quarta-feira, novembro 08, 2006

Bailador



Francisco Santos - Presidente da Câmara Municipal de Beja - protagonizou durante algum tempo o "descontentamento do concelho" a propósito da "desactivação do Intercidades" prevista com a reentrada em funcionamento da linha Casa Branca / Évora (20 anos depois de ter sido encerrada).

Aqui mesmo tive oportunidade de mostrar o ridículo de tal idéia (ver histórico).

Conseguiu, inclusivamente, dar a entender à opinião pública que tinha sido ele e o Partido Comunista, os mentores do retrocesso da intenção da CP, agora chefiada pelo Engº. Cardoso dos Reis.

Na inauguração da linha de Évora, Francisco Santos faz comentários em directo para o canal 1 da RTP em que demonstra que não tinha feito o trabalho de casa. De facto, o edil bejense nem sabia quantos Intercidades passavam agora os bejenses a ter disponíveis durante o dia. Depois das manobras mediáticas operadas pela máquina comunista, de ter conseguido que os responsáveis da CP tivessem vindo propositadamente a Beja para esclarecer que as notícias eram infundadas e que tudo estava devidamente organizado com vantagens para Beja.

Mas a opinião pública foi inundada com informação tendenciosa, focalizando no protagonismo comunista demonstrando, mais uma vez, a ineficácia socialista nesta matéria.

Já agora, Beja passa a ter 10 (dez) ligações por dia em Intercidades. Cinco para cada lado. As 4 que já tem (duas para cada lado) mais as 6 de Évora (três para cada lado). E o preço caiu como já tinha sido previsto logo com a entrada em vigor dos novos horários para Beja, quando foi desclassificado o Intercidades da hora do almoço.

Falta agora Francisco Santos também vir dizer que foi ele que baixou o preço.

Siga o baile.

segunda-feira, outubro 30, 2006

Solução


Esta foi a solução que o edil máximo de uma cidade europeia que tinha adoptado os menires cilíndricos idênticos aos que temos em Beja para fins publicitários - colagem de cartazes de propaganda - encontrou para acabar com as críticas dos munícipes.
Em menos de um ápice a adesão ao projecto teve referências estatísticas nunca dantes atingidas.
De facto, são as pequenas idéias que resultam, amiudadamente, em grandes projectos.
Mais palavras para quê?

segunda-feira, setembro 18, 2006

É mesmo para andar


Recentemente veio transcrito nalguma comunicação social nacional que o projecto do Aeroporto de Beja iría parar por força da política de contenção do défice orçamental para 2006, nomeadamente no que diz respeito à não realização de um Orçamento Suplementar.
Como cidadão interessado procurei indagar da veracidade de tais afirmações e concluí não existirem quaisquer indícios de que tal possa vir a acontecer.
As previsões para o arranque das obras mantêm-se para final de Outubro ou princípio de Novembro. Significa que, relativamente a dinheiro, não acarrecta desajustamentos na medida em que a probabilidade de novas execuções orçamentais, para além das que já estão consumadas ou perspectivadas de consumação, é praticamente nula até ao final do ano.
Não há, então, perigo no horizonte para o arranque do projecto.
Este tipo de notícias - que se percebem dentro de detirminadas estreatégias políticas e económicas - têm a particularidade de amortecer as iniciativas empresariais que os investidores atentos projectam já com vista ao futuro próximo (lembremos que a exploração comercial do aeroporto está prevista para o 2º semestre de 2008). A criação de expectativas hexitantes desencoraja a assunção do risco.
Evidentemente que os consórcios perdedores do concurso, algum empresariado instalado e interesses de natureza política, consubstanciam um grupo de descontentamento resistente à mudança e, de facto, é de mudança que se trata.
A região não tem empresários com capacidade de afoitamento para iniciativas desta envergadura. Logo, virão de fora e trarão frescura de idéias, princípios e actuações que empurrarão para a Arquelogia os instalados que não se renovarem e adaptarem.
Também não temos o capital humano e intelectual necessário ao abastecimento de quadros das empresas que rapidamente se instalarão. Urge formar o que disponível e com aptidão básica temos e rapidamente. De contrário, virão de fora e em força, o que em boa verdade também é positivo. Refresca o genes.
Então, deixemo-nos de tretas, mexamos as canetas, e punhamo-nos nas lambretas que o melhor é o Aeroporto.
Convém, entretanto, lembrar o IEP e a REFER das suas co-responsabilidades; o primeiro, no tocante às execuções do IP8 e do IC 27; o segundo, relativamente à reabilitação da rede ferroviária.
Não queremos cá empatas.

quinta-feira, setembro 07, 2006

Não dá para acreditar



Veio à ribalta a notícia de que a CP se prepara para eliminar os quatro percursos diários (dois para cada lado) do combóio Intercidades entre Beja e Lisboa, substituindo-o por um outro intercidades que passará a circular no percurso mas com desvio para Évora, em Casa Branca, justificando o investimento com as obras que vão ser efectuadas na reconstrução da via, entre Casa Branca e Évora, há muito degradada e com pouca utilização.

