segunda-feira, janeiro 29, 2007

Pós 27

O primeiro marco histórico do Distrito de Beja para o Século XXI foi indelevelmente referenciado Pelo Primeiro Ministro Sábado passado. A partir de agora, nada ficará como dantes.
O projecto mais ambicionado dos últimos 10 anos, alvo das mais diversas vicissitudes, desvarios e oportunimos, foi finalmente lançado através do acto simbólico protocular da Primeira Pedra. Tornou-se irreversível.
Muitos foram os que tentaram que a obra se não concretizasse. Porém, muitos mais foram os que não se cansaram de a defender e demonstrar a sua importância estratégica no combate à desertificação humana e na criação de atractividade para a região. Essas pessoas - uns mais anónimos do que outros - serão lembrados pelos nossos filhos como os mentores de uma nova ordem social e económica para Beja.
Serão três fases de concretização mas a 1ª., a concluir no final de 2008, permitirá o arranque das actividades civis comerciais.
Era este o sinal por que os investidores aguardavam. Conjuntamente com o terminal de Sines e o Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva, o Aeroporto de Beja criará um clusrter de oportunidades únicas que colocará a cidade e o distrito numa nova centralidade regional nacional e ibérica num curto espaço de tempo e a preços de arrasar: 33 milhões de Euros.
A solidariedade nacional e europeia para com a nossa região será dignificada com contrapartidas do distrito de Beja para todo o Alentejo e restante território continental.
O potencial desenvolvimentista que o projecto gerará em apenas dois anos é de tal envergadura que arrasta consigo a obrigatoriedade do planeamento e implantação de outras infra estruturas acessórias. Duas delas já estão consignadas: construção do IP8 no troço Sines Beja e conclusão do IP2. Os restantes vão surgir, como o da reabilitação da linha ferroviária de Beja Lisboa e Beja Faro, seguramente para suportar o Alfa Pendular.
As comunicações vão ter de acelerar a sua modernização com vista à fibra óptica, a Rede Eléctrica Nacional e a EDP terão de preparar-se para o impacto, tal como a rede de abastecimento de água e tratamento de esgotos, PDM, vias de comunicação municipais, transportes, saúde e educação e a ligação por pipeline Sines -Beja para combustíveis destinados aos mais diversos fins.
Surgirão novas actividades económicas associadas a estes três grandes projectos apelidados - e bem - de Triângulo de Desenvolvimento.
Gente nova, negócios novos, profissões diferentes, organizações modernas, pequenos médios e grandes investimentos, atrairão pessoas para a cidade e o distrito.
Os que cá estão têm agora a oportunidade de mostrar o que valem.

domingo, janeiro 28, 2007

Sim!

A campanha para o referendo sobre a despenalização da interrupção voluntária da gravidez está a gerar entre os antagonistas prosélitos do sim e sectários do não, posições que podem levar à desmobilização do eleitorado, tal é o baixo nível que atingiu. Uma abstenção num referendo desta natureza pode ser nefasto ao regime democrático e colocar em causa as instituições por ele sustentadas.
Embora as sondagens realizadas até ao momento mostrem que a adesão está em patamares aceitáveis, até ao dia da votação muita coisa pode acontecer.
Preocupa-me, por isso, que os diferentes actores não coloquem a nota na atitude séria e na verdade, esgrimindo argumentos isentos de toda e qualquer manipulação emocional.
Como homem, sinto-me limitado na defesa do que é a minha posição face ao que está em causa por entender que, melhor do que ninguém, é às mulheres que cabe a maior quota-parte da sustentação argumentista. Todavia, depois de ter ponderado bem, entendo que, de todo, é uma falha grosseira do Ordenamento Jurídico Português, consignar o Código Penal a pena de prisão para as mulheres que interrompam uma gravidez não desejada, como grosseira é toda a sentença de prisão para aquelas que se viram compelidas a fazê-lo. De facto, a grande maioria das mulheres com quem tenho falado, manifesta ser para elas um momento de grande perturbação quando se colocam perante o dilema de prosseguir ou não com uma gravidez que lhes levanta incertezas. Naturalmente que a mulher quer ser mãe; mas assiste-lhe o direito de não o quer ser de qualquer maneira.
Entendo não ser o momento para computar os diferente motivos e razões que levam a mulher a não querer prosseguir com a gestação de um novo ser. Quando se lhe coloca a opção da interrupção, seguramente que é com mágoa que o faz mas fá-lo-á em nome da dignidade, da responsabilidade e de uma sociedade dignificadora da pessoa humana.
Confesso que fico completamente agastado quando oiço dignatários religiosos proferirem enormidades e ameaças de excomunhão e funeral não assistido para aqueles que votarem sim. E fazem-no em nome de Deus! Que eu saiba, ninguém pode arrogar-se de procurador de Deus.
Em primeiro lugar, o voto é secreto pelo que ninguém saberá em que quadrado a cruz foi colocada, a menos que o interessado divulgue.
Em segundo lugar, duvido que Deus se esteja a meter no assunto e que tenha mandatado qualquer terráquio para o efeito.
Em terceiro lugar, não é tolerável a hipocrisia religiosa focalizada na defesa da vida quando não conheço nenhuma confissão que não tenha, pelo menos uma vez, em qualquer momento da sua história, executado vidas em nome de Deus.
Eu decidi pelo SIM e votarei SIM por um único motivo: respeito pelas mulheres. Sobretudo, Pela minha mãe.