quinta-feira, setembro 30, 2004

Mudar

Não consigo encontrar uma resposta para a situação. Ela ultrapassa o razoável e colide com os modelos económicos urbanos espelhados nos manuais.
Beja é o concelho do país com o custo de vida mais elevado.
É o concelho do país com uma das mais baixas médias salariais.
É dos concelhos do país com mais carros topo-de-gama e novos por 100 habitantes.
É dos concelhos do país com mais coleta fiscal.
Todos os gabinetes de contabilidade se queixam que quase 25% dos seus clientes lhes são devedores. E que são devedores às Finanças e à Segurança Social.
Para uma população presente que variará entre os 35 000 e 0s 37 000 habitantes, Beja tem comércio e serviços em tal número que faz com que o mercado disponível em cada ramo seja residual.
Praticamente, a indústria é inexistente.
As iniciativas empreendedoras que surgem, destinam-se maioritariamente a solucionar problemas de desemprego dos próprios, insipientes muitas delas e sem potencial de desenvolvimento no futuro próximo ou médio.
Duas das grandes superfícies da cidade praticam os preços mais elevados comparativamente às suas congéneres no país. A razão apontada é que não têm volumes de vendas que atinjam os objectivos. Paradoxalmente são as que, de vez em quando, mais lucros obtêm.
Os estabelecimentos comerciais da cidade não são apelativos nem na qualidade e diversidade de bens, nem no preço, nem no atendimento. O mesmo se passa com os serviços.
Os terrenos, apartamentos e residências são dos mais caros do país.
O litro de gasolina sem chumbo 95 custa apenas €0,89 no Rosal de La Frontera.
A cidade de Beja, ao Domingo, é um completo deserto: sem pessoas, sem restaurantes, sem animação. Todos os comerciantes gostam de estar de fim-de-semana a partir de Sábado à tarde.
As freguesias e sedes de concelho limítrofes têm mais animação ao fim-de-semana do que a capital de distrito.
Os grupos de turistas que nos visitam quase não param. Ao Domingo, os núcleos históricos e museológicos, bem como a biblioteca, estão encerrados.
A Região de Turismo não mais recuperou o sistema de guia pessoal por transmissão electromagnética.
Os sinais exteriores de riqueza exibidos parecem não sintonizar com os rendimentos declarados.
Os poderes públicos instituídos andam anestesiados.
será que não somos capazes de mudar?

1 comentário:

  1. Acha que os blogs do Baixo Alentejo têm qualidade?

    Votação em
    http://blogsnossos.250free.com

    ResponderEliminar

Coloque aqui o seu comentário