terça-feira, janeiro 31, 2006

Preocupante

Quando ouvi a notícia hoje, às 8.30h da manhã, fiquei surpreendido.
Luís Serrano, actual presidente do NERBE, queixando-se da falta de candidaturas para os órgãos sociais desta importante associação empresarial!
E quando Luís Serrano falou, mais perplexo fiquei. Disse que se candidatava para não se verificar um vazio.
Vejamos: há - por um lado - um divórcio dos associados relativamente à Organização; e - por outro - um quase que sentimento de frete de quem está no poder.
O NERBE / AEBAL não é propriamente uma organização baiúca-de-vão-de-escada. Tem património importante e serviços significativos para os associados. E um papel (pouco explorado a meu ver) de dinamização do empresariado baixo-alentejano e até de estímulo e apoio à instalação de novos empresários.
Duas perguntas pertinentes se colocam: 1ª. Porque é que os associados estão divorciados do NERBE? 2ª. Porque é que os actuais dirigentes sentem a sua recandidatura como um tem-de-ser-porque-não-há-mais-ninguém?
A nossa região tem boas e grandes empresas que, quase de certeza, são associadas do NERBE. Tem outras - privadas e públicas - que deviam ser associadas. O próprio NERBE é sócio de uma empresa de potencial estratégico para a região - a EDAB. Como pode não haver ninguém com credibilidade que não queira concorrer para a liderança desta Organização? Que sentimento é este em que os parceiros mais interessados se alheiam dos destinos económicos e sociais mais relevantes?
Mas algo mais se passará porque os dirigentes da Instituição associativa parecem não estar muito contentes e até espelham aborrecimento por terem de, por obrigação, se recandidatarem.
Bem, neste momento já nada pode ser feito; as candidaturas terminam às 18.00h. Pode ser que alguém acorde para esta realidade preponderante e se atreva, pelo menos, a disputar saudavelmente a liderança da Associação, trazendo valor acrescentado, projectos e idéias inovadoras.
Vejam bem o que é que os governantes vão pensar de nós. Seguramente isto: "olha, os tipos nem querem saber do NERBE e querem IP8, Porto de Sines, Aeroporto e Electrificação do comboio! Vai lá, vai!"

segunda-feira, janeiro 30, 2006

Imagens que perduram


Tenho a certeza absoluta que já vi este cenário numa qualquer rua de Beja!
Não me recordo é onde.

domingo, janeiro 29, 2006

Deslumbrante

Um cenário lindíssimo.
As opiniões divergem quanto a épocas. Há que procurar nos registos para termos certezas.
Porém, parece que desde 1964 que não nevava em Beja. Em Lisboa, há 50 anos.
Na margem esquerda, em Serpa, por exemplo, recordo-me eu: dava aulas na Secundária (1990).
Mas é uma caso excepcional. Conjugou-se uma depressão com frente fria e precipitação que acabou em flocos. Nada que possa dar-nos esperança de que o avanço do deserto para Norte se não verificará.
Ainda não tivemos precipitação suficiente para repor os lençóis freáticos. E a neve só é boa em matéria de azotagem dos solos.
Seja como for, todos sentimos uma certa vontade de brincar e viver a brancura dos flocos que caiam do céu.
Um pouco o regresso à meninice.
Pena que o Natal já tivesse passado. Dar-lhe-ía mais expressão.
Mas durou pouco. Se calhar, ainda bem. Não estamos preparados para estas temperaturas e surgiríam problemas com ruturas de canalizações, excesso de consumo de energia eléctrica, falta de equipamentos de limpeza, etc..

domingo, janeiro 22, 2006

Está decidido!



O Povo decidiu, está decidido.

A partir de amanhã começa um novo ciclo presidencial Com Aníbal Cavaco Silva, succedendo a Jorge Sampaio.

Um estilo diferente, mais tecnocrata e neo-liberal.

Os próximos 5 anos vão determinar circunstâncias diferentes ao nível da mais alta magistratura da Nação.

Finalmente, Aníbal Cavaco Silva consegue o que há anos ambicionava. Evidentemente com mérito próprio, mas também com demérito dos outros, sobretudo para o Partido Socialista.

É agora necessário interpretar desapaixonadamente os resultados. Todavia, não me parece que possa haver qualquer perigo institucional, sobretudo com o cenário que se verifica com a distribuição de forças na Assembleia da República.

Pela primeira vez desde o 25 de Abril, a direita tem um representante eleito como supremo magistrado da Nação. Porém não consegue o trio: uma maioria, um governo, um presidente.

Vamos esperar para ver se o novo formato vem trazer valor acrescentado ao desempenho político e mais qualidade de vida para os portugueses.

sexta-feira, janeiro 20, 2006



Bem, agora temos de mostrar nas urnas o que não queremos. Mas também o que queremos.

Eu não quero nem pensar que tenha de suportar, durante 5 anos, a rigidez matricial, o corporativismo, o arrogante poder financeiro, a direita frustrada.

Não quero nem pensar que tenha de me imaginar menos inteligente, mais equivocado, menos certo, menos apto.

E também não quero o neo-liberalismo, despido dos valores da solidariedade social, da coexistência democrática, da transparência de processos, da igualdade de oportunidades e mesmo da doutrina social da igreja (ainda que seja agnóstico).

Não quero para o meu país a arrogância dos novos ricos, dos ociosos que entendem que os pobres são lixo humano e que se redimem do pecado da ganância batendo com a mão no peito e fazendo voluntariadozinho porque os xás de caridade cairam em desgraça.

