segunda-feira, setembro 18, 2006

É mesmo para andar


Recentemente veio transcrito nalguma comunicação social nacional que o projecto do Aeroporto de Beja iría parar por força da política de contenção do défice orçamental para 2006, nomeadamente no que diz respeito à não realização de um Orçamento Suplementar.
Como cidadão interessado procurei indagar da veracidade de tais afirmações e concluí não existirem quaisquer indícios de que tal possa vir a acontecer.
As previsões para o arranque das obras mantêm-se para final de Outubro ou princípio de Novembro. Significa que, relativamente a dinheiro, não acarrecta desajustamentos na medida em que a probabilidade de novas execuções orçamentais, para além das que já estão consumadas ou perspectivadas de consumação, é praticamente nula até ao final do ano.
Não há, então, perigo no horizonte para o arranque do projecto.
Este tipo de notícias - que se percebem dentro de detirminadas estreatégias políticas e económicas - têm a particularidade de amortecer as iniciativas empresariais que os investidores atentos projectam já com vista ao futuro próximo (lembremos que a exploração comercial do aeroporto está prevista para o 2º semestre de 2008). A criação de expectativas hexitantes desencoraja a assunção do risco.
Evidentemente que os consórcios perdedores do concurso, algum empresariado instalado e interesses de natureza política, consubstanciam um grupo de descontentamento resistente à mudança e, de facto, é de mudança que se trata.
A região não tem empresários com capacidade de afoitamento para iniciativas desta envergadura. Logo, virão de fora e trarão frescura de idéias, princípios e actuações que empurrarão para a Arquelogia os instalados que não se renovarem e adaptarem.
Também não temos o capital humano e intelectual necessário ao abastecimento de quadros das empresas que rapidamente se instalarão. Urge formar o que disponível e com aptidão básica temos e rapidamente. De contrário, virão de fora e em força, o que em boa verdade também é positivo. Refresca o genes.
Então, deixemo-nos de tretas, mexamos as canetas, e punhamo-nos nas lambretas que o melhor é o Aeroporto.
Convém, entretanto, lembrar o IEP e a REFER das suas co-responsabilidades; o primeiro, no tocante às execuções do IP8 e do IC 27; o segundo, relativamente à reabilitação da rede ferroviária.
Não queremos cá empatas.

quinta-feira, setembro 07, 2006

Não dá para acreditar



Veio à ribalta a notícia de que a CP se prepara para eliminar os quatro percursos diários (dois para cada lado) do combóio Intercidades entre Beja e Lisboa, substituindo-o por um outro intercidades que passará a circular no percurso mas com desvio para Évora, em Casa Branca, justificando o investimento com as obras que vão ser efectuadas na reconstrução da via, entre Casa Branca e Évora, há muito degradada e com pouca utilização.

Como se sabe, em Casa Branca, quem vem no IC, faz transbordo para uma velha automotora, desconfortável e completamente desadequada às exigências mínimas dos passageoiros de hoje, para seguir até Évora. Mas são muito poucos os passageiros. As alternativas são muitas, mais rápidas e mais baratas.

Imaginem agora o inverso: Beja, cidade aeroportuária, sem estradas boas e sem combóio rápido, ligando a Cidade à capital, a Sines, a Lisboa e a Évora, em via electrificada, servida por uma automotora reconstruída, gentilmente cedida pelo ramal da Lousã.

É para rir!

quarta-feira, setembro 06, 2006

Participado



Tem logótipo e tudo.

Só não ficamos a saber lá muito bem o que é que está na génese deste projecto do Dr. Francisco Santos: se é a aplicação de princípios fundamentais da participação democrática nos assuntos que dizem respeito aos munícipes (decorrente dos preceitos constitucionais e até do próprio Código do Procedimento Administrativo), se a adaptação do cognominado orçamento participativo, expressão que, claramente, não significa o mesmo em português do Brasil e em português autêntico.

Duas coisas já está a conseguir - chamar a atenção dos media e competir com a oposição na marcação da agenda política. É bem provável que seja apenas isto que o Sr. Presidente pretende.

Para nós, munícipes preocupados com a vida do concelho, seja lá porque carga de água for, convém estarmos atentos e participar para que não seja só a clientela comunista - que não faltará a nenhuma das sessões programadas - a traçar as linhas de rumo desta terra. Porque em boa verdade, queixamo-nos muito deles (comunistas) mas não conseguimos ainda gerar alternativa suficientemente credível e energia cinética bastante para lhes fazer marcação cerrada.

Precisamos de ser mais dedicados às causas comuns e mais interventores nos destinos municipais. Não o sendo, deixamos de ter autoridade para criticar seja aquilo que for.