quarta-feira, junho 29, 2005

Pax Julia - Cineteatro

Nada mau para começo.
Evidentemente que existem turbulências e entropias em fase de arranque. Alguém disse um dia que nada do que é novo funciona à primeira.
O tempo, a vontade e o empenhamento das equipas encarregar-se-ão do resto.
A existência de uma página na internet ( http:\\www.paxjulia.org) é uma aposta fundamental numa sociedade que se diz da informação. Está bem conseguida, relativamente leve, funcional, com boa disponibilização de informação. Sugiro agora que se passe à funcionalidade da aquisição de bilhetes on-line, retirando a maçada da ida à bilheteira ou a entidade vendedora, sobretudo para espectadores vindos de fora. Para que os clientes optem pelo serviço, institua-se um preço especial para incentivar a compra por aquela via. Claro que interessa aqui uma parceria com uma entidade bancária que se disponibilize a patrocinar a modalidade contra marketing institucional.
Desejo agora ver os candidatos autárquicos já assumidos e os potenciais a frequentarem com assiduidade o equipamento e a propor programas e utilizações. Mesmo no Verão.

quarta-feira, junho 22, 2005

Quaternário

Não me refiro à Arqueologia e aos paleontólogos. Refiro-me à Economia do século XXI e ao pós-Terceário.
A Economia Primária é a Economia da Extracção, hoje a dos países em vias de desenvolvimento e que tardam em descolar do ciclo vicioso da pobreza.
A Economia Secundária é a da transformação que se mantém mas numa perspectiva de sustentação de formatos adequados a cada estádo de desenvolvimento das regiões / países onde estão implantadas.
A Economia Terceária é a dos serviços, dos intangíveis que vingou a partir dos ganhos obtidos pela transformação e com valor acrescentado mais elevado.
A Economia Quaternária é a Economia do Conhecimento, geradora de impactos, baseada na turbulência, na inovação constante.
Sustenta-se no trabalhador do conhecimento (recordem-se dos talentos de que tenho falado), indivíduo peculiar: não tem idade, escolhe onde e com quem quer trabalhar, entra nas organizações que lhe agradam, sai mal se chateia e não está disponível para aturar néscios, sejam colegas ou chefes.
Este fenómeno é conjuntural e já foi apelidado de mestiçagem. Tudo se vai transformar: salário, organização social, protecção social, sistema de ensino, formação profissional, sindicatos, patrões, etc..
No futuro próximo existirão quatro tipos de empresas:
1. Estratega - A que se interroga sistematicamente sobre as suas opções e se ajusta ao ambiente competitivo global.
2. Neuronal - A que se rege por conecções e teias, sobretudo no seu interior, tratando do seu sistema nervoso - aquele activo intangível que lhe confere a verdadeira vantagem concorrencial - pondo em causa os tradicionais sistemas de gestão do potencial humano.
3. Empresa que Aprende - Em ambiente de mudança constante, as competências e as formas de renovação degradam-se a um ritmo alucinante. Este tipo de organização está incessantemente num processo de aprendizagem colectiva, apelando ao seu sistema nervoso.
4. Empresa Societal - Toda a empresa tem de ter utilidade social e estar em processo constante de aumento dessa utilidade. A utilidade económica não é o fim único de criação de riqueza; a certificação social das empresas, da empresa cidadã ou da empresa ética, está aí.
O que nos falta para almejarmos um estádio de "pulo de lobo" para a nossa região?
Quase tudo. Sobretudo pessoas de elevado potencial de competências.

segunda-feira, junho 20, 2005

Renascido

O Pax Julia foi reinaugurado.
Custou bastante dinheiro, tendo em consideração a cidade, a sub-região e a população residente. No entanto, é meu entendimento que a estrutura é importante como contributo para a atractividade do concelho. Essa atractividade tem de ser dirigida a talentos e os talentos são exigentes em infa-estruturas de base.
O Pax Julia vem suprir uma lacuna no segmento da oferta de espectáculos de qualidade para recintos fechados. Estou a falar de teatro que apenas se vê em Lisboa e Porto, concertos de música sinfónica e câmara a que só se assiste em Lisboa e Porto, concertos musicais como os que se assistem no CCB, e tantos outros.
Não se julgue que a sala vai estar às moscas; se a política seguida para a divulgação da reinauguração for continuada, virão pessoas de todo o lado para assistir aos espectáculos, até porque são sempre um pouco mais baratos do que no CCB.
Ora se eu vou de propósito ao CCB e até à Casa da Música ao Porto, mais depressa vou ao Pax Julia se me oferecer idênticas condições na relação preço qualidade e até mais vantajosas.
É elementar.
Desejo aos responsáveis imaginação, sucesso e preserverança.
A cidade marcou pontos.
Uma próxima etapa será a conclusão do complexo desportivo que trará igualmente outro contributo para a atractividade de talentos. Por exemplo, só não estive na reinauguração do Pax Julia porque fui assistir aos campeonatos europeus de atletismo em Leiria.
Sempre vos digo que, tirando o enquadramento do Estádio Municipal de Leiria (reconstruído para o Euro 2004), Beja poderá perfeitamente candidatar-se a um evento desportivo com dimensão internacional.
Não nos esqueçamos que ainda temos o Parque de Feiras e Exposições que tem uma exploração abaixo do nível do seu potencial. Em desporto, por exemplo, pode receber eventos de modalidades "indoor" e equestres de alto nível.
Vamos lá puxar pela cabeça porque dinheiro sem cabeça não se reproduz; consome-se.

quarta-feira, junho 08, 2005

Um ano!