Não quero a destruição da classe média que sustenta o Orçamento de Estado.

Mas quero um padrão de vida equilibrado que permita que os casais possam ter filhos e educá-los convenientemente.

Quero segurança quando deixar de ser activo para o trabalho e serviços de saúde eficazes e eficientes quando deles necessitar.

Quero que a minha Pátria (conceito bem mais abrangente do que país) seja bem representada no mundo e respeitada.

Quero que os quase 1000 anos de história de Portugal curvem os representantes dos nossos parceiros comunitários quando nos apresentamos.

Quero posicionar-me nos rankings comunitários médios.

Quero alguém de respeito que consiga fazer ouvir a nossa voz, fazer ver a nossa bandeira e ouvir o nosso hino.

Quero alguém que seja a voz da razão, do bom-senso, da tolerância, do diálogo, da concertação, da dignificação das instituições, da crença no nosso potencial.

Quero que os meus concidadãos voltem a acreditar na classe política e que a juventude crie apetência por ela.

Quero menos opolência, esbanjamento, mesquinhês, mediocridade, facilitismo, xicoespertismo.

Quero ver toda a gente a querer ir votar como nos primeiros actos eleitorais do pós 25 de Abril. Quero essa crença, essa ansiedade, essa felicidade.

Quero acreditar.

Quero Mário Alberto Nobre Soares.

quinta-feira, janeiro 19, 2006

Aposentação?



Custa a ler. MAs o que está escrito na parede branca dos sanitários da estação de caminho-de-ferro é retrete.

O homem que passa: será que vai a caminho dela? (em francês significa reforma, aposentação).

E a composição estacionada (que faz a ligação a Évora)? De tão velha, também vai para a reforma?

E será que estação, transeunte e automotora chegam a tempo de a obter ( a retrete)?

A língua portuguesa é muito traiçoeira. José Maria Barbosa du Bocage já o dizia.

E a língua dos políticos, também.

Será que vamos ter retrete para todos?

Ou será que só alguns vão ter o privilégio de se sentar nela?

terça-feira, janeiro 10, 2006

Símbolo ou esperança?

Já teve protagonismo. Uniu durante anos duas margens. Há muitos mais votada ao silêncio. À mercê da degradação e da ruína.

É um síbolo da arqueologia industrial e da engenharia. Da actividade económica e social caracterizadora de uma época da região.

Faz parte do Ramal de Moura dos serviços nacionais de transporte ferroviário, conjuntamente com outras mais pequenas que nunca chegaram a ser concluidas. Morreu antes de nascer.

Serpa e Moura são agora cidades. Discutível, mas são.

Tenho a esperança de que, com a entrada em actividade da valência civil do aeroporto de Beja - que arrastará consigo a electrificação da ferrovia até Beja e a chegada do serviço pendular - o ramal de Moura seja recuperado e activado.

Romantismo? Talvez. Mas esperança.

É preciso acreditar.

sábado, janeiro 07, 2006

Quando nos veremos livres deles?



Estas monumentais estruturas repetidas por pontos estratégicos da cidade existem há mais de uma década sem que ninguém saiba ao certo a sua origem, missão e objectivos.

Esta, por exemplo, está implantada em frente do front-office da PT, numa zona de grande tráfego de pessoas e automóveis.

Parece a estrutura de algo inacabado que serve para colar cartazes, vazadoro de lixo e sanitário de canídeos.

Alguém os apelidou de menires, sabe-se lá se por aqueles estarem associados à fertilidade e ao membro masculino.

Independentemente do que se lhes possa chamar, a realidade é que são inestéticos, não se revestem de utilidade pública e são um impecilho à circulação de pessoas, para além de dar uma péssima imagem da cidade a quem nos visita.

Devem ser demolidos.

quarta-feira, janeiro 04, 2006

Uma questão estratégica


As últimas notícias sobre o sector energético em Portugal acordaram o demónio da dependência do nosso país em relação ao exterior.
Não possuimos qualquer tipo de reserva fóssil que possa atender às necessidades energéticas nacionais. Fala-se de novo na possibilidade de extracção de gás-natural e crude nas proximidades da costa algarvia - ao que parece já com concessão atribuida - mas a nossa dependência do exterior é total, o que mostra bem a debilidade da garantia da soberania em caso de conflito na Europa ou fora dela.
A mera questão economicista relativamente ao mercado não pode substituir o pensamento estratégico relativamente ao encontro de alternativas, nomeadamente as renováveis e, dentro delas, a aposta no hidrgénio liquefeito, aproveitamento da energia eólica e fotovoltaica.
Estas são as não-poluentes e - como no caso do aproveitamento da energia hídrica - pouco agressivas para o ambiente.
Para além dos ataques às empresas portuguesas com domínio no sector - previsível quando transformadas em empresas privadas - o ambiente internacional nas zonas geográficas produtoras das energias fósseis ou estão em conflito bélico aberto, ou estão em conflito latente. Pela mesma força de razão, a produção energética tem de atravessar diferentes territórios continentais ou marítimos. Basta que um ponto de passagem do elo da cadeia rompa para que deixe de haver irrigação. E quando não há irrigação, o órgão acaba por falir.
É disto que se trata. Já que se aposta em I&D, então que se focalizem esforços na via das alternativas renováveis e o futuro já é passado quanto a esta matéria.
Em alternativa às novas metodologias nucleares - área sempre perigosa por muito segura que seja - a aposta está no hidrogénio liquefeito.
Acordemos para ela.