terça-feira, novembro 23, 2004

Consenso

Não são apenas os baixo-alentejanos que defendem a tese das potencialidades de desenvolvimento sustentado e sustentável da imensa região situada entre as linhas de Portel e a serra algarvia. À vasta lista de autócnes agregam-se outras pessoas com diferentes ideologias, formações, actividades e experiências nacionais e internacionais.
Passo a passo, novos elementos são adicionados ao cimento que une os tijolos da edificação desta unidade territorial indelevelmente identificada, dando razão às vozes que há mais de 50 anos dão alma à idéia de progresso gerido de acordo com o carácter próprio de uma cultura específica, à semelhança de outras regiões portuguesas com especificidades próprias. E são tão ou mais portuguesas que as restantes.
Todavia, existe abertura à inovação, à modernidade, ao progresso científico e tecnológico.
Reconheço que ao longo destes últimos 50 anos, muita coisa mudou para melhor no Baixo-alentejo. Mas existem muitas outras que não se concretizam em virtude das entropias que confrangem a iniciativa e empatam o progresso.
Gente conservadora, interesseira, gulosa que objectiva vantagens pessoais e não vantagens colectivas.
Mas vamos ao que interessa.
No suplemento do Diário Económico Fora de Série, de Outubro, sob o título Personagem: Juan Villalonga, podemos ler que este gestor que trabalhou para a Telefónica, para o BPA e para a Lusotur, afirmou que Portugal pode ter um rendimento per capita, num horizonte de dez anos, superior ao da Alemanha ou ao da França. E avança esclarecendo que a Península Ibérica foi a região do mundo que mais se desenvolveu nos últimos 25 anos e Portugal registou alterações económicas, sociais e culturais mais significativas do que a Espanha. E complementando a afirmação de fundo, reforça que o país e os seus decisores políticos e económicos devem ter uma idéia clara para os próximos 25 anos.
Curiosamente, quando lhe pedem para dar mais exemplos da sua visão para Portugal, afirma: Creio que uma cidade como Beja, por exemplo, se pode tornar uma espécie de Las Vegas da Europa. Hoje Beja é uma cidade do interior, perdida na região mais desertificada do país, o Alentejo. Beja tem condições para se tornar , dentro de oito anos, na Meca do entretenimento e de bem-estar da Europa. Não é difícil de a imaginar, neste horizonte de tempo, com oito campos de Golfe, quinze hotéis, cinco casinos, três centros de rejuvenescimento e três de ioga. Condições não lhe faltam. Mas será necessária a convergência de vontades políticas e empresariais.
Mais comentários para quê?

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