quinta-feira, dezembro 29, 2005

O desenvolvimento é possível



Há algum tempo, o cenário relativo ao ambiente empresarial do Sul do País mostrava que 8 empresas de Beja estavam classificadas nas 250 maiores (do Sul).

Em 23º lugar aparecia a SAPJU - que hoje tem uma dimensão maior, com interesses no ramo na Região Autónoma dos Açores. Estava ainda cotada nas 100 maiores empresas nacionais.

Em 49º aparece a APS, de Sines (integrada na região do Baixo Alentejo e Alentejo Litoral). Hoje terá uma outra dimensão.

Em 114º surge a bejense L.A. Cameirinha, Lda.. Também hoje estará alterada uma vez que o grupo (holding) sofreu reengenharias profundas.

Em 133º aparecia a Cameirinha, Belchior & Machado, Lda., pertencente ao mesmo grupo.

Em 192º, estava a José Cândido Chícharo & Filhos, Lda., em 195º a Serranos Automóveis, Lda., em 196º a Sociedade Bejense de Tabacos, Lda. e em 212º, a adega Cooperativa de Vidigueira Cuba e Alvito, CRL..

Este cenário pode ser melhorado, quer para as empresas já cotadas quer para novas iniciativas.

O potencial está cá; falta-nos capacidade sinergética e de gestão do potencial humano, sobretudo do capital intelectual disponível.

Fica claro que se adicionarmos os projectos infraestruturantes à vontade (por vezes pouca) de provocarmos o take-off do desenvolvimento, há um futuro risonho para os nossos filhos.

quarta-feira, dezembro 28, 2005

Mais um grande passo rumo ao futuro




A Europa acaba de colocar em órbita o 1º de 30 satélites geoestacionários que permitirão até 2010 concorrer em todo o mundo com o sistema GPS americano, com uma tecnologia de vanguarda que permitirá uma referenciação de navegação com um erro inferior a 1 metro, contra os 10 metros actuais.

Com o 1º satélite vai o relógio atómico mais preciso alguma vez produzido. Vai igualmente a tecnologia mais avançada do mundo que permitirá à Europa protagonizar o que de mais actual e desenvolvido tem concebido nos finais do Século XX e início do Século XXI.

Diferentemente do sistema americano - controlado e gerido por militares - o projecto Galileo será gerido por civis. E mais uma vez um português foi escolhido para dirigir o projecto.

Recomendo uma visita ao sítio do Galileo.

http://europa.eu.int/comm/dgs/energy_transport/galileo/index_en.htm

Em Beja, de novo e em força

Está agendado!
Para uma grande sessão em pleno cenário de campanha eleitoral, Mário Alberto Nobre Soares estará em Beja no próximo dia 8 de Janeiro, às 17.ooh, no auditório do NERBE.
Trata-se de uma escolha acertada, já que a sala é emblemática relativamente a grandes eventos relevantes para os destinos da região.
Mário Soares - a par de outros socialistas que têm desempenhado cargos de prestígio ao serviço da Nação - sempre se revelou um amigo de Beja e desenvolveu iniciativas no sentido de estimular medidas de política nacionais e comunitárias tendentes a combater o isolamento progressivo, a infoexclusão, a digitoexclusão, a desertificação física e humana e o subdesenvolvimento económico e social, ao ponto de ter efectuado uma presidência aberta a partir do Governo Civil do Distrito de Beja.
Agora como candiato - de novo - à presidência da República, volta a estar connosco.
A cidade e o distrito vão responder com entusiasmo a esta disponibilidade como reconhecimento da simpatia com que Soares sempre acarinhou as nossas terras e gentes.

domingo, dezembro 25, 2005

Parabéns


Pelo logótipo e pela página.
Eis um local a visitar com regularidade, assim a capacidade de publicação útil sobre o desenvolvimento do projecto de importância vital para Beja o patrocine e proporcione.
Estou na linha dos que pensam que o processo de transparência que tem vindo a ser implementado em organismos públicos, empresas públicas sociedades abertas de capitais públicos e mistos - como a EDAB - permite a todos os interessados informar-se com qualidade e evita a especulação.
Afinal, esconder gera dúvida e desconfiança. Mostrar, cala a boca das más-línguas.
Não vou agora tecer nenhum comentário adicional sobre o projecto. Fá-lo-ei mais tarde, noutra oportunidade. Apenas que deve ser aumentada a informação sobre os passos que vão sendo dados pela equipa da empresa.
Seguramente que essa política de abertura e transparência potenciará a retoma da imagem de credibilidade de que o projecto necessita e que, lamentavelmente, saiu beliscada com o anterior CA.
2006 tem de ser decisivo.

Um passo em frente

A possibilidade de criar uma empresa na hora está anunciada na página oficial do NERBE.
Porque importante e decisivo para o desenvolvimento da nossa região, transcrevo aqui o conteúdo da nota, ao mesmo tempo que convido os leitores potenciais empreendedores:
Através da iniciativa 'Empresa na hora' passa a ser possível a constituição de sociedades num único balcão e de forma imediata. Assim, a partir de agora, os interessados:
1. Não necessitam de obter, previamente, o certificado de admissibilidade da firma, junto do Registo Nacional de Pessoas Colectivas;
2. Deixa de ser necessária a celebração de escritura pública;
3. No momento da constituição é entregue o cartão definitivo de pessoa colectiva, comunicado o número de identificação da segurança Social e ficam, desde logo, na posse da empresa o pacto social e a certidão do registo comercial.

A iniciativa de modernização administrativa ‘Empresa na Hora’ constitui o primeiro passo para a simplificação do relacionamento das empresas com a Administração Pública, ao longo de todo o seu ciclo de vida. Esta iniciativa já se encontra disponível em Beja, encontrando-se a funcionar na Conservatório do Registo Predial e Comercial.

sexta-feira, dezembro 23, 2005

Boas-Festas



Aproximamo-nos a passos largos do final de mais um ano. Domingo é Natal.

