquele parâmetro altamente negativo.
A grande massa de água de consumo urbano potável vem da captação existente na barragem do Roxo. Esta barragem é a 2ª do país que, neste momento, tem menos água. Se tem pouca água, a taxa de concentração de materiais orgânicos e outros é muito mais elevada e exige correcções químicas cada vez mais dispendiosas. Por outro lado, provavelmente, a ETA que a trata já não terá condições técnicas para correcções em extremo.
Impõe-se, por isso, com urgência, que seja planeada a construção rápida de uma nova mãe-de-água para abastecimento do concelho e que junto da EDIA e seja despoletada uma parceria para a captação na barragem do Pedrógão (menos distante), talvez por Baleizão.
Ainda que muito explorada (lembremos do caso Álamos e dos outros que estão para ser feitos), a albufeira de Pedrógão tem uma extenção de 24 Kms, enche facilmente, reabastece Alqueva por bombagem de retorno e tem níveis de qualidade (oscilantes é verdade) muito interessantes, o que torna o tratamento da água mais barato.
O concelho, entretanto, sobretudo na cidade, tem de programar a renovação da rede que está velha de mais de 50 anos.

segunda-feira, abril 03, 2006

Positivo



Finalmente!

A Praça da República vai ser reordenada, ao que parece, já este mês. A discussão pública do plano de alterações está iniciado e os munícipes atentos e interessados não devem deixar de apreciar o documento e, eventualmente, apresentar contributos.

A ligação à página oficial da Câmara Muniocipal de Beja que disponibilizo pode ajudar (clicar com o cursos sobre o título).

O plano adoptado - e ratificado pelo Conselho Municipal de Trânsito - é o plano apresentado por Carlos Figueiredo durante a campanha eleitoral e faz parte do respectivo manifesto. Significa que o executivo camarário considerou-o um bom plano, com uma boa solução.

A atitude é, por isso, positiva.

Duas razões para tal:

1. O facto de ser uma idéia da oposição, não inibiu o executivo comunista de o adoptar;

2. O CMT pronunciou-se favoravelmente à sua concretização.

As boas idéias e as boas soluções devem sempre prevalecer, independentemente de quem as formula.

Todavia, não deve deixar de referenciar a origem. É - no mínimo - elegante.