Grande filme!
Os homens desempenharam o papel com toda a estética e determinação no acto. O cidadão suspeito, de elevado índice de perigosidade, estrutura física atlética, munido das mais perigosas armas, é eficazmente retirado da multidão, prostrado no chão, esmagado pelo joelho de um policial de intervenção e imobilizado por outro para que o acto de colocação de algemas fosse perfeito, apesar de ter demorado entre 3 a 4 minutos.
Este poderia ser o excerto do texto do roteiro de uma novela de ficção televisiva, alusiva aos acontecimentos estudantis de Coimbra, não fosse o actor principal um jovem caloiro de comunicação social, de 19 anos, franzino, pacato, que não resistiu um nanosegundo aos actos policiais e a quem foi aplicada a medida de constrangimento ( e eles a darem-lhe em chamar coacção!) de apresentação quinzenal na esquadra de polícia da área de residência, apenas por usar de direitos constitucionais: o de se rebelar e o de se manifestar livremente.
A ousadia, a coragem e determinação demonstrada pelos profissionais de polícia envolvidos sobre a cobaia provam que estão aptos a enfrentar delinquentes perigosos sem que aqueles possam pestanejar. Há que os colocar a fazer serviço rapidamente, já que as estatísticas apontam para um incremento da criminalidade violenta.
A meu ver não será muito razoável que passem a utilizar rotineiramente o método de aplicação do treino em prática simulada sobre populações estudantis de meios académicos com tradição de luta (como é o caso de Coimbra) pois os estudantes conhecem a história e lêem-na, adaptando-a em cada momento às circunstãncias. E até hoje (e recuemos apenas até Maio de 68) nunca nenhum Estado ganhou aos estudantes, nem a prepotência vingou sobre a razão e a liberdade. É tudo uma questão de tempo.
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