O que significa (o Natal), merecerá alguma apreciação, dependendo das sensibilidades e convicções de cada um. Há uma cultura instituída em torno da quadra. Mas a essência está lá: reencontro connosco e com os outros, reflexão sobre o sentido das coisas e do mundo, partilha, mais atenção aos sofredores e desintegrados, tolerância, respeito pelos valores da cidadania, cumprir para fazer cumprir. É transversal.

A sociedade portuguesa está num momento de viragem. A Convergência Económica e Social afastou-se da banda larga em que os nossos parceiros comunitários têm navegado e assiste-nos um certo sentimento de infelicidade por não alcançarmos o nível de bem-estar médio que disfrutam as outras sociedades europeias da UE.

Precisamos de mais gente qualificada, de mais empreendedores, de mais dinâmica social, de mais e melhor emprego, de mais e melhores empresas e mais honestidade, mais responsabilidade.

Precisamos de filtragem sobre a mediocridade e o xico-espertismo; de controlo sobre as fugas às obrigações que cada um tem para com a sociedade atrvés do Estado. Maior combate à economia paralela.

Precisamos de melhores serviços públicos e privados, melhor protecção social, melhores polícias e justiça, melhor Serviço Nacional de Saúde, melhor ensino e educação, mais empenho de todos.

Precisamos de motivação, de estímulo, de desincentivo à ostentação, ao consumismo e à desumanização.

Pode ser que o Pai-Natal exista.

terça-feira, dezembro 20, 2005

Extraordinário



No seu melhor, não há dúvida.

Goste-se ou não, o "debate" entre Cavaco e Soares resultou naquilo que os conhecedores de ambos já sabiam de antemão: Soares, potencial vencedor à "partida", foi vencedor durante a "corrida" e à "chegada".

A "velha raposa" da política, o "elefante político" está tão bom como nos melhores tempos. Cavaco escumou pelos cantos da boca, como era previsível. Não conseguiu esconder a sua faceta algo salazarenta como Soares quis que ficasse como imagem do seu adversário.

A comunicação social já elegeu o futuro presidente da república. Mas apenas para a 1ª volta. Embora as sondagens digam que Cavaco Silva ganhe logo à primeira volta, pode muito bem este cenário ter obtido uma inversão a partir de hoje.

Sobre ele - Cavaco - escrevi eu num pequeno jornal lisboeta - o "Livre Pensamento" - em 31 de Agosto de 1988, num artigo intitulado "a República dos Cágados":

...E o Cágado-chefe?

Magro, carão moreno, escumando pelos cantos das mandíbulas de tanto articular a presa língua. Tem uma óptima carapaça! Aguenta-se bem e tem uma série de cágados à sua volta que garantem a sua posição (dele) e melhor, a sua posição (deles).

E as cágadas? Vistosas! Muito senhoras, trazem as suas carapaças muito polidas. Ao mínimo raio de Sol, quase as perdem. Engraçadíssimo ver as cágadas sem carapaça!

O cágado-ancião, mais bonacheirão, transmite uma ar de tolerância, de serenidade. É mais pachorrento. Está sempre pronto a dar bons conselhos e a fazer recomendações aos outros cágados...

quarta-feira, dezembro 14, 2005

A meter água


É a expressão adequada, em jeito de bincadeira.
Os projectos estão em marcha; falta acelerá-los, já que a burocracia é pesada e exige consumos e ocupação de conhecimento muito elevados por parte dos colaboradores.
Independentemente das opções políticas que possam ser tomadas em matéria de colocação de pessoas nos órgão de administração (sempre discutíveis), é preciso não esquecer que - à semelhança do que se passa em centenas de outras organizações públicas, mistas ou de capitais públicos e mesmo privado - há equipas anónimas em trabalho permanente que não se preocupam com quem está, quem vai ou quem vem. Preocupam-se com o projecto, a respectiva missão e cumprimento dos objectivos exequíveis. A excelência dessas equipas reside exactamente aqui.
É na exequibilidade do projecto que o enfoque deve ser estabelecido sendo que a corresponsabilização do accionista maioritário ( o Estado) tem de clara e inequivocamente dar sinais de vontade e comprometimento.
A notícia recente é a de que "a EDIA lança concurso público". Que concurso é este? Exactamente o destinado ao aproveitamento do regolfo para fins de abastecimento público (água para beber), evidentemente em paralelo com a valência agricola. Trata-se da ligação Alvito - Roxo, passando pela barragem do Pisão (Trigaches/Beringel), prevista para 2009, com uma referência de "antecipação em 5 anos". A ver vamos. Desejo ardentemente que sim.
Já agora, recomendo uma visitinha ao portal da EDIA. É só clicar ao lado.

terça-feira, dezembro 13, 2005

Tédio






Não há frescura nas idéias, nos projectos, nas iniciativas. Não há dados novos.

Não há discussão, esforço, irreverência, atitude.

Não há debate.

Este é o sentimento generalizado transmitido pelas pessoas com quem falo. Pouco estímulo, nenhuma emoção. Mesmo com o incidente envolvendo Mário Soares (felizmente sem consequências).

A comunicação social tomou conta dos destinos dos candidatos. Está a produzir o que vão ser os resultados.

Cada vez mais são os media que determinam a intenção do voto. Cada vez menos as candidaturas conseguem traçar os respectivos caminhos.

Aproximamo-nos muito (de novo) do limiar da necessidade de controlo dos órgãos de comunicação social com maior audiência ou tiragem. As nossas convicções são cada vez mais modeladas; fabricadas.

O poder dos media é tremendo. De tal forma que os próprios candidatos o receiam. Temem-no. Ao ponto de se reduzirem a trivialidades para não cometerem qualquer tipo de deslize.

