quarta-feira, agosto 31, 2005

Empacotados


Pudemos ontem ouvir declarações do candidato comunista à Câmara Municipal de Beja.
O tom de voz e o desconforto denunciado perante as perguntas dos jornalistas, deram a conhecer um homem sem idéias, sem projecto e desesperado com o desempenho do aparelho.
O Partido Comunista está desgastado e a braços com uma crise de adaptação e mudança.
A máscara está a cair e mostra por detrás dela algo velho e pregueado.
O que tem para nos apresentar é um produto de largo consumo, empacotado em plástico reciclado e reciclável, light e déja vu, como as refeições da classe turística da transportadora aérea nacional: alimentam pouco mas aconchegam o estômago dos clientes.

terça-feira, agosto 30, 2005

Les uns, les autres

Este simpatiquíssimo bichano é muito raro e está protegido. E ainda bem. Tive oportunidade de o conhecer no final de Julho último. Tem tudo o que potencia a atracção sensível dos humanos, nomeadamente a humildade inteligente.
Falo-vos do burro da Graciosa, ilha açoreana lindíssima - de gente lindíssima, costumes apaixonantes e sociabilidade incomum - onde a paisagem ainda selvagem está repleta de animais e vegetação expontânea.
Fiquei literalmente cilindrado com o acolhimento das pessoas, domínio em cultura geral e disponibilidade para os outros. Foi o local onde encontrei mais notáveis por Km2. É lá, por exemplo, que o casal Louçã tem uma pequena casa junto ao mar (que inveja!).
Mas o bichano conquistou-me, confesso. Há muito que não via burros tão interessantes, até na coloração muito particular(reparem na foto).
E mais uma vez, com inveja. Inveja por os nossos burros (sim , os daqui) serem tão comuns.
Mas então?...
Temos o que temos.

sexta-feira, agosto 26, 2005

O mito da competência

Mais de duas décadas de intoxicação mediática fizeram apelo subliminar à crença mitológica de que o trabalho da CDU no concelho de Beja se tem pautado pela excelência. Porém, quando vamos para o terreno em observação e procuramos os parâmetros de qualidade, rapidamente nos assiste um sentimento de frustração angustiante.
Há muito que o projecto comunista esgotou; não foi regenerado, modernizado, adaptado. Falta-lhe criatividade, empenho, convicção, pró-actividade. Agoniza na verborreia, ortodoxia e inveja. Desceu às profundezas da mediocridade.
A fasquia foi colocada muito abaixo do exigível para que os menos aptos a pudessem transpor. Instalou-se uma corporação de classe, de clientes de vistas curtas, sustentada por pessoas que foram paulatinamente educadas para a gratidão de viver com pouco mais do que tinham antes.
O apregoado sucesso comunista assenta na memória de grandes carências de condições mínimas de vida das populações rurais. Tais carências transitadas do regime de Oliveira Salazar – saneamento básico, energia eléctrica, rede de água potável, saúde – cumpridas até há cerca de 8 anos atrás, estão razoavelmente satisfeitas. De lá para cá, pouco foi realizado. As freguesias rurais estagnaram, genericamente estão com níveis de qualidade de vida muito abaixo das do centro urbano. Proliferam as cinturas de barracas, acumulam-se lixos e sucatas, faltam infra-estruturas sociais de base, planeamento urbano e os caminhos municipais estão degradados.
No centro histórico da cidade verifica-se a completa ausência de um plano de reabilitação que permita a reinstalação de habitantes, particularmente jovens.
Sem novos habitantes, não há atracção comercial e, concomitantemente, animação e incremento da educação para a cidadania.
Como é degradante a imagem transmitida aos forasteiros que nos visitam com o mercado frente ao castelo e lixo acumulado junto aos contentores. As muralhas da cidadela nunca foram limpas e preparadas para passeios turístico-culturais.
A política cultural focalizou-se na subsidiação e na dependência e nunca se fez uma avaliação do processo.
O Pax Julia ainda agora foi inaugurado, já está encerrado para férias. Dois meses de trabalho após 15 anos de inactividade.
Relativamente à Beja Polis, é o que se vê. Algumas obras de significativo custo acabaram por ser feitas sem enquadramento e com linhas estéticas discutíveis e as contas nunca mais encerram.
A sinalética é inadequada e de difícil leitura. Não foi feito um plano integrado de aproveitamento dos espaços, a iluminação é escassa e existem secções há meses desligadas (Parque da Cidade e zona circundante da ermida junto ao cemitério), o que tem permitido o vandalismo gratuito.
O Petra não serve os interesses da população e o sistema de trânsito gerou complicações difíceis de solucionar como o da Praça da República.
Há um péssimo serviço de higiene urbana, desadequado e denunciante de desorganização das equipas. As sarjetas e ruas não são lavadas durante o período estival e as areias resultantes das pequenas obras não são removidas.
O orçamento municipal afigura-se descompensado. É possível adivinhar a impossibilidade de assunção de novos créditos e tudo aponta para um comprometimento a priori dos orçamentos dos 4 anos que se seguem, deixando o próximo executivo com dificuldades de manobra.
São estes os parâmetros de excelência legados pelo Partido Comunista e pela CDU no concelho de Beja. Decididamente a corporação perdeu-se no pantanal.
Os munícipes cansaram e preparam-se para dar a resposta adequada.
Há um novo projecto para o concelho com uma nova visão estratégica. Uma atitude mais positiva e um compromisso para as novas gerações. Com ele, a cidade e as freguesias rurais vão enriquecer-se, modernizar-se e tornar-se mais atractivas, acompanhando as freguesias urbanas.
As pessoas vão ser mais felizes.
O mito cairá.

