quinta-feira, setembro 22, 2005

segunda-feira, setembro 12, 2005

Coisas sérias

Não será o problema mais candente da cidade; mas é um problema.
Não será a maior preocupação; mas é uma preocupação.
Também não constituirá perigo eminente; mas pode constituir perigo para a saúde pública.
Não será o mais urgente; mas urge resolvê-lo.
O canil / gatil municipal - sob gestão da Associação "O Cantinho dos Animais" - vive momentos angustiantes. As instalações têm uma capacidade instalada para 80 animais mas estão lá cerca de 160. Alguns (bastantes) padecem de enfermidades irreversíveis e não serão nunca adoptados. As despesas médicas dispararam e são já incomportáveis para a Associação. A alimentação está a ser generosamente fornecida a crédito.
Por seu turno, há notícia de que o município não tem feito o abate legal dos animais portadores de doença incurável. Estará igualmente alheado do apoio merecido desta equipa de voluntários.
Vale a pena ver de perto o que lá se passa e escutar as angústias dos responsáveis da Associação.
Independentemente de responsabilizações, importa que a edilidade e particulares assumam a situação como de interesse público.
O canil não é um vazadouro de animais cruelmente abandonados.

quarta-feira, setembro 07, 2005

A herança CDU




Estes cenários chocantes não são de nenhuma cidade do vulgarmente designado de terceiro mundo.
São imagens da nossa cidade; de Beja.
Em 2005 - século XXI DC - bem no coração da urbe, entre o bairro da polícia e o ramal ferroviário da Funcheira, ergue-se este verdadeiro ghetto nas traseiras dos edifícios, misturando barracas com carros apreendidos, pombais, galinheiros e canis.
As imagens falam por si.

segunda-feira, setembro 05, 2005

Mudar

As próximas eleições de 9 de Outubro são decisivas para o concelho de Beja. A cidade tem de se afirmar como capital do Baixo Alentejo – a maior região do país e a maior da Europa, em superfície.
Essa afirmação far-se-á com uma liderança forte que rompa com o passado e se inconforme com a mediocridade das opções tomadas até agora.
Temos vivido sob uma administração de vistas curtas, sem ambição, castrada de visão estratégica, que olha o umbigo e se distrai do mundo dos satélites e da informação transportada pela fibra óptica.
Não basta mudar rostos e falar de modernidade; impõe-se mudança de política.
Estamos no século XXI e as carências são escandalosas, não obstante o potencial.
Queremos uma nova administração voltada para fora das paredes dos Paços do Concelho que suje os sapatos na poeira dos caminhos das freguesias rurais, percorra bairros e ruelas, ande de autocarro, fale com pessoas e organizações, abandone o autismo.
É insustentável perceber que ao fim-de-semana qualquer sede de concelho dos arredores tem mais animação, mais vida, mais gente.
É incomportável continuarmos a perder uma média de 12 pessoas por dia, comprar casa a €1500.00/m2 e ver barracas, casebres, pombais e galinheiros em terrenos desocupados, bem no centro da cidade.
O mais precioso dos recursos que um território possui – as pessoas - foge em busca das oportunidades que outros foram criando.
Temos de gerar atractividade e divulgá-la pelo país, Europa e mundo. Criar uma imagem positiva do território e de abertura a quem quiser aproximar-se. Mostrar uma cidade moderna, arejada, limpa, dinâmica, com grande qualidade e que deixe de ser a terceira cidade portuguesa com o custo de vida mais elevado.
Beja tem de ser recolocada no mapa.
As necessidades de desenvolvimento sustentado passam pela instalação de mais e melhores empresas, geradoras de emprego directo e indirecto, com remunerações mais elevadas e disponibilização de espaços adequados a instalações de médio e grande porte.
Precisamos de paixão nos actos, de gente que ame a cidade, com espírito de serviço e sacrifício que lidere as populações e as faça sentir parte do processo evolutivo.
Queremos uma equipa determinada, coesa, honesta, competente, incutidora de confiança e crença no futuro.
Queremos voltar a ver sorrisos nos lábios de todos.
A madrugada de 25 de Abril de 1974 trouxe-nos de volta um instrumento preciosíssimo de decisão sobre o futuro: o voto. De então para cá, temos vindo a assistir a um crescente desinteresse pelo mais precioso dos actos de cidadania democrática que é preciso inverter.
Depois da entrega, do esforço - e até do sacrifício da própria vida - de todos quantos lutaram contra a ditadura do Estado Novo, é inqualificável que se prescinda do poder de decisão que o Estado de Direito Democrático colocou à disposição de todos os cidadãos.
Temos de transmitir às novas gerações a história e a cultura democráticas e incutir-lhes o espírito de cidadania participante e activa para que refresquem a classe política.
Todos podem e devem votar. Os que têm dificuldades de deslocação e não dispõem de meios adequados podem requisitá-los gratuitamente. Bombeiros, GNR, PSP, Protecção Civil, Cruz Vermelha e outros, estarão disponíveis.
O voto muda e é preciso mudar.
É preciso mudar Beja.
Para que seja mais feliz.