O modelo é mau, não serve a democracia, o povo, a classe política e as Instituições.

domingo, dezembro 11, 2005

O granel continua


Não há maneira de encontrarmos estabilidade e paz para a Praça da República. Autarquia e polícia demitiram-se definitivamente de disciplinar os comportamentos mais despudorados das dezenas de condutores que repetida e sistematicamente prevaricam desobedecendo à sinalização vertical instalada.
A velocidade com que alguns circulam põe em risco a integridade física dos peões que já se tinham habituado à segurança do percurso pedonal seguro pela praça e à possibilidade de sairem dos estabelecimentos e edifícios sem a preocupação de poder ser atropelado por um qualquer veículo.
Não existe a regra do horário de cargas e descargas.
Circula-se e estaciona-se em cima da placa central. Pesados incluídos. Por isso as lages estão quebradas.
Os familiares dos estudantes de música do Conservatório Regional do Baixo Alentejo fazem autênticos aglumerados de carros à porta daquele estabelecimento, como se não fosse possível estacionar no parque da Av. Miguel Fernandes e efectuar uma deslocação a pé de 100 m.
Alguns comerciantes da "Rua das Lojas" e proximidades abusam da condescendência e estacionam os seus carros na praça.
Estes comportamentos - muitas vezes consumados "nas barbas da polícia" - espelham a educação cívica dos condutores protagonistas. São demasiados os casos diários para que se possa deixar passar em claro o laxismo das autoridades face a este fenómeno. A imagem demonstra-o.
Uma coisa é não concordarmos com o sistema implantado; outra é a arrogância da má educação.
Não pode esperar-se desenvolvimento com comportamentos colectivos desta natureza.

terça-feira, novembro 29, 2005

De novo, buracos.

É sempre assim quando chove. O parque de estacionamentodo castelo tem esta sina.
Algo de errado se passa com a consistência do pavimento de terra batida porque abre enormes buracos quando as águas pluviais se abatem sobre a cidade. E os buracos são quase sempre nos mesmos sítios.
Os serviços técnicos municipais devem proceder a uma averiguação da situação e providenciar a reparação adequada do pavimento, evitando danos nas mecânicas das viaturas que lá estacionam.
Já agora, também se impõe alguma disciplina no estacionamento, porque há dias que é um caos. Aí já será um caso de polícia.

terça-feira, novembro 22, 2005

Xicoespertismo



Tenho de concordar com ele.

Numa das suas intervenções recentes, o Presidente Jorge Sampaio refería-se com veemência ao xicoespertismo.

De facto, tenho de aceitar que vivo e trabalho, não num país, mas numa colectividade de cultura e recreio. Que o que interessa é a imagem, o dinheiro fácil e conseguir aldrabar o parceiro.

Importa lá agora se A, B ou C tem competências, é íntegro, defende valores, paga os impostos, esforça-se por ter as contas em dia, se é cidadão atento e preocupado e é incorruptível? Essa alma é um perigo! Se ascende a lugares de decisão pode por em causa o ambiente em que os xicos-espertos se movem. É, com toda a segurança, um classe média e tem de ser mantido no lugar onde está. É ele que paga as estradas, as escolas, as universidades, os politécnicos, os centros de saúde, os hospitais, as pontes, os edifícios públicos, as viagens do Falcon, as comissões dos militares em missão no estrangeiro, ... é o tolo pagador e cumpridor. É ao bolso dele que os governos vão quando estão deficitários. É com ele que o governador do Banco de Portugal goza. É dele que os xicos-espertos vivem. Os pobres não pagam porque são pobres; os ricos não pagam porque não têm tempo. Mas é o parolo do classe média que é acusado de improdutivo, de culpado por não dedicar o seu conhecimento e competências ao país, de ser mau quando faz greve, de estar a mais no Estado e de ser responsável pelo agravamento da dívida das famílias.

EPC referiu-se no Público, exactamente a conteúdos de valorimetria de atitudes do povo português. Em boa verdade, como podemos exigir melhores políticas e melhores políticos se a massa crítica não está à altura de os escolher e fornecer?

Foi assim que se elegeu para Felgueiras quem se elegeu; e para Oeiras. E tantas outras coisas parecidas. Afinal, não só os nomeados que são maus; os eleitos também o são, não generalizando.

As excepções a esta regra vão desvanecendo, definhando e, provavelmente, morrendo.

Tudo se compra e tudo se vende em Portugal. E nada disto é novo. Mais de um século de literatura histórica contam, pelas pavras de grandes escritores, casos paradigmáticos de situações semelhantes às que Eduardo Prado Coelho relata.

E daqui por 100 anos, outros vão achar interessantíssimo o que alguns de nós escreveram, por ser intemporal e, por isso, actual.

É assim em Portugal há mais de 800 anos.

sexta-feira, novembro 18, 2005

Ataque terrorista?

"81 automóveis estiveram envolvidos em várias colisões, ao longo de quase dois quilómetros, entre as 7.28 e as 7.35 horas. Três mortos e 21 feridos, dos quais quatro em estado grave, foi o resultado dos acidentes, que provocaram o corte da A1 ao trânsito até cerca das 14.40 horas".

Mais parece um filme de terror ou a reportagem de um ataque terrorista.

Não há jornal que não dedique espaço ao assunto.

Há uns dois anos, li em qualquer parte - que já não me recordo - algo que dizia que cada acidente rodoviário em Portugal custava qualquer coisa como € 17000,00 e que cada chamada do 112 custava € 175,00.

Multiplicando 80 por 17000, dá € 1360000,00; e por 175, dá € 14000,00. O somatório dá € 1374000,00. Foi quanto custou o acidente de ontem, sem contar com os danos patrimoniais e não patrimoniais. Uma fortuna!

Até admito que aqueles possam não ser os números verdadeiros mas não andaremos longe da realidade, tendo em consideração a quantidade enorme de recursos que são activados para acudir a tais cataclismos.

