quinta-feira, julho 28, 2005

Outros ares

As férias são sempre agradáveis sobretudo quando à quebra da rotina diária se pode associar uma visita a um local diferente, preferencialmente onde se não tenha estado antes.
Foi o que fiz.
Resolvi visitar três das ilhas açoreanas: Faial, Terceira e Graciosa. Não deu para mais.
Mas o que vi foi deslumbrante e recomendo vivamente que visitem aquela região autónoma. A beleza natural, a vegetação luxuriante, o estilo de vida das populações e a qualidade das mesmas só é beliscada pelas acessibilidades e pelos bairros de lata de pobreza extrema que se geraram em torno das Lajes, na Terceira. O aeroporto civil é uma vergonha, comparado com alguns dos aeródromos geridos pela ANA nas diferentes ilhas. E fiquei consciente que o aeroporto civil em Beja será muito maior, mais funcional e operacional do que o da Terceira. E não custará muito mais, a avaliar pelas intervenções que já estão a ser feitas e que ainda faltam fazer nas Lajes, sem mexer na pista.
As ligações por barco são morosas e penosas. Distâncias relativamente curtas são percorridas a passo de caracol. Fazem falta navios de tecnologia mais moderna, como é o caso dos jettfoil que fazem as ligações Macau - Hong Kong, capazes de navegar rápido mesmo em águas agitadas, sem grandes oscilações. Também faz falta concorrência nos transportes aéreos, já que a SATA e a TAP detêm o monopólio o que resulta em desvantagem para o cliente em termos de preços. Como indicador de referência, sempre vos digo que a volta que dei custou 32o euros em transporte aéreo, para percorrer 1700Kms. Na ida e na volta. Uma viagem para Hong Kong, ida e volta, por exemplo na KLM Ásia, custa 600 euros e percorre-se mais de meio mundo. É mais barato ir a Amesterdão, Londres ou Dublin do que ir aos Açores.
Não tenho a menor dúvida de que, se a cocorrência acontecer, muitos mais continentais visitarão aquele arquipélago que possui, na ilha do Faial, o único vulcão activo do território nacional: os Capelinhos. E não nos podemos esquecer que a SATA é subsidiada pelo Governo Regional.
Curiosamente fez-me trazer à memória excertos do trabalho de Augusto Mateus e Associados relacionado com o Alentejo. A RAA é a região mais pobre do país, imediatamente a seguir ao Alentejo. E à semelhança das regiões menos desenvolvidas do território nacional, a que mais elevado custo de vida tem. Embora carecendo de demonstração matemática, o que se verifica é que, quanto mais pobre, mais cara. Aqui pobre é sinónomo de menor contributo para o PIB.
Mas fui às compras e garanto-vos que a diferença é muito grande. Para pior, claro. Os combustíveis são ligeiramente mais baratos.
O resto é tudo bom.
A nossa Região de Turismo bem podia desenhar um plano de intercâmbio com aquela região e, quem sabe, já com vôos directos entre Beja e Lajes. Bela inauguração, não acham?

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