segunda-feira, junho 28, 2004

Para 2000?

Gostaria de assistir a algumas melhorias na qualidade de vida urbana, porque a urbanidade se degrada com o desenvolvimento n?o sustentado.
A Cidade (Beja)está a crescer. Muito.
Mas começa a crescer mais depressa do que crescem os mecanismos de regulaç?o e controlo. E quando isso acontece, depressa se instala o vírus da insustentabilidade.
Evidentemente que me sinto satisfeito com o que a Cidade me oferece. Já o comentei anteriormente e mantenho.
No entanto, a ess?ncia humana é isto: querer sempre mais, porque há sempre mais para querer.
Mas existem pequenas coisas - e outras maiores - que representam muito para os munícipes e que estes observam e comentam na loja, no mercado, nas conversas de café, nas tertúlias.
E n?o serve de nada dizer que as iniciativas A ou B s?o um sucesso quando n?o o s?o, de facto. N?o é assim que se conquista a ades?o das pessoas.
Vou concretizar.
O novo sistema de trânsito, em minha opini?o, n?o é bom. Direi mesmo que deveria ser melhor, tendo em consideraç?o o que custou.
Entendo até que a única coisa que se ganhou foram mais alguns espaços de estacionamento que n?o s?o tantos como o que se diz. Pelo menos n?o os consigo ver em número.
Em contrapartida n?o se consegue circular, existem filas enormes ?s horas de ponta e o tráfego é ilógico nalguns locais.
N?o é por alterar a circulaç?o e colocar sinais que a fluidez melhora. É preciso avaliar as vantagens e inconvenientes a priori , fazer diagnóstico das situaç?es a posteriori e corrigir as disfunç?es permanentemente.
A circulaç?o automóvel é como a circulaç?o sanguínea; se existe mau colesterol a mais, o sangue deixa de passar com a fluidez necessária e os tecidos deixam de ser irrigados, podendo conduzir ? morte.
Os sistemas criados pelos humanos s?o exactamente assim, porque s?o criados ? sua imagem e semelhança; isto é, n?o s?o perfeitos.
O sistema de transportes colectivos também n?o está bem. Uma parte em consequ?ncia dos erros imputáveis ao sistema de trânsito, outra imputável ao operador.
Vejamos: levo 15 minutos a percorrer a pé, o trajecto de minha casa até ao serviço. Em contrapartida chego a estar mais de 20 minutos ? espera de autocarro, na paragem mais próxima e a consumir outros tantos para fazer o mesmo trajecto.
N?o existe horário de circulaç?o a cumprir.
As viaturas t?m uma taxa de ocupaç?o baixa.
Consequ?ncia: desisti.
E que dizer das rotundas cujo traçado está sistematicamente a ser corrigido porque, ora n?o passam veículos longos, ora porque o ângulo de viragem de outros, n?o permite o cumprimento desse mesmo traçado.
E dos rebatimentos dos passeios para facilitar a circulaç?o de pessoas com limitaç?es locomotoras que provocam quedas?
Alguns destes rebatimentos já foram corrigidos tr?s vezes. Da última vez os cantoneiros municipais trabalharam ao fim de semana (o que é uma medida muito acertada). Mas as melhorias n?o s?o nítidas.
Gostaria também de poder tomar banho com água quente, de manh? ?s hora de ponta do consumo de água.
N?o. N?o é por falta de gás nem por n?o ter pago a conta dos SMAS. É porque a rede de abastecimento n?o se adaptou ao crescimento urbano.
Existem muito mais consumidores e a rede n?o foi adaptada ao consumo. Quer dizer; n?o podemos fazer passar maiores caudais em colectores concebidos para metade.
O que acontece é que a press?o da rede baixa e baixando esta, o esquentador desliga porque foi concebido para alta press?o.
Mais uma vez n?o houve planeamento que conduzisse a uma reforma progressiva da rede. Também aqui faltou postura pró-activa. E agora, seguramente custará mais de um milh?o de contos, n?o falando dos impactes negativos que as obras acarretar?o.
Nestas quest?es de impactes negativos para os munícipes n?o quero deixar de comentar uma outra situaç?o: a do corte de vias principais, de grande movimento, para permitir iniciativas desportivas e outras.
Porque carga de água se corta sistematicamente a rua da piscina? E a nova Av. Salgueiro Maia?
Será que n?o existem outros espaços para fazer corridas de patins?
E para fazer corridas de automóveis?

Editado em 1999.12.30 para o programa "Factos e Opini?es" da Rádio Voz da Planície.

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