sexta-feira, setembro 02, 2005

Bola de cristal



Decididamente, CDU e PSD (pronto, está bem: CDS e Bloco de Esquerda) não conseguem encontrar a sincronização das sinergias de dinâmica. Na essência, os pontos fracos de que aquelas candidaturas enfermam resultam da inconsistência e/ou ausência de visão, missão e objectivos.

Ninguém de bom-senso pode hoje aliviar a ciência e a técnica das campanhas eleitorais, mais do que os recursos financeiros. Como nas organizações, as equipas recrutam-se, seleccionam-se, integram-se e desenvolvem-se e o mais importante dos capitais destas verdadeiras equipas de projecto é o capital humano, na medida em que é ele que transporta os activos em conhecimento.

Da gestão deste conhecimento resultam vantagens competitivas sobre a concorrência. A evidência mostra quotidianamente, quase hora a hora, que a candidatura de Carlos Figueiredo está a mostrar uma dinâmica de vitória que desbarata por completo a máquina comunista, já que as outras forças políticas, em boa verdade, nem máquina têm. O próprio aparelho do PS está como que deslumbrado com os operacionais não profissionais da candidatura de Figueiredo e os elementos das equipas redescobrem-se e motivam-se, aliando as convicções ideológicas ao sentido de missão e serviço público. É mesmo impressionante o resultado da combinação de factores de competitividade, particularmente em matéria de gestão de entropias e de velocidade de operacionalização.

A candidatura de Figueiredo está a marcar a agenda política autárquica.

As restantes bem podem ir à bruxa.

quinta-feira, setembro 01, 2005

Demolidor

A foto mostra uma cadela Dobermann lambendo um bombeiro exausto. Ele tinha acabado de salvá-la de um incêndio em sua casa, resgatando-a elevando-a para o relvado da frente. Ela estava prenha. O bombeiro teve medo dela no início, pois nunca antes ele tinha resgatado um Dobermann. Quando finalmente o fogo foi extinto, o bombeiro sentou na relva pararecuperar o fôlego e descansar. Um fotógrafo do jornal "The Observer", notou a Dobermann olhando parao bombeiro. Ele viu-a andar na direcção dele e interrogou-se sobre o que a cachorra iria fazer. Enquanto o fotógrafo levantava a câmara, ela aproximou-se do bombeiro que lhe tinha salvo a vida e ... "beijou-o". Veja porque uma imagem vale mais do que mil palavras. E ainda existem pessoas que acham que o animal não tem nada para nos ensinar...

É verdade. O texto não é meu mas não deixo de acrescentar que anda por aí muito cão a morder a mão que lhe dá o pão.

Um abraço para os nossos bombeiros.



Definitivamente



Depois das confusões e devaneios governativos de Durão Barroso, das vilafrancadas de Paulo Portas e das docadas de Santana Lopes, tudo temperado com Marques de Pombal (o líder a prazo), eis que a nível local as coisas vão pouco melhor, muito obrigado.

Não se questiona a honorabilidade dos protagonistas. Questionam-se as atitudes; os comportamentos; a imagem com que os outros ficam de nós.

O candidato à Câmara de Beja revelou-se pouco político e vazio de conteúdo. Do que foi dado a conhecer até agora, não consegue equipa nem recursos.

Pior: as idéias boas não são originais e, lamentavelmente, as originais não são boas.

O PSD está de pernas para o ar, com as setas a apontar para baixo.

Que se dirá dos índios.