Convido-vos a visitar a barragem do Rocho. Sairão de lá tão apreensivos quanto eu. O regolfo está por metade da capacidade. O Inverno está seco e os lençóis freáticos não regeneram caudais. Para além disso, as explorações agricolas estão a recorrer à rega intensiva para garantir produções e este aspecto também releva para a regeneração dos lençóis.
Sabendo nós que a cidade de Beja se abastece em mais de 80% da água do regolfo do Rocho, facilmente nos apercebemos que, se não chover durante os próximos 30 dias, chegaremos a meados da Primavera e não teremos água de rede.
Tudo porque não tem havido planeamento estratégico em matéria de recursos hídricos destinados ao consumo humano.
Tanto as autarquias beneficiárias do Rocho como a EDIA e os diferentes serviços municipais de água e saneamento, autoridades locais e regionais, hibernaram quanto a esta matéria. O tão desejado canal de ligação a Odivelas e a Alvito nunca mais avança e os benefícios do Grande Lago tardam em fazer-se sentir.
É preciso acordar. É preciso intervenção política e actos concretos demonstrativos da vontade de executar.
A política hoje já não se faz com balelas nem com nomeações a granel; faz-se com consciência, competência e sentido de serviço público.
Tantas oportunidades de financiamento existiram através dos diferentes fundos comunitários que não foram aproveitados até agora para este efeito. Perdem-se os decisores em rotundas, jardins, praças, estalinhos e foguetes e esquecem-se das grandes obras para o futuro e para as gerações vindoras.
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