A preparação para a alternativa ao projecto político velho de mais de 25 anos que tem persistido no concelho de Beja impõe-se. Feitas as contas, estamos a 11 meses das eleições autárquicas e ainda se não vislumbram definições. Todos aguardam pelo momento M e não querem assumir o pioneirismo.
Não é fácil escolher o candidato à Câmara Municipal; é preciso que essa figura reúna vários requisitos de alguma complexidade, nomeadamente a satisfação dos critérios dos prosélitos internos das organizações políticas que os suportam mas, sobretudo, que disfrute de um potencial de estado de graça junto da opinião pública.
Para além disso, o factor qualidade passou a ser um recurso estratégico. Qualidade dos restantes candidatos à Câmara Municipal e à Assembleia Municipal, cujo líder deverá reunir igualmente requisitos particulares de capacidade de liderança, condução de reuniões e de gestão de conflitos de interesses, independentemente da fidelidade política.
Porque os Presidentes de Junta de Freguesia têm assento por inerência na Assembleia Municipal, é igualmente importante que se saiba escolher bem as equipas candidatas para que suscitem a simpatia do eleitorado.
Até agora, o que se tem verificado é que existe uma tendência para a perpetuação da presença de figuras completamente inertes e outras pouco interventoras nos lugares das diferentes listas de candidatos, numa atitude de completo desprezo pela preocupação da fidelização de eleitorado e de conquista de novos eleitores.
Interiorizou-se uma cultura de pagamento às tropas. É candidato quem bajula o líder, quem diz sim a tudo, quem não tem idéias próprias. Quanto mais medíocre melhor, não vá o sujeito puxar o tapete.
A fabricação de actores secundários atingiu igualmente cenários de despudor. Colocam-nos a dizer coisas - como o fazia a prima Jorgina da rábula da ida à guerra do Raul Solnado - empurram-nos para a ribalta e fazem-nos assumir ridículos para proteger o líder de vexames. E, coitados, sem se aperceberem, extasiados pels luzes da celebridade, acabam por ser cobaias destinadas a morrer por uma causa superior.
É vê-los começarem a posicionar-se, a aparecer em encontros formais, como que a desenvolver um marketing pessoal do ó pra mim a brilhar.
O momento é decisivo. É chegada a hora de assentar, conceber a visão do problema, definir a missão, elencar objectivos tangíveis e arquitectar um plano estratégico.
A aplicação das técnicas de recrutamento e selecção usadas em gestão das pessoas pode contribuir muito para uma boa elaboração de listas de candidatos autárquicos. Assim se saiba elaborar bem as respectivas grelhas de definição de perfis.
Porque vamos mudar.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Coloque aqui o seu comentário