Não há como dar-lhe a volta.
A administração da EMAS de Beja não se aproxima da excelência. Tem problemas de gestão e não consegue resolver a questão do saldo deficitário de tesouraria, tendo em conta o diferencial entre a água que bomba e trata e a que factura. Haverá furos de diversos tipos e por todo o lado.
Está dependente da Associação de Regantes do Roxo e diz que eles é que têm a culpa porque cobram o metro cúbico a € 0,06, exorbitante tendo em conta os preços praticados por outras entidades noutras zonas do país.
Evidentemente que a culpa não é apenas da ARPR; é também do cliente (EMAS). Está em condições de planear a contratualização de novos pontos de abastecimento em condições bem mais competitivas e não consegue as sinergias e o planeamento estratégico adequados. Aliás, já o devería ter feito há anos.
Face às circunstâncias, na impossibilidade de satisfazer as necessidades dos clientes e de obter receitas mais confortáveis, pede ao executivo camarário para aumentar os preços e aquele concede para proteger os seus correlegionários.
E sobem os preços bem mais acima da inflacção esperada. 10%!
O cliente não tem alternativa. Daí o cartoon que inseri neste artigo.
Embora digam que sim, a água não tem qualidade. Tem cheiro, transporta químicos de tratamento em excesso que causam alergias na pele durante o banho e muita matéria orgânica. O paladar é desagradável.
Mas não podemos mudar de fornecedor. Estamos condenados a ter apenas este.
Em monopólio é assim: o fornecedor é quem dita as regras do jogo.
Então, como não há dinheiro nem condições para gerir o serviço com maior eficácia e ficiência, carrega-se no munícipe.
É bem mais simples e permite uma margem folgada para repensar o que é necessário fazer.
Vai passar a entrar mais dinheiro. Isso é que interessa.
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