segunda-feira, outubro 24, 2005

Capital intelectual

É a chave criadora de valor na chamada "nova economia"; da inovação. Decorre do capital humano, entendido como somatório de experiências e conhecimento dos colaboradores das organizações e relações com clientes.
As organizações necessitam de gerir o conhecimento que possuem, integrando a criação, captura, organização, acesso e utilização de toda a informação relacionada com a sua actividade e conhecendo pormenorizadamente as competências das pessoas que as integram.
O conhecimento é a capacidade que cada um de nós tem de utilizar a informação. Por sua vez, esta resulta da recolha, tratamento e registo de dados de forma estruturada.
O capital intlectual vai ser para Portugal - como já é para o resto do mundo - a força produtiva mais importante para o século XXI.
As organizações de maior dimensão já perceberam o fenómeno e estão a implementar projectos de gestão desse precioso activo intangível. É um processo que se aplica tanto ao sector público e empresarial do Estado, como às iniciativas privadas.
A Gestão do Capital intelectual propicia a criação de valor económico nas organizações.
Porém, as relações de poder alteram-se já que quem detém o conhecimento detém o poder, em termos latos. E são estas relações de poder que constrangem alguns decisores relativamente à aplicação daquele potencial gerador de valor. Como focalizar as decisões na sua utilização se isso pode colocar em causa o meu posto de comando, a minha notoriedade?
Eis que de novo surgem alguns dos princípos de Peter.

quinta-feira, outubro 20, 2005

Menos conversa


O assunto é demasiado sério para ser abordado, de quando em vez, de forma demasiadamente ligeira, ainda que se pretenda desdramatizar para não criar pânico desnecessário.
Porém, o mundo e o nosso país em particular, estão perante uma ameça pior que qualquer ataque terrorista.
Impõe-se trabalho e actos e menos conversa. É preciso actuar já, embora sem ruído.
E é preciso cuidado com as palavras vans. Hoje mesmo os media veicularam uma afirmação do Director-geral de Saúde - o bejense Francisco George - que me deixou preocupado: "...Portugal está hoje melhor preparado para enfrentar uma situação de pandemia do que no século passado..." (citei).
Eu sei que o século passado terminou apenas há 5 anos. Mas Francisco George referia-se a outras situações de natureza epidemiológica do passado.
E também sei que, apesar de limitados, sempre vamos evoluindo.
Portugal seria um desastre completo se esta evidência lapaliciana se não pudesse verificar.

quarta-feira, outubro 19, 2005

Inoperacionalidade


Os resultados autárquicos de 2005 no concelho de Beja quedaram-se por uma derrota para o Partido Socialista.
O apoio estrutural da Concelhia de Beja esteve muito longe do que era expectante.
Como já muita gente focou, não existem mais condições de permanência dos órgãos concelhios actuais (nem federativos), devendo o presidente apresentar a sua demissão.
Há, no entanto, quem defenda que esta demissão é inadequada no momento porque vamos entrar em actividades eleitorais presidenciais. Uma demissão causaria turbulências destabilizadoras e a antecipação de um processo eleitoral interno traria consequências nefastas.
Porém, Pinheiro Monge - o presidente da Concelhia de Beja do Partido Socialista - é apoiante de Manuel Alegre. Não sendo este o candidato oficial do Partido Socialista à Presidência da República, internamente não pode recorrer à logistica de apoio.
A manutenção de Pinheiro Monge à frente da Concelhia de Beja revela-se, então, estratégica para a candidatura de Manuel Alegre que, desta forma, indirectamente, pode usufruir de um aparelho - fraco, é verdade porque pouco operacional como se viu nas autárquicas - de que, oficialmente, não pode dispor.
Esta situação é absolutamente insustentável. Tendo em consideração a pessoa - que respeito e aprecio - lanço daqui, mais uma vez, o repto de que deve apresentar a renúncia ao mandato, como o deve fazer toda a equipa.
Os acontecimentos marcam acontecimentos. Não há nada de errado em assumir derrotas e convicções. Mas é preciso saber sair pela porta da frente. Se assim for, o retorno é sempre possível. Pelo contrário, se forem outros a emporrarem-nos para a porta, dificilmente voltaremos.

quinta-feira, outubro 13, 2005

O foco de todas as raivas


O desaire eleitoral autárquico do Partido Socialista - não em numero bruto de votos mas em número bruto de órgãos - fez estalar o verniz mal os militantes se refizeram do desgosto.
Embora as medidas impopulares do governo se revistam de coragem no sentido de refrear a má administração da coisa pública, dos sistemas de protecção social e o corporativismo - mais aceso do que antes do 25 de Abril - a verdade é que uma parte significativa dos eleitores não gostou do "pacote" de José Sócrates, por impetuoso, cego e nivelador por baixo. Isso fez-se reflectir ao nível local.
Para cúmulo - se não me falha a memória - em todos os concelhos em que houve participação de Sócrates na campanha, os candidatos perderam e, supostamente, em muitos deles, ganhariam.
Entre nós, veja-se o caso de Moura.
Mas não podem assacar-se todas as culpas a Sócrates.
Em Federações como a de Lisboa, já a luta se afigura áspera, a avaliar pelas declarações de António Raposo.
Na Federação de Beja, António Camilo não hesitou em recomendar a demissão de Luís Ameixa.
Na Concelhia de Beja, igualmente é sugerida a demissão de Manuel Monge, já se sabe, pelo menos pelo ex-director de campanha de Carlos Figueiredo.
Não tenho dúvidas que, face aos resultados obtidos, não há mais condições para que os líderes concelhios perdedores e o líder da Federação Regional do Baixo Alentejo se mantenham em funções. O mínimo que podem fazer, desde já, é apresentarem a sua demissão, saindo pela porta da frente e facilitar a reengenharia interna, evitando guerras desnecessárias e transmitindo para a opinião pública uma imagem positiva e pedagógica como deverá ser o símbolo de um partido com pergaminhos nessa matéria.

segunda-feira, outubro 10, 2005

O povo quis, o povo teve.