Como se sabe, em Casa Branca, quem vem no IC, faz transbordo para uma velha automotora, desconfortável e completamente desadequada às exigências mínimas dos passageoiros de hoje, para seguir até Évora. Mas são muito poucos os passageiros. As alternativas são muitas, mais rápidas e mais baratas.

Imaginem agora o inverso: Beja, cidade aeroportuária, sem estradas boas e sem combóio rápido, ligando a Cidade à capital, a Sines, a Lisboa e a Évora, em via electrificada, servida por uma automotora reconstruída, gentilmente cedida pelo ramal da Lousã.

É para rir!

quarta-feira, setembro 06, 2006

Participado



Tem logótipo e tudo.

Só não ficamos a saber lá muito bem o que é que está na génese deste projecto do Dr. Francisco Santos: se é a aplicação de princípios fundamentais da participação democrática nos assuntos que dizem respeito aos munícipes (decorrente dos preceitos constitucionais e até do próprio Código do Procedimento Administrativo), se a adaptação do cognominado orçamento participativo, expressão que, claramente, não significa o mesmo em português do Brasil e em português autêntico.

Duas coisas já está a conseguir - chamar a atenção dos media e competir com a oposição na marcação da agenda política. É bem provável que seja apenas isto que o Sr. Presidente pretende.

Para nós, munícipes preocupados com a vida do concelho, seja lá porque carga de água for, convém estarmos atentos e participar para que não seja só a clientela comunista - que não faltará a nenhuma das sessões programadas - a traçar as linhas de rumo desta terra. Porque em boa verdade, queixamo-nos muito deles (comunistas) mas não conseguimos ainda gerar alternativa suficientemente credível e energia cinética bastante para lhes fazer marcação cerrada.

Precisamos de ser mais dedicados às causas comuns e mais interventores nos destinos municipais. Não o sendo, deixamos de ter autoridade para criticar seja aquilo que for.

quarta-feira, agosto 30, 2006

Limpeza

Mais uma época estival a chegar ao fim e o problema mantém-se: falha a limpeza urbana.
Não falha na sua globalidade, entenda-se; mas falha em demasia.
A falha mais notória é a da lavagem das ruas da cidade. Esta não é feita, pura e simplesmente. Como já citei noutras ocasiões, existem equipamentos mecanizados pesados aos quais, há anos, foram retirados acessórios de lavagem - supostamente por avaria e falta de suplentes - e nunca mais foram colocados. Esses acessórios permitem a lavagem automática e activa das ruas, utilizando água reciclada e aditivos de desinfecção. São sistemas utilizados em variadíssimas cidades do nosso país, em viaturas semelhantes às que a Câmara possui. O munícipe atento facilmente identifica os locais de aplicação dos acessórios e percebe que os hidráulicos de controlo estão bloqueados.
Paralelamente, encontramos os tradicionais cantoneiros de limpeza a trabalhar largas superfícies à mão, como no caso da imagem. Concelhos bem mais pequenos e com orçamentos bem mais magros já equiparam os seus profissionais com ferramentas mecânicas de aspiração que permitem uma eficiência muito maior e melhor desempenho. Paralelamente, sentindo as pessoas que se preocupam com elas dando-lhes condições para trabalhar melhor, o seu voluntarismo sobe e aumenta a produtividade.
Elementaríssimo para quem sabe gerir ou administrar.

quarta-feira, agosto 23, 2006

A buzword do momento



Num dos poucos momentos disponíveis para tomar conhecimento das notícias deperei-me com dois statements interessantes: os portugueses são os que mais trabalham na Europa; os portugueses são dos menos produtivos da Europa.

Parece uma incongruência mas não é. Somos dos que mais horas trabalham e dos que menos resultados do trabalho obtêm. Isto por duas ordens de razão: temos baixa qualificação escolar e baixa formação profissional - por um lado (problemas situados no trabalhador); sofremos de desempenho em mau ambiente de organização do trabalho (problemas situados na organização e respectiva tecnoestrutura) - por outro.

