quarta-feira, outubro 19, 2005

Inoperacionalidade


Os resultados autárquicos de 2005 no concelho de Beja quedaram-se por uma derrota para o Partido Socialista.
O apoio estrutural da Concelhia de Beja esteve muito longe do que era expectante.
Como já muita gente focou, não existem mais condições de permanência dos órgãos concelhios actuais (nem federativos), devendo o presidente apresentar a sua demissão.
Há, no entanto, quem defenda que esta demissão é inadequada no momento porque vamos entrar em actividades eleitorais presidenciais. Uma demissão causaria turbulências destabilizadoras e a antecipação de um processo eleitoral interno traria consequências nefastas.
Porém, Pinheiro Monge - o presidente da Concelhia de Beja do Partido Socialista - é apoiante de Manuel Alegre. Não sendo este o candidato oficial do Partido Socialista à Presidência da República, internamente não pode recorrer à logistica de apoio.
A manutenção de Pinheiro Monge à frente da Concelhia de Beja revela-se, então, estratégica para a candidatura de Manuel Alegre que, desta forma, indirectamente, pode usufruir de um aparelho - fraco, é verdade porque pouco operacional como se viu nas autárquicas - de que, oficialmente, não pode dispor.
Esta situação é absolutamente insustentável. Tendo em consideração a pessoa - que respeito e aprecio - lanço daqui, mais uma vez, o repto de que deve apresentar a renúncia ao mandato, como o deve fazer toda a equipa.
Os acontecimentos marcam acontecimentos. Não há nada de errado em assumir derrotas e convicções. Mas é preciso saber sair pela porta da frente. Se assim for, o retorno é sempre possível. Pelo contrário, se forem outros a emporrarem-nos para a porta, dificilmente voltaremos.

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