quarta-feira, junho 22, 2005

Quaternário

Não me refiro à Arqueologia e aos paleontólogos. Refiro-me à Economia do século XXI e ao pós-Terceário.
A Economia Primária é a Economia da Extracção, hoje a dos países em vias de desenvolvimento e que tardam em descolar do ciclo vicioso da pobreza.
A Economia Secundária é a da transformação que se mantém mas numa perspectiva de sustentação de formatos adequados a cada estádo de desenvolvimento das regiões / países onde estão implantadas.
A Economia Terceária é a dos serviços, dos intangíveis que vingou a partir dos ganhos obtidos pela transformação e com valor acrescentado mais elevado.
A Economia Quaternária é a Economia do Conhecimento, geradora de impactos, baseada na turbulência, na inovação constante.
Sustenta-se no trabalhador do conhecimento (recordem-se dos talentos de que tenho falado), indivíduo peculiar: não tem idade, escolhe onde e com quem quer trabalhar, entra nas organizações que lhe agradam, sai mal se chateia e não está disponível para aturar néscios, sejam colegas ou chefes.
Este fenómeno é conjuntural e já foi apelidado de mestiçagem. Tudo se vai transformar: salário, organização social, protecção social, sistema de ensino, formação profissional, sindicatos, patrões, etc..
No futuro próximo existirão quatro tipos de empresas:
1. Estratega - A que se interroga sistematicamente sobre as suas opções e se ajusta ao ambiente competitivo global.
2. Neuronal - A que se rege por conecções e teias, sobretudo no seu interior, tratando do seu sistema nervoso - aquele activo intangível que lhe confere a verdadeira vantagem concorrencial - pondo em causa os tradicionais sistemas de gestão do potencial humano.
3. Empresa que Aprende - Em ambiente de mudança constante, as competências e as formas de renovação degradam-se a um ritmo alucinante. Este tipo de organização está incessantemente num processo de aprendizagem colectiva, apelando ao seu sistema nervoso.
4. Empresa Societal - Toda a empresa tem de ter utilidade social e estar em processo constante de aumento dessa utilidade. A utilidade económica não é o fim único de criação de riqueza; a certificação social das empresas, da empresa cidadã ou da empresa ética, está aí.
O que nos falta para almejarmos um estádio de "pulo de lobo" para a nossa região?
Quase tudo. Sobretudo pessoas de elevado potencial de competências.

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