sexta-feira, maio 12, 2006

Números políticos ou política dos números

À semelhança do que se passa com o todo nacional, também a nossa região começa a ser alvo da luta política em torno das Grandes Opções do Plano que sustentam o orçamento de Estado.
Em política, sempre que pode haver polémica, as oposições mandam para a linha da frente a "prima Georgina"(aquela senhora da rábula da Minha Ida à Guerra do Raúl Solnado que gostava muito de dizer coisas) para provocar as primeiras agitações e arrecadar o ónus dos ódios, deixando terreno mais limpo à passagem dos pavões.
Por seu turno, a situação - normalmente reactiva e raramente pró-activa - manda os seus líderes locais atenuar as polémicas, de imediato, sem que os porta-vozes tenham tempo de se documentar e os resultados são, às vezes, piores do que se estivessem calados. É que na dúvida, absolve-se o réu.
Já todos percebemos que a situação orçamental do país, não sendo dramática, é muito grave. Estamos comprometidos com as regras da União Europeia (e ainda bem). Duarante anos a fio e em sucessivos governos do PS e do PSD, pouco se fez para combater o desperdício, o corporativismo, a impunidade, a corrupção, a incompetência e o clientelismo.
O que nos está a acontecer já aconteceu há dez anos aos espanhóis (desemprego, desaceleramento da economia, crise de valores, défice de auto-estima). Hoje estão 20 anos à nossa frente.
Com a ajuda das boas-vontades europeias, alguma inteligência de governantes e parceiros privados, conseguimos atenuar as entropias que ninguém teve coragem até agora de debelar, por se deixarem pressionar pelos interesses corporativos.
E quais são os mais corporativos?
O ensino, a justiça, a saúde e a política.
Para almejarmos uma Nação Valente, precisamos de uma política reformista, pelo menos até final de 2007.
Por isso - e voltando à nossa região - temos de abandonar momentaneamente algumas paixões para cairmos na realidade, se queremos que os projectos infraestruturantes avancem:
-Não posso ter escolas superiores públicas sem alunos
-Não posso ter professores com horário zero
-Não posso ter juízes com 27 anos de idade, sem experiência de vida e inseguros
-Não posso ter serviços de saúde esbanjadores
-Não posso ter pessoas profissionalmente desmotivadas
-Não posso ter políticos que não enxergam um presunto no meio de chouriços.
Porque se "não há dinheiro, não pode haver palhaços".

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