Tudo porque uma viatura parou na faixa de rodagem da autoestrada do Norte, e todos os outros 80 - que íam voando baixinho - se enfaixaram uns nos outros e mataram os da viatura da frente. Resta saber se os feridos graves se salvam e como ficam para o resto da vida.

Já imaginaram quantas pessoas podíamos tirar da miséria em Portugal com o dinheiro que este acidente vai consumir à riqueza nacional?

Por detrás do nosso egoísmo cego, coloquemos a resposta à pergunta.

segunda-feira, novembro 14, 2005

É o que eu sinto



Este cartoon - embora em inglês - retrata bem o que se passa connosco (eu continuo a chamar-jhe região; desculpem lá). Há décadas que gritamos por socorro e a sensação que tenho é que isso dá gozo aos detentores do poder instituido.

Diz o povo que o cântaro tanta vez vai à fonte que um dia a asa fica lá".

Nós queremos o cântaro inteiro e sabemos quão difícil é arranjar dinheiro para concretizar as obras neste momento. Mas temos de o arranjar.

Alguns dos elementos colocados em lugares-chave - local e regionalmente falando - manifestam vontade férrea de alcançar os objectivos para que foram designados. Um ou outro já fez saber que os hits só se obtêm se o Governo disponibilizar os recursos necessários e suficientes, incluindo pessoas.

Sem mencionar ninguém - quero deixar o meu reconhecimento e palavra de incentivo aos poucos que lutam em surdina, diariamente, para que não se façam nomeações desorientadas e que se cumpram os desígnios do desenvolvimento sustentado e sustentável do Baixo-alentejo, de acordo com um plano estratégico a funcionar em rede. E para que a rede funcione, as pessoas que estão nos lugares têm de possuir aptidões especiais, para além das competências genéricas e específicas para a função.

sábado, novembro 12, 2005

Cheia de "speed"

A condutora desta viatura (loira) cruzou-se comigo 3 vezes, em dias diferentes, no IP2, de Beja para Évora, sempre entre as 9.00h e as 9.20h.
Nesta foto tinha acabado de cometer uma infracção grave (3ª vez), pondo em perigo a segurança de outros condutores.
Nas anteriores duas situações, fez uma ultrapassagem perigosa, atirando o condutor que circulava em sentido contrário para a berma (a 1ª) e da segunda, um salto de peixe depois de ultrapassar duas viaturas, obrigando-me a travar bruscamente para a deixar entrar de novo na mão.
Tratando-se de um carro do Estado - à disposição de uma nomeada, com toda a certeza - impõe-se que a condutora não só cuide bem do património de todos nós mas também que dignifique a imagem dos servidores do Estado, conduzindo segundo as regras do Código da Estrada.
Para evitar o fernezim com que circula na estrada, deve levantar-se mais cedo e conduzir mais descontraída. De contrário, é melhor abandonar já o cargo porque a conduzir como conduz, ...não o vai terminar.

segunda-feira, novembro 07, 2005

Viva o arremeço!

Não pode ser mais esclarecedora a mensagem escrita em edital de pato-bravo.
Não admira.
Num país em que os magistrados judiciais que são órgãos de soberania e, por isso, independentes do Estado e do Poder Político por imperativo constitucional, fazem greve (contra quem? Contra o povo?), é legítimo que um construtor enjeite responsabilidade civil por qualquer arremesso gerador de danos patrimoniais em propriedade alheia.
Então não é o que faz a vizinha do r/c depois de ter dado uma pancada no carro do 2º andar, lá no estacionamento junto à porta?
Não é o que faz o dono do cão que mordeu a filha do vizinho do lado?
Não é o que faz a vizinha de cima quando estendeu a roupa com lixívia a pingar sobre a roupa da vizinha de baixo?
Não é o que faz o condómino que partiu a porta da rua do prédio? Ou que discute que a prestação está alta e não quer pintar o prédio?
Não é o que faz o comerciante do bairro que vendeu o ferro de engomar que não trabalha?
Todos se descartam da responsabilidade civil. Ninguém é ninguém nem tem responsabilidade sobre nada.
Queremos ser um Estado de direito democrático mas o que somos é uma colectividade de cultura e recreio onde a Lei não passa de orientação técnica.

segunda-feira, outubro 24, 2005

Capital intelectual

É a chave criadora de valor na chamada "nova economia"; da inovação. Decorre do capital humano, entendido como somatório de experiências e conhecimento dos colaboradores das organizações e relações com clientes.
As organizações necessitam de gerir o conhecimento que possuem, integrando a criação, captura, organização, acesso e utilização de toda a informação relacionada com a sua actividade e conhecendo pormenorizadamente as competências das pessoas que as integram.
O conhecimento é a capacidade que cada um de nós tem de utilizar a informação. Por sua vez, esta resulta da recolha, tratamento e registo de dados de forma estruturada.
O capital intlectual vai ser para Portugal - como já é para o resto do mundo - a força produtiva mais importante para o século XXI.
As organizações de maior dimensão já perceberam o fenómeno e estão a implementar projectos de gestão desse precioso activo intangível. É um processo que se aplica tanto ao sector público e empresarial do Estado, como às iniciativas privadas.
A Gestão do Capital intelectual propicia a criação de valor económico nas organizações.
Porém, as relações de poder alteram-se já que quem detém o conhecimento detém o poder, em termos latos. E são estas relações de poder que constrangem alguns decisores relativamente à aplicação daquele potencial gerador de valor. Como focalizar as decisões na sua utilização se isso pode colocar em causa o meu posto de comando, a minha notoriedade?
Eis que de novo surgem alguns dos princípos de Peter.