quinta-feira, agosto 25, 2005

Há cada uma!


No mínimo, incrível.
3 dos candeeiros de iluminação pública do parque de estacionamento do Parque da Cidade foram implantados nos corredores que ligam a plataforma superior ao restaurante ao estacionamento, conforme se pode ver pela imagem.
O que é de pasmar é como foi possível dar a obra como concluída com atropelos como este.
De facto, uma coisa fica demonstrada: não houve acompanhamento. Isto é, quero acreditar que não houve acompanhamento. Porque se o houve, então o caso é bem mais grave.
Outras situações existem que merecerão o meu destaque futuramente.
Aguardem cenas dos próximos capítulos.

terça-feira, agosto 23, 2005

O sonho

Já temos novo Conselho de Administração na EDAB. Demorou, mas conseguiu-se.
É chegado o momento de arrumar a casa, aspirar o pó, arregaçar as mangas e trabalhar. Trabalhar muito e depressa.
A cidade e o concelho não podem deixar-se ultrapassar mais pelos acontecimentos. A nossa centralidade tem de ser uma realidade e este polo económico de atractividade é decisivo para a recolocação de Beja no plano nacional e internacional.
É bom que já este ano se efectue o 1º vôo civil para que a imagem circule e se tenha projecção de um produto perfeitamente vendável. Afinal o que é que falta para que tal aconteça? Está lá tudo o que é necessário, embora sem as necessárias obras de adaptação e equipamentos de apoio. Mas há muita vontade.
Não estamos a falar de um projecto mixuruco; estamos a falar do maior aeroporto de Portugal.
Crie-se agora a equipa de trabalho e execute-se o plano de actividades.
E não se esqueçam das OGMA II.

sexta-feira, agosto 19, 2005

Tanta e tão pouca

O período que estamos a atravessar - por demais comentado, esgrimido, gritado - vem consolidar a razão àqueles que, em boa hora, pincharam na então ensecadeira a célebre frase construam-me, porra!.
A barragem está feita.
O Guadiana viu o caudal estabilizar; está a ser construida a barragem do Pedrógão, outra está adjudicada junto a Trigaches.
O princípio da reserva estratégica de água está a cumprir-se: é o maior lago artificial da Europa e está cheio. Possuo ainda uma t-shirt com uma frase alusiva ao encerramento das comportas que diz: vamos meter água e com muito gosto.
Criou-se uma expectativa e uma cumplicidade enormes em todos os sectores sociais da região. Quase todos puxaram a corda para o mesmo lado.
Porém, as opções de planeamento dos governos do PSD - Durão Barroso e Santana Lopes - colocaram na gaveta os planos de irrigação e abastecimento. Agora temos aquele imenso mar desaproveitado, o sector agricola à míngua e as populações a poupar o mais que podem para que falte o menos possível nas torneiras.
Antes, ía para o mar; agora não vai para lado nenhum.
Estão os nossos vizinhos espanhóis a aproveitá-la e muito bem. Afinal, a água também é deles.
Teremos de obter do governo liderado por José Sócrates a garantia indelével de que o sistema de canais, a rede de distribuição e os equipamentos necessários serão prioritários e terão luz verde para arranque ontem mesmo.

quinta-feira, agosto 18, 2005

Mais cidade

Apesar de estarmos na segunda quinzena de Agosto, em boa verdade as férias de verão aproximam-se do fim e intensificam-se as actividades mais sérias da campanha para as eleições autárquicas.
As candidaturas esforçam-se por apresentar os melhores e mais apelativos programas para os próximos 4 anos, abrangendo as mais diferentes áreas de intervenção.
Uma dessas áreas é a de oferta de oportunidades de desporto e lazer. O concelho possui infraestruturas e recursos naturais de grande potencial mas as diferentes entidades públicas e privadas parecem não se empenhar o suficiente para tirar partido dessa vantagem, coordenando esforços de oferta para os amantes de tais práticas.
Se tirarmos partido sinérgico do potencial a que acabo de referir, iremos contribuir para o incentivo ao consumo de equipamentos e serviços correlacionados a montante e a jusante e, com isso, contribuir para o desenvolvimento económico e para a manutenção da saúde da população e da sua qualidade de vida.
Às autarquias, compete tomar as medidas de política e de concretização; aos privados, a imaginação, e empreendedorismo para ocupar nichos de mercado resultantes destes novos hábitos e gostos. A todos cabe a obrigação de estabelecer parcerias de actuação que permitam criar uma imagem positiva e atractiva do concelho e da cidade.

