Finalmente o PR encheu-se de coragem, chamou os bois pelos nomes e comunicou ao PM da sua intenção de dissolver a Assembleia da República. Intenção porque faltam os procedimentos legais que envolvem o processo.
Fiquei espantado com a serenidade com que o país encarou a crise política. O comportamento dos portugueses superou as minhas expectativas, numa demonstração de maturidade acima dos padrões a que estamos habituados.
E o país não parou; continua a trabalhar (não obstante os feriados, claro está). Os serviços públicos - salvo uma ou outra excepção resultante de actos de administração deficientes protagonizados por nomeados de bazar chinês - mantêm a rotina e as actividades de que foram incumbidos de realizar, numa demonstração inequívoca de que os funcionários e agentes são profissionais competentes e dedicados, contariamente ao que o PM e a Tutela têm querido fazer crer para desajeitadamente justificar o excesso de despesa com salários.
Desgraçadamente, com a continuação da plenitude de funções do governo, as nomeações de novos elementos santanistas para substituir barrosistas nos nossos serviços acabam por se concretizar. Pelo menos, com a mais que garantida mudança de política, essa gente arrogante, petolante e agressiva - que nem aos seus perdoa - sairá de crista derrubada mas não deixará de causar entropias, já que indemnizá-los sai caro. E a Nação já tem tenreiros(1) que bastem. Pelo menos não entrarão a fazer sangue como já se adivinhava, tal é a carga de vingança que acoplaram à baioneta.
Por cá, já pareciam baratas tontas desorientadas pelas queimaduras provocadas pelo agarrar desastrado das asas dos tachos fervilhantes, ainda antes de terminada a cozedura.
Política é isto mesmo: ninguém tem cadeira de fundo térmico.
(1) Bezerros mamões.
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