quinta-feira, outubro 20, 2005

Menos conversa


O assunto é demasiado sério para ser abordado, de quando em vez, de forma demasiadamente ligeira, ainda que se pretenda desdramatizar para não criar pânico desnecessário.
Porém, o mundo e o nosso país em particular, estão perante uma ameça pior que qualquer ataque terrorista.
Impõe-se trabalho e actos e menos conversa. É preciso actuar já, embora sem ruído.
E é preciso cuidado com as palavras vans. Hoje mesmo os media veicularam uma afirmação do Director-geral de Saúde - o bejense Francisco George - que me deixou preocupado: "...Portugal está hoje melhor preparado para enfrentar uma situação de pandemia do que no século passado..." (citei).
Eu sei que o século passado terminou apenas há 5 anos. Mas Francisco George referia-se a outras situações de natureza epidemiológica do passado.
E também sei que, apesar de limitados, sempre vamos evoluindo.
Portugal seria um desastre completo se esta evidência lapaliciana se não pudesse verificar.

quarta-feira, outubro 19, 2005

Inoperacionalidade


Os resultados autárquicos de 2005 no concelho de Beja quedaram-se por uma derrota para o Partido Socialista.
O apoio estrutural da Concelhia de Beja esteve muito longe do que era expectante.
Como já muita gente focou, não existem mais condições de permanência dos órgãos concelhios actuais (nem federativos), devendo o presidente apresentar a sua demissão.
Há, no entanto, quem defenda que esta demissão é inadequada no momento porque vamos entrar em actividades eleitorais presidenciais. Uma demissão causaria turbulências destabilizadoras e a antecipação de um processo eleitoral interno traria consequências nefastas.
Porém, Pinheiro Monge - o presidente da Concelhia de Beja do Partido Socialista - é apoiante de Manuel Alegre. Não sendo este o candidato oficial do Partido Socialista à Presidência da República, internamente não pode recorrer à logistica de apoio.
A manutenção de Pinheiro Monge à frente da Concelhia de Beja revela-se, então, estratégica para a candidatura de Manuel Alegre que, desta forma, indirectamente, pode usufruir de um aparelho - fraco, é verdade porque pouco operacional como se viu nas autárquicas - de que, oficialmente, não pode dispor.
Esta situação é absolutamente insustentável. Tendo em consideração a pessoa - que respeito e aprecio - lanço daqui, mais uma vez, o repto de que deve apresentar a renúncia ao mandato, como o deve fazer toda a equipa.
Os acontecimentos marcam acontecimentos. Não há nada de errado em assumir derrotas e convicções. Mas é preciso saber sair pela porta da frente. Se assim for, o retorno é sempre possível. Pelo contrário, se forem outros a emporrarem-nos para a porta, dificilmente voltaremos.

quinta-feira, outubro 13, 2005

O foco de todas as raivas


O desaire eleitoral autárquico do Partido Socialista - não em numero bruto de votos mas em número bruto de órgãos - fez estalar o verniz mal os militantes se refizeram do desgosto.
Embora as medidas impopulares do governo se revistam de coragem no sentido de refrear a má administração da coisa pública, dos sistemas de protecção social e o corporativismo - mais aceso do que antes do 25 de Abril - a verdade é que uma parte significativa dos eleitores não gostou do "pacote" de José Sócrates, por impetuoso, cego e nivelador por baixo. Isso fez-se reflectir ao nível local.
Para cúmulo - se não me falha a memória - em todos os concelhos em que houve participação de Sócrates na campanha, os candidatos perderam e, supostamente, em muitos deles, ganhariam.
Entre nós, veja-se o caso de Moura.
Mas não podem assacar-se todas as culpas a Sócrates.
Em Federações como a de Lisboa, já a luta se afigura áspera, a avaliar pelas declarações de António Raposo.
Na Federação de Beja, António Camilo não hesitou em recomendar a demissão de Luís Ameixa.
Na Concelhia de Beja, igualmente é sugerida a demissão de Manuel Monge, já se sabe, pelo menos pelo ex-director de campanha de Carlos Figueiredo.
Não tenho dúvidas que, face aos resultados obtidos, não há mais condições para que os líderes concelhios perdedores e o líder da Federação Regional do Baixo Alentejo se mantenham em funções. O mínimo que podem fazer, desde já, é apresentarem a sua demissão, saindo pela porta da frente e facilitar a reengenharia interna, evitando guerras desnecessárias e transmitindo para a opinião pública uma imagem positiva e pedagógica como deverá ser o símbolo de um partido com pergaminhos nessa matéria.

segunda-feira, outubro 10, 2005

O povo quis, o povo teve.

Poderemos divagar sobre os resultados, fazer análises e interpretar tecnicamente o voto. São actos correntes nestas circunstâncias. Mas há um elemento determinante: o povo decidiu, está decidido.
Onde o povo quis mudar, mudou; onde não quis, manteve.
Se não mudou é porque o "produto" oferecido em alternativa não convencia.
Se mudou é porque o "produto" alternativo lhe transmitia empatia.
Os vencedores regozijaram-se; os perdedores lamentaram-se.
Nem sempre o melhor "produto" é o mais "vendável" e o povo tende a "comprar" o mais "barato". O "poder de compra" é fraco.
Não pode vender-se um Ferrari onde só há dinheiro para comprar um Gogoomobil.
Também não pode querer-se que o povo seja masoquista; "espeta-se-lhe o aguilhão" e espera-se que sorria perante a rebaldaria dos corruptos, ladrões, caloteiros e demais "VIPS" da sociedade.
Mas também há paradoxos que julgávamos só serem enquadráveis na sociedade europeia do século XIX e que aconteceram em Portugal no século XXI. E aí o povo enforca mais depressa um inocente na praça pública do que os tribunais soltam um preso preventivo.
Por muito má que seja a justiça portuguesa, que sería dos justos se ela não existisse?

sexta-feira, outubro 07, 2005

Revendedor autorizado

De facto temos de respeitar os sentimentos e compreender as frustrações de cada um.
O problema surge quando os recalcamentos subsistem e os seus portadores não conseguem deles libertar-se.
Sentado na cátedra da administração da Parque de Feiras e Exposições de Beja, sempre vai dando umas alfinetadas no Presidente da Câmara Municipal de Alvito, supostamente em defesa da candidatura comunista que, ela própria, constitui pedra no sapato do eminente blogalvitranista.
Em boa verdade e analisando o conteúdo do Alvitrando, verifica-se que o revendedor autorizado do Partido Comunista está a fazer campanha por Mário Simões e não pelo seu correlegionário. Seguramente que se trata de um erro de estratégia porque eu nem quero acreditar que, sendo a vingança um prato que se serve frio, o bloguista vá ao ponto de apunhalar os seus pares.
Ele há razões que a razão desconhece!