Quando a empresa tem colaboradores pouco qualificados (lacto sensu), é fácil imputar-lhes os ódios de todas as desventuras; quando os tem altamente qualificados, as chefias encaram-nos como ameaça porque não conseguem demonstrar que a culpa é deles.

Nas organizações cujo objectivo é o lucro, quando o cume estratégico e a tecnoestrutura são medíocres, quem paga é o consumidor: ferra-se-lhe no preço a pagar.

Mas há excepções.

Na nossa região, infelizmente, abundam estas últimas em coexistência com as não-lucrativas (leia-se sector público e empresarial do Estado).

Planeamento é para gestores; não é para bandeirantes.

quarta-feira, agosto 16, 2006

Rentrée


As férias têm destas coisas. A gente vai; a gente foge; a gente volta.
Vai, porque ... há que ir; foge ... porque achamos que podemos fugir; volta ... porque tem de vir.
Cada um faz férias como pode. Por vezes nem sabe como deve nem o que quer.
Não parece que haja dificuldades de natureza financeira; afinal, os centros tradicionais estão lotados e as reservas para programas lá fora têm grande procura. Por sinal, estes, se bem procurados nos sítios da internet, apresentam-se com preços irresistíveis.
Há saldos de viagens de avião, de alojamentos e de programas. Para todo o lado. Menos para Portugal.
Duarante a férias, muitos de nós sofrem metamorfoses. De tal ordem que quando regressamos há quem não nos reconheça. Por diversa ordem de razão, claro está.
Ausentamo-nos e dão pela nossa falta; quando estamos, ninguém dá pela nossa presença. Quando chegamos ... ena que bronze!... caramba, tanto tempo!... uuuaahhhuuu! que corpinho fresco!... a barriguita cresceu, hãi?... é pá, a saia encolheu! ... Jesus! Que belo parapeito!
Cada um utiliza o tempo e o dinheiro como pode para proceder a mudanças. Até de comportamento. Parece um autêntico carnaval.
Afinal, nas férias, todos tentamos fugir. Fugir da rotina, do standard, do corre-corre, do faz-sempre-o-mesmo, até de nós próprios.
Depois, voltamos. Com vontade de não ter voltado.
Voltamos a ver as mesmas coisas, a ter as mesmas frustrações, a aturar o estupor do patrão, do calhorda do chefe e a esfolarmo-nos por fazer o trabalho mal estruturado.
Voltamos a ver a cidade sem novidades, sem projecto e sem objectivos.
Voltamos à pasmaceira do dia-a-dia.
É assim todos os anos.

segunda-feira, julho 03, 2006

Ó Pacheco!

A Comissão Dinamizadora do Movimento BAAL 21 - reunido em 2006-06-29 na sede da AMBAAL - deliberou nomear Francisco do Ó Pacheco como porta-voz do Movimento.

No artigo anterior já tinha comentado a estratégia comunista em torno desta iniciativa (do maior interesse para a região).

É interessantíssimo estar atento e, de fora, perceber as manobras que o Partido Comunista elabora com vista a garantir o controlo das operações em torno da constituição de um movimento de cidadania que se presumia consubstanciador de todas as sensibilidades e simultâneamente independente.

O que é interessante é que as pessoas e as instituições convidadas e aderentes estão a permitir que tal aconteça, dando credibilidade às teses daqueles que alertaram para o perigo de controlo comunista de um potencial de influência política em torno de temas geradores de convergências opinativas.

João Rocha seria um rosto demasiadamente agressivo para a iniciativa, embora gostasse. Tentou, não conseguiu. Em alternativa, avançou Francisco Santos - mais aberto e tolerante, ainda mal aglutinado pelo sistema mas também ele demasiadamente comprometido para gerar consensos. Fracassou.

Eis que surge a solução!

Perfeitamente identificado com o regime local, com pergaminhos que não o deixam ficar mal na senda estalinista, garantindo a fidelidade à causa, é a figura-de-mão, no momento, disponível e mais adequada.

Espanta-me que toda a gente presente (ou pelo menos a maioria) tenha alinhado nisto.

Evidentemente que o PC de Beja tem elementos imprescindíveis a esta causa. Mas não são, seguramente, os que citei. Além disso, é condenação a priori ao insucesso da iniciativa permitir a coordenação do movimento por um não-notável independente.