Poderemos divagar sobre os resultados, fazer análises e interpretar tecnicamente o voto. São actos correntes nestas circunstâncias. Mas há um elemento determinante: o povo decidiu, está decidido.
Onde o povo quis mudar, mudou; onde não quis, manteve.
Se não mudou é porque o "produto" oferecido em alternativa não convencia.
Se mudou é porque o "produto" alternativo lhe transmitia empatia.
Os vencedores regozijaram-se; os perdedores lamentaram-se.
Nem sempre o melhor "produto" é o mais "vendável" e o povo tende a "comprar" o mais "barato". O "poder de compra" é fraco.
Não pode vender-se um Ferrari onde só há dinheiro para comprar um Gogoomobil.
Também não pode querer-se que o povo seja masoquista; "espeta-se-lhe o aguilhão" e espera-se que sorria perante a rebaldaria dos corruptos, ladrões, caloteiros e demais "VIPS" da sociedade.
Mas também há paradoxos que julgávamos só serem enquadráveis na sociedade europeia do século XIX e que aconteceram em Portugal no século XXI. E aí o povo enforca mais depressa um inocente na praça pública do que os tribunais soltam um preso preventivo.
Por muito má que seja a justiça portuguesa, que sería dos justos se ela não existisse?

sexta-feira, outubro 07, 2005

Revendedor autorizado

De facto temos de respeitar os sentimentos e compreender as frustrações de cada um.
O problema surge quando os recalcamentos subsistem e os seus portadores não conseguem deles libertar-se.
Sentado na cátedra da administração da Parque de Feiras e Exposições de Beja, sempre vai dando umas alfinetadas no Presidente da Câmara Municipal de Alvito, supostamente em defesa da candidatura comunista que, ela própria, constitui pedra no sapato do eminente blogalvitranista.
Em boa verdade e analisando o conteúdo do Alvitrando, verifica-se que o revendedor autorizado do Partido Comunista está a fazer campanha por Mário Simões e não pelo seu correlegionário. Seguramente que se trata de um erro de estratégia porque eu nem quero acreditar que, sendo a vingança um prato que se serve frio, o bloguista vá ao ponto de apunhalar os seus pares.
Ele há razões que a razão desconhece!

Curto e grosso

Há algumas semanas - por volta do início da pré-campanha - o porta-voz de João Paulo Ramôa (eminente bloguista praçarepublicano), indignou-se pelo que escrevi àcerca do número de funcionários municipais face ao número de habitantes do concelho (ver artigo).
Da interpretação errónea das minhas palavras, sugeria que eu pretendia que, se o PS vencesse as eleições, fossem demitidos funcionários.
Bem, chegou o momento de esclarecermos quem quer demitir quem e não pelas minhas palavras mas sim pelas palavras directas de João Paulo Ramôa.
Ora leiam, se fazem favor:
-De manhã demitia todos os Chefes principais e intermédios. De tarde colocava em concurso esses lugares.
Podem confirmar a autenticidade das palavras transcritas na página http://pracadarepublica.weblog.com.pt/

quinta-feira, outubro 06, 2005

Escândalo!

As imagens reperesentam as maquetas do projecto inicial do Museu do Sítio, na rua do Sembrano, em Beja.
Melhor do que qualquer comentário, sugiro a leitura da página do autor do projecto que foi adulterado sob as ordens de Carreira Marques.

terça-feira, outubro 04, 2005

Não dá para acreditar

Numa das circunstâncias particularmente stressantes para o candidato do Partido Comunista à Câmara Municipal de Beja - a propósito das polémicas em torno do Beja Pólis - Francisco Santos deu a perceber que a principal virtude da intervenção feita na Praça da República foi acabar com uma obra do regime fascista.
Quando ouvi tal coisa fiquei perplexo.
Francisco Santos revelou-se um homem parado no tempo, ortodoxo, arrogante, pouco inteligente e frustrado.
Confundiu ditadura severa com fascismo.
Branqueou a mais polémica das obras do Pólis com a exteriorização de um recalcamento.
Digo-vos com propriedade que se tivesse havido fascismo em Portugal, nem ele nem eu estaríamos aqui.
Se a lógica de Francisco Santos vingasse, assistiríamos nos próximos 4 anos à demolição do Liceu de Beja, da Escola Comercial e Industrial, do Tribunal, da Caixa Geral de Depósitos, do Banco de Portugal, do complexo desportivo - que integra a piscina, o pavilhão gimno-desportivo, o parque de campismo e o campo Flávio dos Santos - os Paços do Concelho, o edifício dos correios e a Barragem do Rocho.
Para desgosto dos democratas, a II República gerada em 25 de Abril de 1974, não teve o ensejo de deixar em Beja, ao longo de 31 anos, obra suficiente para apagar o protagonismo das obras da ditadura.
Ora se Francisco Santos soubesse o que estava a dizer, não teria proferido tamanha enormidade. Tão grande ou maior do que aquela em que disse que as infra-estruturas desportivas da cidade de Beja estavam ao nível do melhor que há na Europa.
Decididamente, não conhece Beja e é masoquista: adora dar tiros nos pés.