Curto e grosso

Há algumas semanas - por volta do início da pré-campanha - o porta-voz de João Paulo Ramôa (eminente bloguista praçarepublicano), indignou-se pelo que escrevi àcerca do número de funcionários municipais face ao número de habitantes do concelho (ver artigo).
Da interpretação errónea das minhas palavras, sugeria que eu pretendia que, se o PS vencesse as eleições, fossem demitidos funcionários.
Bem, chegou o momento de esclarecermos quem quer demitir quem e não pelas minhas palavras mas sim pelas palavras directas de João Paulo Ramôa.
Ora leiam, se fazem favor:
-De manhã demitia todos os Chefes principais e intermédios. De tarde colocava em concurso esses lugares.
Podem confirmar a autenticidade das palavras transcritas na página http://pracadarepublica.weblog.com.pt/

quinta-feira, outubro 06, 2005

Escândalo!

As imagens reperesentam as maquetas do projecto inicial do Museu do Sítio, na rua do Sembrano, em Beja.
Melhor do que qualquer comentário, sugiro a leitura da página do autor do projecto que foi adulterado sob as ordens de Carreira Marques.

terça-feira, outubro 04, 2005

Não dá para acreditar

Numa das circunstâncias particularmente stressantes para o candidato do Partido Comunista à Câmara Municipal de Beja - a propósito das polémicas em torno do Beja Pólis - Francisco Santos deu a perceber que a principal virtude da intervenção feita na Praça da República foi acabar com uma obra do regime fascista.
Quando ouvi tal coisa fiquei perplexo.
Francisco Santos revelou-se um homem parado no tempo, ortodoxo, arrogante, pouco inteligente e frustrado.
Confundiu ditadura severa com fascismo.
Branqueou a mais polémica das obras do Pólis com a exteriorização de um recalcamento.
Digo-vos com propriedade que se tivesse havido fascismo em Portugal, nem ele nem eu estaríamos aqui.
Se a lógica de Francisco Santos vingasse, assistiríamos nos próximos 4 anos à demolição do Liceu de Beja, da Escola Comercial e Industrial, do Tribunal, da Caixa Geral de Depósitos, do Banco de Portugal, do complexo desportivo - que integra a piscina, o pavilhão gimno-desportivo, o parque de campismo e o campo Flávio dos Santos - os Paços do Concelho, o edifício dos correios e a Barragem do Rocho.
Para desgosto dos democratas, a II República gerada em 25 de Abril de 1974, não teve o ensejo de deixar em Beja, ao longo de 31 anos, obra suficiente para apagar o protagonismo das obras da ditadura.
Ora se Francisco Santos soubesse o que estava a dizer, não teria proferido tamanha enormidade. Tão grande ou maior do que aquela em que disse que as infra-estruturas desportivas da cidade de Beja estavam ao nível do melhor que há na Europa.
Decididamente, não conhece Beja e é masoquista: adora dar tiros nos pés.

quinta-feira, setembro 22, 2005

segunda-feira, setembro 12, 2005

Coisas sérias

Não será o problema mais candente da cidade; mas é um problema.
Não será a maior preocupação; mas é uma preocupação.
Também não constituirá perigo eminente; mas pode constituir perigo para a saúde pública.
Não será o mais urgente; mas urge resolvê-lo.
O canil / gatil municipal - sob gestão da Associação "O Cantinho dos Animais" - vive momentos angustiantes. As instalações têm uma capacidade instalada para 80 animais mas estão lá cerca de 160. Alguns (bastantes) padecem de enfermidades irreversíveis e não serão nunca adoptados. As despesas médicas dispararam e são já incomportáveis para a Associação. A alimentação está a ser generosamente fornecida a crédito.
Por seu turno, há notícia de que o município não tem feito o abate legal dos animais portadores de doença incurável. Estará igualmente alheado do apoio merecido desta equipa de voluntários.
Vale a pena ver de perto o que lá se passa e escutar as angústias dos responsáveis da Associação.
Independentemente de responsabilizações, importa que a edilidade e particulares assumam a situação como de interesse público.
O canil não é um vazadouro de animais cruelmente abandonados.

quarta-feira, setembro 07, 2005

A herança CDU




Estes cenários chocantes não são de nenhuma cidade do vulgarmente designado de terceiro mundo.
São imagens da nossa cidade; de Beja.
Em 2005 - século XXI DC - bem no coração da urbe, entre o bairro da polícia e o ramal ferroviário da Funcheira, ergue-se este verdadeiro ghetto nas traseiras dos edifícios, misturando barracas com carros apreendidos, pombais, galinheiros e canis.
As imagens falam por si.