Venham Mais

As últimas semanas trouxeram particular animação à cidade de Beja por motivos estratégicos para Portugal.
Por um lado, a potencial instalação da BIR - Brigada de Intervenção Rápida), composta por pelos diferentes ramos das FAP - no Regimento de Infantaria 3; por outro, as tradicionais comemorações do Dia da Unidade da BA 11, fizeram movimentar recursos importantes.
Efectivamente, Beja possui as melhores (e únicas) unidades militares a Sul do teritório continental. Paralelamente, a nossa região permite espaços e enquadramentos geográficos e climáticos que criam ambientes propícios ao treino militar muito próximo do real.
Estamos hoje a falar de militares profissionais, já que o SMO foi abolido. E para que não restassem dúvidas, as Forças Armadas Portuguesas, em jeito de despedida e gradecimento à população da cidade que acolheu as operações, fizeram desfilar em parada qualquer coisa como cerca de 1500 homens e mulheres.
Igualmente a Força Aérea Portuguesa mostrou mais uma vez à população da cidade e àqueles que a visitam, os recursos que possui e as suas actividades.
Toda esta logística tem repercussões na economia local; agita o mercado, forçando-o a adaptar-se e a equilibrar-se.
Está então demonstrado que possuímos requisitos mínimos necessários e suficientes para acolher iniciativas de grande envergadura que não podem ser concretizáveis noutros locais do território.
Falta-nos a capacidade promocional interna e externa e agilidade aos nossos agentes económicos.

terça-feira, junho 20, 2006

Quantos são?


Ao longo de mais de três décadas de democracia, muitos têm sido os baixo-alentejanos que se têm deixado seduzir pela atractividade de outras regiões, sobretudo pelas oportunidades oferecidas a pessoas qualificadas e capazes de desempenhos só apreciados por não invejosos.
Os resistentes com potencial começam a ser poucos. A massa crítica residual aproxima-se do limiar da mediocridade. Os poderes de influência diminuem e a classe política, por si só, não tem mais capacidade influenciadora.
Évora tornou-se hegemónica; perigosamente. Mesmo em alternância de poder conseguiu, com muito poucos protagonistas, influenciar a seu favor os poderes instituídos e os resultados estão à vista: é uma cidade com estatuto, tem potencial e massa crítica, é atractiva, aumenta física e demograficamente.
Dos três distritos alentejanos, Beja é o maior, o mais desertificado, o mais pobre e com uma capital que, comparativamente às outras duas, mais parece uma aldeia-de-risco-ao-meio.
Nunca conseguiu que as suas elites se agrupassem para reivindicar benefícios colectivos. Sempre olhou para o seu umbigo como se o universo gravitasse à sua volta. Pelo contrário, ao longo da história, as elites empresariais eborenses sempre souberam tirar partido de uma certa consciência colectiva, ainda que conservadora, mas muito adaptativa às circunstâncias.
Geraram naipes de elementos que, consoante a cor do poder, lá estão a marcar presença e influenciar em benefício do distrito, do concelho e da cidade.
Beja teve no Clube Bejense, uma ténue e envergonhada associação de elites que nunca resultou. Apenas como feira de vaidades.
Hoje assiste-se, pela segunda vez, à tentativa de criação de um lobby para exercer pressão sobre o poder central no sentido de viabilizar rapidamente soluções facilitadoras do desenvolvimento sustentado. E pela segunda vez uma tendência tenta, à partida, ganhar a corrida da liderança.
Da primeira vez - ainda com Guterres no governo e igualmente no NERBE - foi o PSD e José Raúl dos Santos que a gitaram a bandeira; agora foi o Partido Comunista com Francisco Santos a dar a cara encobrindo o ambicioso João Rocha e alguns acólitos da AMDB.
Todos têm uma vontade grande de se organizar e há gente muito boa em todas as áreas e capazes de vestir a camisola da região; mas há sempre uns espertos que entendem que os outros são parvos. E matam à nascensa o embrião do futuro sorridente.

sábado, junho 03, 2006

Alerta!



Agentes de marketing agressivo alegadamente contratados por este grupo organizacional do mercado do turismo, estão a operar em Beja, há cerca de 1 ano, em momentos estratégicos - como início da Primavera, aproximação do recebimento do subsídio de férias e subsídio de Natal - a partir do Hotel Francis, contactando residentes previamente seleccionados, sob a argumentação de que têm um prémio à disposição para ser levantado, resultante da participação de um concurso que nunca existiu mas que as pessoas mais incautas acabam por admitir que possam ter participado (por exemplo, sempre colocam numa qualquer tômbola, uma ficha de participação num qualquer concurso de supermercado).

O prémio consiste, normalmente, num voucher para 2 pessoas, 4 dias, em instalações turísticas do Algarve.

As conversas telefónicas de abordagem são feitas por pessoas bem treinadas, homens e mulheres, portugueses e brasileiros, e utilizam estratégias de convencimento e transferência de níveis, muitíssimo bem escalonadas. Verdadeiros profissionais de telemarqueting e de manipulação comportamental.

