Recordo-me do momento em que o Ministro da Defesa anunciou efusivamente que a reestrturação das Oficinas Gerais de Material Aeronáutico passaría pela instalação em Beja das OGMA II, tendo em consideração o espaço e as infraestruturas existentes na Base Aéria nº11.
Sabemos das dificuldades atravessadas por aquela empresa, dificuldades essas ligadas a dois aspectos relevantes: gestão deficiente e oscilações de mercado. Mas o momento é de grande expectativa, tendo em consideração as últimas encomendas obtidas em concurso; uma para a construção de aviões ligeiros civis monomotores (uma encomenda belga) e outra para a reparação dos C 130 da Força Aérea Francesa.
Outras poderão estar em marcha mas, com muita dificuldade, aquela unidade poderá dar-lhes resposta com os meios disponíveis.
Convém aqui dizer que as OGMA (empresa civil) funcionam com capital em conhecimento disponibilizado pela Força Aérea Portuguesa e até parte importante do hardware (instalações, máquinas e ferramentas) são sua propriedade.
Quando olhamos para as instalações de Beja - imponentes, construídas pelos alemães e a degradarem-se por nunca terem sido utilizadas - ficamos estupefactos de como é possível no nosso país aceitar-se uma tão grande falta de planeamento estratégico e laxismo, muitas vezes para proteger interesses instalados envoltos em núvens acinzentadas.
A instalação em Beja de uma nova unidade produtiva das OGMA na denominada "Fábrica" , acrescenta um novo elemento de atractividade ao projecto do Aeroporto de Beja, já que vai ser necessária a existência de uma unidade de manutenção de aeronaves e quem melhor do que aquela organização para satisfazer necessidades civis e militares na matéria.
Que melhor ponto de convergência pode existir entre a Aeronáutica Civil e a Força Aérea em Beja do que as OGMA II?
Tal como a EDAB, as OGMA marcaram passo relativamente à hipótese sem competidor de instalação de oficinas especializadas em Beja.
Não se sabe em que gaveta foi o projecto arrumado, porque foi arrumado e porque é que o ministro se calou acerca dele. Porém, não podem os bejenses calarem-se igualmente porque tais projectos são determinantes para o desenvolvimento sustentado da região e para o aumento demográfico da mesma. Acresce que o desenvolvimento sustentado que interessa à região é, exactamente, aquele que se alicerça na tecnologia de ponta que tem maior valor acrescentado e provoca a formação dos activos em capital humano de forma continuada.
Uma matéria interessante para ouvirmos o senhor Governador Civil de Beja pronunciar-se a propósito.
Conheço bem a Ogma.. pois um amigo meu trabalha lá.. e pelo que sei o trabalho é pouco e não se ganha mal:)
ResponderEliminarAbraço
Jangadas que inutilizas no medo,
A salvação o destino prescinde,
Lançado na água, esperando o torpedo
Ou a alma purificada que o alinde;
E entre personagens do teu robledo
Nenhuma encontras que teu escuro finde.
E enforcas Narciso, toda a auto-estima
Sobre o fado, se o hoje não anima.