terça-feira, novembro 29, 2005

De novo, buracos.

É sempre assim quando chove. O parque de estacionamentodo castelo tem esta sina.
Algo de errado se passa com a consistência do pavimento de terra batida porque abre enormes buracos quando as águas pluviais se abatem sobre a cidade. E os buracos são quase sempre nos mesmos sítios.
Os serviços técnicos municipais devem proceder a uma averiguação da situação e providenciar a reparação adequada do pavimento, evitando danos nas mecânicas das viaturas que lá estacionam.
Já agora, também se impõe alguma disciplina no estacionamento, porque há dias que é um caos. Aí já será um caso de polícia.

terça-feira, novembro 22, 2005

Xicoespertismo



Tenho de concordar com ele.

Numa das suas intervenções recentes, o Presidente Jorge Sampaio refería-se com veemência ao xicoespertismo.

De facto, tenho de aceitar que vivo e trabalho, não num país, mas numa colectividade de cultura e recreio. Que o que interessa é a imagem, o dinheiro fácil e conseguir aldrabar o parceiro.

Importa lá agora se A, B ou C tem competências, é íntegro, defende valores, paga os impostos, esforça-se por ter as contas em dia, se é cidadão atento e preocupado e é incorruptível? Essa alma é um perigo! Se ascende a lugares de decisão pode por em causa o ambiente em que os xicos-espertos se movem. É, com toda a segurança, um classe média e tem de ser mantido no lugar onde está. É ele que paga as estradas, as escolas, as universidades, os politécnicos, os centros de saúde, os hospitais, as pontes, os edifícios públicos, as viagens do Falcon, as comissões dos militares em missão no estrangeiro, ... é o tolo pagador e cumpridor. É ao bolso dele que os governos vão quando estão deficitários. É com ele que o governador do Banco de Portugal goza. É dele que os xicos-espertos vivem. Os pobres não pagam porque são pobres; os ricos não pagam porque não têm tempo. Mas é o parolo do classe média que é acusado de improdutivo, de culpado por não dedicar o seu conhecimento e competências ao país, de ser mau quando faz greve, de estar a mais no Estado e de ser responsável pelo agravamento da dívida das famílias.

EPC referiu-se no Público, exactamente a conteúdos de valorimetria de atitudes do povo português. Em boa verdade, como podemos exigir melhores políticas e melhores políticos se a massa crítica não está à altura de os escolher e fornecer?

Foi assim que se elegeu para Felgueiras quem se elegeu; e para Oeiras. E tantas outras coisas parecidas. Afinal, não só os nomeados que são maus; os eleitos também o são, não generalizando.

As excepções a esta regra vão desvanecendo, definhando e, provavelmente, morrendo.

Tudo se compra e tudo se vende em Portugal. E nada disto é novo. Mais de um século de literatura histórica contam, pelas pavras de grandes escritores, casos paradigmáticos de situações semelhantes às que Eduardo Prado Coelho relata.

E daqui por 100 anos, outros vão achar interessantíssimo o que alguns de nós escreveram, por ser intemporal e, por isso, actual.

É assim em Portugal há mais de 800 anos.

sexta-feira, novembro 18, 2005

Ataque terrorista?

"81 automóveis estiveram envolvidos em várias colisões, ao longo de quase dois quilómetros, entre as 7.28 e as 7.35 horas. Três mortos e 21 feridos, dos quais quatro em estado grave, foi o resultado dos acidentes, que provocaram o corte da A1 ao trânsito até cerca das 14.40 horas".

Mais parece um filme de terror ou a reportagem de um ataque terrorista.

Não há jornal que não dedique espaço ao assunto.

Há uns dois anos, li em qualquer parte - que já não me recordo - algo que dizia que cada acidente rodoviário em Portugal custava qualquer coisa como € 17000,00 e que cada chamada do 112 custava € 175,00.

Multiplicando 80 por 17000, dá € 1360000,00; e por 175, dá € 14000,00. O somatório dá € 1374000,00. Foi quanto custou o acidente de ontem, sem contar com os danos patrimoniais e não patrimoniais. Uma fortuna!

Até admito que aqueles possam não ser os números verdadeiros mas não andaremos longe da realidade, tendo em consideração a quantidade enorme de recursos que são activados para acudir a tais cataclismos.