Passaram 365 dias desde que optei por criar esta página.
À partida, não fazia a mínima iéia sobre a utilidade, capacidade de intervenção, popularidade da página.
Volvidos 12 meses, a weblog regista uma média diária de visitas directas de 7, totalizando 2500. Visitas indirectas - isto é, a partir de outras (links) - são mais de 12 por dia, ultrapassando as 3500.
No início não imaginava que esta iniciativa tivesse tal acolhimento. Pelo que parece, os visitantes ficam agradados, manifestam as suas opiniões críticas e lêem-na.
É um estímulo à criatividade e ao incremento da qualidade.
Para os habituais leitores - que já são bastantes - os meus agradecimentos e manifestação de disponibilidade de diálogo.
A todos os outros, não deixem de emitir opinião. Ela serve de factor referencial para poder monitorizar o blog, indo de encontro às expectativas do público-alvo.

terça-feira, junho 07, 2005

O que eles dizem de nós

O Departamento de Estatísticas da UE diz que:
1. Em 2004, a despesa portuguesa com salários e benefícios sociais dos funcionários e agentes da Administração pública é inferior à média dos países da Zona Euro.
2. Em 2003, a média dos 12 em matéria de número de funcionários e agentes públicos é de 25,6%. Em Portugal é de 18%. Na Dinamarca é de 32% e na Noruega é de 32,6%.
A OCDE diz que:
3. Na Europa dos 15, a despesa com cuidados de saúde por habitante é de € 1458/ano. Em Portugal é de € 758/ano. À excepção da Grécia, todos os outros países gastam mais do que nós. Comparativamente, a França vai com € 2730, a Áustria com € 2139, a Irlanda com € 1688, a Finlândia com € 1539 e a Dinamarca com € 1799.
Em Portugal sabemos que:
4. O total das contribuições sociais da Administração Privada é de 34,75% sobre o salário nominal, sendo 11% obrigação do colaborador e 23,75%, obrigação da entidade empregadora. Na Administração Pública os funcionários pagam os mesmos 11% mas a entidade empregadora (Estado) não paga os seus 23,75%, fazendo-o depois, parcialmente, em regime de transferências orçamentais, dando a entender que são gastos adicionais com previdência dos funcionários. Este exemplo de não pagador está, entretanto, a ser seguido por alguns privados.
Quanto aos impostos indirectos:
5. A Finlândia baixou-os em 4%, a Suécia em 3,3% e a Alemanha em 3,2%.
6. Em Portugal, estão por pagar à Segurança Social 3,2 mil milhões de Euros e nos tribunais fiscais estão por cobrar dívidas de 20 mil milhões de Euros.

Os salteadores do largo perdido

Partiram os limitadores de pedra; invadem o passeio público; ocupam o espaço pedonal; trancam os acessos de emergência; instalaram-se no átrio do edifício construido sobre os espojos arqueológicos do Sembrano.
Este é o cenário do Largo de S. João, sob contemplação passiva das autoridades policiais da cidade.
A pequena praça é um autêntico campo de batalha onde os comerciantes locais dão o péssimo exemplo de sublevação e alteração da ordem pública, partindo, estacionando, trancando, arruaceirando, agredindo a liberdade dos outros, abusando da sua e dando péssimos exemplos de comportamento aos restantes automobilistas.
Podemos considerar que a "obra de arte" ali instalada é de gosto e sensibilidade particularmente duvidosos, como podemos admitir a eventualidade da inadequação da adjudicação daquele trabalho. E podem os bejenses não aceitar que aquele elemento constrangedor dessas mesmas sensibilidades esteja ali plantado, junto ao edifício iconográfico que é o Pax Júlia e em frente à edificação enquadradora das ruinas.
Mas que com base nesse desgosto se assalte o território com viaturas automóveis, se estacione no átrio do edifício do Sembrano e se destrua o material arquitectónico do largo, é que já não cabe no léxico da cidadania.
E já que os hábitos de civilidade urbana estão pela hora da morte em matéria de defesa daquilo que é nosso, de todos, que a polícia actue e faça cumprir o Código da Estrada e a Lei em matéria de atentado contra o património urbano.
Não deixo de condenar a Câmara Municipal de Beja por não interceder junto do Comando da PSP de Beja nesse sentido. E se o fez e não obtém resultados, porque não comunica ao Governador Civil e não o denuncia publicamente?
Urge dissuadir os salteadores do largo perdido, antes da inauguração do novo Pax Julia.