segunda-feira, setembro 05, 2005

Mudar

As próximas eleições de 9 de Outubro são decisivas para o concelho de Beja. A cidade tem de se afirmar como capital do Baixo Alentejo – a maior região do país e a maior da Europa, em superfície.
Essa afirmação far-se-á com uma liderança forte que rompa com o passado e se inconforme com a mediocridade das opções tomadas até agora.
Temos vivido sob uma administração de vistas curtas, sem ambição, castrada de visão estratégica, que olha o umbigo e se distrai do mundo dos satélites e da informação transportada pela fibra óptica.
Não basta mudar rostos e falar de modernidade; impõe-se mudança de política.
Estamos no século XXI e as carências são escandalosas, não obstante o potencial.
Queremos uma nova administração voltada para fora das paredes dos Paços do Concelho que suje os sapatos na poeira dos caminhos das freguesias rurais, percorra bairros e ruelas, ande de autocarro, fale com pessoas e organizações, abandone o autismo.
É insustentável perceber que ao fim-de-semana qualquer sede de concelho dos arredores tem mais animação, mais vida, mais gente.
É incomportável continuarmos a perder uma média de 12 pessoas por dia, comprar casa a €1500.00/m2 e ver barracas, casebres, pombais e galinheiros em terrenos desocupados, bem no centro da cidade.
O mais precioso dos recursos que um território possui – as pessoas - foge em busca das oportunidades que outros foram criando.
Temos de gerar atractividade e divulgá-la pelo país, Europa e mundo. Criar uma imagem positiva do território e de abertura a quem quiser aproximar-se. Mostrar uma cidade moderna, arejada, limpa, dinâmica, com grande qualidade e que deixe de ser a terceira cidade portuguesa com o custo de vida mais elevado.
Beja tem de ser recolocada no mapa.
As necessidades de desenvolvimento sustentado passam pela instalação de mais e melhores empresas, geradoras de emprego directo e indirecto, com remunerações mais elevadas e disponibilização de espaços adequados a instalações de médio e grande porte.
Precisamos de paixão nos actos, de gente que ame a cidade, com espírito de serviço e sacrifício que lidere as populações e as faça sentir parte do processo evolutivo.
Queremos uma equipa determinada, coesa, honesta, competente, incutidora de confiança e crença no futuro.
Queremos voltar a ver sorrisos nos lábios de todos.
A madrugada de 25 de Abril de 1974 trouxe-nos de volta um instrumento preciosíssimo de decisão sobre o futuro: o voto. De então para cá, temos vindo a assistir a um crescente desinteresse pelo mais precioso dos actos de cidadania democrática que é preciso inverter.
Depois da entrega, do esforço - e até do sacrifício da própria vida - de todos quantos lutaram contra a ditadura do Estado Novo, é inqualificável que se prescinda do poder de decisão que o Estado de Direito Democrático colocou à disposição de todos os cidadãos.
Temos de transmitir às novas gerações a história e a cultura democráticas e incutir-lhes o espírito de cidadania participante e activa para que refresquem a classe política.
Todos podem e devem votar. Os que têm dificuldades de deslocação e não dispõem de meios adequados podem requisitá-los gratuitamente. Bombeiros, GNR, PSP, Protecção Civil, Cruz Vermelha e outros, estarão disponíveis.
O voto muda e é preciso mudar.
É preciso mudar Beja.
Para que seja mais feliz.

sexta-feira, setembro 02, 2005

Bola de cristal



Decididamente, CDU e PSD (pronto, está bem: CDS e Bloco de Esquerda) não conseguem encontrar a sincronização das sinergias de dinâmica. Na essência, os pontos fracos de que aquelas candidaturas enfermam resultam da inconsistência e/ou ausência de visão, missão e objectivos.

Ninguém de bom-senso pode hoje aliviar a ciência e a técnica das campanhas eleitorais, mais do que os recursos financeiros. Como nas organizações, as equipas recrutam-se, seleccionam-se, integram-se e desenvolvem-se e o mais importante dos capitais destas verdadeiras equipas de projecto é o capital humano, na medida em que é ele que transporta os activos em conhecimento.

Da gestão deste conhecimento resultam vantagens competitivas sobre a concorrência. A evidência mostra quotidianamente, quase hora a hora, que a candidatura de Carlos Figueiredo está a mostrar uma dinâmica de vitória que desbarata por completo a máquina comunista, já que as outras forças políticas, em boa verdade, nem máquina têm. O próprio aparelho do PS está como que deslumbrado com os operacionais não profissionais da candidatura de Figueiredo e os elementos das equipas redescobrem-se e motivam-se, aliando as convicções ideológicas ao sentido de missão e serviço público. É mesmo impressionante o resultado da combinação de factores de competitividade, particularmente em matéria de gestão de entropias e de velocidade de operacionalização.

A candidatura de Figueiredo está a marcar a agenda política autárquica.

As restantes bem podem ir à bruxa.

quinta-feira, setembro 01, 2005

Demolidor

A foto mostra uma cadela Dobermann lambendo um bombeiro exausto. Ele tinha acabado de salvá-la de um incêndio em sua casa, resgatando-a elevando-a para o relvado da frente. Ela estava prenha. O bombeiro teve medo dela no início, pois nunca antes ele tinha resgatado um Dobermann. Quando finalmente o fogo foi extinto, o bombeiro sentou na relva pararecuperar o fôlego e descansar. Um fotógrafo do jornal "The Observer", notou a Dobermann olhando parao bombeiro. Ele viu-a andar na direcção dele e interrogou-se sobre o que a cachorra iria fazer. Enquanto o fotógrafo levantava a câmara, ela aproximou-se do bombeiro que lhe tinha salvo a vida e ... "beijou-o". Veja porque uma imagem vale mais do que mil palavras. E ainda existem pessoas que acham que o animal não tem nada para nos ensinar...

É verdade. O texto não é meu mas não deixo de acrescentar que anda por aí muito cão a morder a mão que lhe dá o pão.

Um abraço para os nossos bombeiros.



Definitivamente



Depois das confusões e devaneios governativos de Durão Barroso, das vilafrancadas de Paulo Portas e das docadas de Santana Lopes, tudo temperado com Marques de Pombal (o líder a prazo), eis que a nível local as coisas vão pouco melhor, muito obrigado.

Não se questiona a honorabilidade dos protagonistas. Questionam-se as atitudes; os comportamentos; a imagem com que os outros ficam de nós.

O candidato à Câmara de Beja revelou-se pouco político e vazio de conteúdo. Do que foi dado a conhecer até agora, não consegue equipa nem recursos.