Tudo porque uma viatura parou na faixa de rodagem da autoestrada do Norte, e todos os outros 80 - que íam voando baixinho - se enfaixaram uns nos outros e mataram os da viatura da frente. Resta saber se os feridos graves se salvam e como ficam para o resto da vida.

Já imaginaram quantas pessoas podíamos tirar da miséria em Portugal com o dinheiro que este acidente vai consumir à riqueza nacional?

Por detrás do nosso egoísmo cego, coloquemos a resposta à pergunta.

segunda-feira, novembro 14, 2005

É o que eu sinto



Este cartoon - embora em inglês - retrata bem o que se passa connosco (eu continuo a chamar-jhe região; desculpem lá). Há décadas que gritamos por socorro e a sensação que tenho é que isso dá gozo aos detentores do poder instituido.

Diz o povo que o cântaro tanta vez vai à fonte que um dia a asa fica lá".

Nós queremos o cântaro inteiro e sabemos quão difícil é arranjar dinheiro para concretizar as obras neste momento. Mas temos de o arranjar.

Alguns dos elementos colocados em lugares-chave - local e regionalmente falando - manifestam vontade férrea de alcançar os objectivos para que foram designados. Um ou outro já fez saber que os hits só se obtêm se o Governo disponibilizar os recursos necessários e suficientes, incluindo pessoas.

Sem mencionar ninguém - quero deixar o meu reconhecimento e palavra de incentivo aos poucos que lutam em surdina, diariamente, para que não se façam nomeações desorientadas e que se cumpram os desígnios do desenvolvimento sustentado e sustentável do Baixo-alentejo, de acordo com um plano estratégico a funcionar em rede. E para que a rede funcione, as pessoas que estão nos lugares têm de possuir aptidões especiais, para além das competências genéricas e específicas para a função.

sábado, novembro 12, 2005

Cheia de "speed"

A condutora desta viatura (loira) cruzou-se comigo 3 vezes, em dias diferentes, no IP2, de Beja para Évora, sempre entre as 9.00h e as 9.20h.
Nesta foto tinha acabado de cometer uma infracção grave (3ª vez), pondo em perigo a segurança de outros condutores.
Nas anteriores duas situações, fez uma ultrapassagem perigosa, atirando o condutor que circulava em sentido contrário para a berma (a 1ª) e da segunda, um salto de peixe depois de ultrapassar duas viaturas, obrigando-me a travar bruscamente para a deixar entrar de novo na mão.
Tratando-se de um carro do Estado - à disposição de uma nomeada, com toda a certeza - impõe-se que a condutora não só cuide bem do património de todos nós mas também que dignifique a imagem dos servidores do Estado, conduzindo segundo as regras do Código da Estrada.
Para evitar o fernezim com que circula na estrada, deve levantar-se mais cedo e conduzir mais descontraída. De contrário, é melhor abandonar já o cargo porque a conduzir como conduz, ...não o vai terminar.

segunda-feira, novembro 07, 2005

Viva o arremeço!

Não pode ser mais esclarecedora a mensagem escrita em edital de pato-bravo.
Não admira.
Num país em que os magistrados judiciais que são órgãos de soberania e, por isso, independentes do Estado e do Poder Político por imperativo constitucional, fazem greve (contra quem? Contra o povo?), é legítimo que um construtor enjeite responsabilidade civil por qualquer arremesso gerador de danos patrimoniais em propriedade alheia.
Então não é o que faz a vizinha do r/c depois de ter dado uma pancada no carro do 2º andar, lá no estacionamento junto à porta?
Não é o que faz o dono do cão que mordeu a filha do vizinho do lado?
Não é o que faz a vizinha de cima quando estendeu a roupa com lixívia a pingar sobre a roupa da vizinha de baixo?
Não é o que faz o condómino que partiu a porta da rua do prédio? Ou que discute que a prestação está alta e não quer pintar o prédio?
Não é o que faz o comerciante do bairro que vendeu o ferro de engomar que não trabalha?
Todos se descartam da responsabilidade civil. Ninguém é ninguém nem tem responsabilidade sobre nada.
Queremos ser um Estado de direito democrático mas o que somos é uma colectividade de cultura e recreio onde a Lei não passa de orientação técnica.