quinta-feira, agosto 11, 2005

Afinal quem é o saloio

Num artigo publicado no últimio DA, José Soeiro apelida Sócrates de populista saloio, a propósito de polémicas recentes em torno de mordomias que o mesmo pretende controlar e fazer cessar a gestores públicos e detentores de cargos políticos, entre outros, numa clara batalha sem quartel aos sectores corporativistas cada vez mais fortes em Portugal, 31 anos após o 25 de Abril.
O articulista de bancada que profere este chorrilho de asneiras faz-me lembrar a rábula do nosso querido Raúl Solnado d' A Minha Ida à Guerra em que uma das figuras é a prima Georgina, caracterizada como uma pessoa que gosta de dizer coisas.
Soeiro lembra-me, exactamente, a prima Georgina e só lhe falta dizer que Sócrates, agora que está rico, também quer que ele lhe roa as unhas.
Tanto disparate provocatório só retrata a figura triste que este nosso concidadão faz, julgando-se a fina flor do entulho e fazedor de opinião credível de novela da treta em canal televisivo de consumo de massas, para alimento das mentes vazias de conteúdo.
E arroga-se que Sócrates deita poeira para os olhos do cidadão menos atento, ao mesmo tempo que aproveita para fazer uma apelo ao voto nas listas de candidatos autárquicos do Partido Comunista, vulgo CDU, como sendo o melhor produto do mercado.
Que exemplo corporativo imoral mais gritante de mordomias e oportunismos queremos melhor do que o que tem sido feito no distrito de Beja e, em particular no nosso concelho, pela classe comunista instalada?
Haverá, por ventura, melhor exemplo de manutenção de um estado de letargia subdesenvolvimentista retrógrada e de satisfação de clientelas gravitacionais em torno do cartão do PCP, com é o caso de Beja?
Haverá outro demagogo caceteiro mais saloio e populista na nossa região que José Soeiro?
Vem este senhor falar de imoralidades ou de moralidades com que propriedade? Com que moral e ética?
E quando apela ao voto nos comunistas que projecto é que têm esses senhores para o nosso concelho? O que é que têm de inovador para criar desenvolvimento sustentável, quando o seu projecto político tem sido e é de manutenção do subdesenvolvimento?
É minha convicção de que o Partido Comunista irá, desta vez, sofrer a maior das derrotas eleitorais de todos os tempos. As pessoas estão cansadas das práticas, dos discursos, das patetices, das incompetências, das negociatas e das ortodoxias dessa classe de instalados que, só nas câmaras municipais do distrito, chegam quase a 1000.
Estão completamente viciados e corroídos pelas pressões das dependências que a perpetuação no poder constrói. Só por isso será bom mandá-los para a reforma ou então mandá-los trabalhar que é aquilo que sempre dizem que fazem mas de que não vemos exemplos no dia-a-dia.
Falo com propriedade daquilo que investigo e que vejo como cidadão atento e que percorre largos Kms a pé e de bicicleta na cidade e no concelho. Não falo de cor e não costumo indignar-me desta forma nem responder a provocações de treinadores de bancada. Porém, desta vez não me posso conter e desafio daqui o director do Diário do Alentejo a publicar este meu repúdio e veemente protesto pelas palavras de José Soeiro.

quinta-feira, agosto 04, 2005

Ao trabalho!

Agosto é um mau mês mas o dia 9 de Outubro não tarda.
Há que organizar equipas, coordenar esforços e recursos e, sobretudo, estar atento por antecipação. A Proactividade criativa é a vantagem competitiva face à concorrência.
É este o momento ideal para avaliar a priori alguns dos nomes que mais barafustaram para fazer parte das listas e aferir da sua disponibilidade para executar. Se houver necessidade, ainda temos trinta dias para mudanças. O autarca do século XXI - mesmo em regiões como a nossa - tem de ser um pro. Não há lugar para bricoleiros.
É necessário estruturar a inteligência da candidatura. É lá que se elabora o plano estratégico, o programa eleitoral, de campanha e a estrutura organizacional da mesma.
A partir de agora impõe-se um gabinete de informação, comunicação e relações públicas. Não pode haver deslizes nem incoerências.
As idéias-chaves estão lançadas, Avaliadas as competências genéricas e específicas de cada órgão executivo autárquico, lançar o programa para o próximo mandato com metas e objectivos exequíveis.
Tenho propostas mas, como convirão, não é aqui que as vou fazer. É que a concorrência está a usar como idéias boas, as que não são originais e as que lança como originais, não são boas.
Portanto, ao trabalho se queremos um concelho competitivo colocado na agenda nacional, liderado pelo melhor elemento apresentado pelos diferentes suportes políco-partidários: Carlos Figueiredo.