Pior: as idéias boas não são originais e, lamentavelmente, as originais não são boas.

O PSD está de pernas para o ar, com as setas a apontar para baixo.

Que se dirá dos índios.

quarta-feira, agosto 31, 2005

Empacotados


Pudemos ontem ouvir declarações do candidato comunista à Câmara Municipal de Beja.
O tom de voz e o desconforto denunciado perante as perguntas dos jornalistas, deram a conhecer um homem sem idéias, sem projecto e desesperado com o desempenho do aparelho.
O Partido Comunista está desgastado e a braços com uma crise de adaptação e mudança.
A máscara está a cair e mostra por detrás dela algo velho e pregueado.
O que tem para nos apresentar é um produto de largo consumo, empacotado em plástico reciclado e reciclável, light e déja vu, como as refeições da classe turística da transportadora aérea nacional: alimentam pouco mas aconchegam o estômago dos clientes.

terça-feira, agosto 30, 2005

Les uns, les autres

Este simpatiquíssimo bichano é muito raro e está protegido. E ainda bem. Tive oportunidade de o conhecer no final de Julho último. Tem tudo o que potencia a atracção sensível dos humanos, nomeadamente a humildade inteligente.
Falo-vos do burro da Graciosa, ilha açoreana lindíssima - de gente lindíssima, costumes apaixonantes e sociabilidade incomum - onde a paisagem ainda selvagem está repleta de animais e vegetação expontânea.
Fiquei literalmente cilindrado com o acolhimento das pessoas, domínio em cultura geral e disponibilidade para os outros. Foi o local onde encontrei mais notáveis por Km2. É lá, por exemplo, que o casal Louçã tem uma pequena casa junto ao mar (que inveja!).
Mas o bichano conquistou-me, confesso. Há muito que não via burros tão interessantes, até na coloração muito particular(reparem na foto).
E mais uma vez, com inveja. Inveja por os nossos burros (sim , os daqui) serem tão comuns.
Mas então?...
Temos o que temos.

sexta-feira, agosto 26, 2005

O mito da competência

Mais de duas décadas de intoxicação mediática fizeram apelo subliminar à crença mitológica de que o trabalho da CDU no concelho de Beja se tem pautado pela excelência. Porém, quando vamos para o terreno em observação e procuramos os parâmetros de qualidade, rapidamente nos assiste um sentimento de frustração angustiante.
Há muito que o projecto comunista esgotou; não foi regenerado, modernizado, adaptado. Falta-lhe criatividade, empenho, convicção, pró-actividade. Agoniza na verborreia, ortodoxia e inveja. Desceu às profundezas da mediocridade.
A fasquia foi colocada muito abaixo do exigível para que os menos aptos a pudessem transpor. Instalou-se uma corporação de classe, de clientes de vistas curtas, sustentada por pessoas que foram paulatinamente educadas para a gratidão de viver com pouco mais do que tinham antes.
O apregoado sucesso comunista assenta na memória de grandes carências de condições mínimas de vida das populações rurais. Tais carências transitadas do regime de Oliveira Salazar – saneamento básico, energia eléctrica, rede de água potável, saúde – cumpridas até há cerca de 8 anos atrás, estão razoavelmente satisfeitas. De lá para cá, pouco foi realizado. As freguesias rurais estagnaram, genericamente estão com níveis de qualidade de vida muito abaixo das do centro urbano. Proliferam as cinturas de barracas, acumulam-se lixos e sucatas, faltam infra-estruturas sociais de base, planeamento urbano e os caminhos municipais estão degradados.
No centro histórico da cidade verifica-se a completa ausência de um plano de reabilitação que permita a reinstalação de habitantes, particularmente jovens.
Sem novos habitantes, não há atracção comercial e, concomitantemente, animação e incremento da educação para a cidadania.
Como é degradante a imagem transmitida aos forasteiros que nos visitam com o mercado frente ao castelo e lixo acumulado junto aos contentores. As muralhas da cidadela nunca foram limpas e preparadas para passeios turístico-culturais.
A política cultural focalizou-se na subsidiação e na dependência e nunca se fez uma avaliação do processo.
O Pax Julia ainda agora foi inaugurado, já está encerrado para férias. Dois meses de trabalho após 15 anos de inactividade.
Relativamente à Beja Polis, é o que se vê. Algumas obras de significativo custo acabaram por ser feitas sem enquadramento e com linhas estéticas discutíveis e as contas nunca mais encerram.
A sinalética é inadequada e de difícil leitura. Não foi feito um plano integrado de aproveitamento dos espaços, a iluminação é escassa e existem secções há meses desligadas (Parque da Cidade e zona circundante da ermida junto ao cemitério), o que tem permitido o vandalismo gratuito.
O Petra não serve os interesses da população e o sistema de trânsito gerou complicações difíceis de solucionar como o da Praça da República.
Há um péssimo serviço de higiene urbana, desadequado e denunciante de desorganização das equipas. As sarjetas e ruas não são lavadas durante o período estival e as areias resultantes das pequenas obras não são removidas.
O orçamento municipal afigura-se descompensado. É possível adivinhar a impossibilidade de assunção de novos créditos e tudo aponta para um comprometimento a priori dos orçamentos dos 4 anos que se seguem, deixando o próximo executivo com dificuldades de manobra.
São estes os parâmetros de excelência legados pelo Partido Comunista e pela CDU no concelho de Beja. Decididamente a corporação perdeu-se no pantanal.
Os munícipes cansaram e preparam-se para dar a resposta adequada.
Há um novo projecto para o concelho com uma nova visão estratégica. Uma atitude mais positiva e um compromisso para as novas gerações. Com ele, a cidade e as freguesias rurais vão enriquecer-se, modernizar-se e tornar-se mais atractivas, acompanhando as freguesias urbanas.
As pessoas vão ser mais felizes.
O mito cairá.