Mas para levantar o prémio, a vítima tem de estar disponível para ir, numa determinada hora, com uma determinada pessoa e sozinho, a uma entrevista no hotel Francis, em Beja (podia ser outro qualquer). E se disser, por exemplo, que oferece o prémio a uma instituição, dizem-lhe que não pode ser porque é pessoal e intransmissível.

Para que serve a entrevista?

Em primeiro lugar, para obter mais dados pessoais não susceptíveis de ser utilizados sem o consentimento do titular (estatuto profissional, rendimento, agregado familiar, hábitos de consumo e férias) e para proceder a uma longa conversa tática de convencimento na aquisição de outros serviços que, normalmente, são invisíveis de alto preço e valor acrescentado, sem suporte em activo subjacente como se passa com a bolsa de mercado de derivados, exactamente por se tratarem de produtos de natureza financeira não autorizados.

É "time-sharing"puro, esse produto de tão negativa notoriedade que não pode ser falado directamente devido aos escândalos de que já foi protagonista em Portugal.

Evidentemente que ninguém dá nada a ninguém e a ida à entrtevista serve para, ao fim de uma estratégia de cansaço e esgotamento da paciência que pode levar uma hora, propor à vítima a subscrição de um contrato caro que a deixa endividada ou diminuida de valores que podem atingir os € 15000,00.

Se a vítima potencial não cumprir com a promessa de estar presente no dia e hora para a entrevista, nunca mais a largam com telefonemas, chegando ao desplante de pedir satisfações pela atitude da falta e pressionando para que não desligue o telefone.

Alerta, portanto.

Este caso está já comunicado à DECO para que possa desencadear um processo de averiguações que protejam os consumidores de eventuais comportamentos enganosos que possam estar, alegadamente, a ser praticados por agentes que se dizem a operar em nome da organização referenciada.

domingo, maio 28, 2006

Vale a pena



Eis o resultado de uma publicação neste blog, a propósito da inexistência de sanitários para canídeos em locais estratégicos, à semelhamça do que se faz noutras cidades médias do interior (pretenciosismo o meu de chamar a Beja cidade média).

É exactamente o formato que eu propus.

Este é o primeiro a ser instalado em Beja, no Parque da Cidade.

Na ausência de sanitários para pessoas, espero que os humanos dele se não apoderem. Não seria uma imagem agradável a dos respectivos donos e donas de perna alçada.

sexta-feira, maio 12, 2006

Números políticos ou política dos números

À semelhança do que se passa com o todo nacional, também a nossa região começa a ser alvo da luta política em torno das Grandes Opções do Plano que sustentam o orçamento de Estado.
Em política, sempre que pode haver polémica, as oposições mandam para a linha da frente a "prima Georgina"(aquela senhora da rábula da Minha Ida à Guerra do Raúl Solnado que gostava muito de dizer coisas) para provocar as primeiras agitações e arrecadar o ónus dos ódios, deixando terreno mais limpo à passagem dos pavões.
Por seu turno, a situação - normalmente reactiva e raramente pró-activa - manda os seus líderes locais atenuar as polémicas, de imediato, sem que os porta-vozes tenham tempo de se documentar e os resultados são, às vezes, piores do que se estivessem calados. É que na dúvida, absolve-se o réu.
Já todos percebemos que a situação orçamental do país, não sendo dramática, é muito grave. Estamos comprometidos com as regras da União Europeia (e ainda bem). Duarante anos a fio e em sucessivos governos do PS e do PSD, pouco se fez para combater o desperdício, o corporativismo, a impunidade, a corrupção, a incompetência e o clientelismo.
O que nos está a acontecer já aconteceu há dez anos aos espanhóis (desemprego, desaceleramento da economia, crise de valores, défice de auto-estima). Hoje estão 20 anos à nossa frente.
Com a ajuda das boas-vontades europeias, alguma inteligência de governantes e parceiros privados, conseguimos atenuar as entropias que ninguém teve coragem até agora de debelar, por se deixarem pressionar pelos interesses corporativos.
E quais são os mais corporativos?
O ensino, a justiça, a saúde e a política.
Para almejarmos uma Nação Valente, precisamos de uma política reformista, pelo menos até final de 2007.
Por isso - e voltando à nossa região - temos de abandonar momentaneamente algumas paixões para cairmos na realidade, se queremos que os projectos infraestruturantes avancem:
-Não posso ter escolas superiores públicas sem alunos
-Não posso ter professores com horário zero
-Não posso ter juízes com 27 anos de idade, sem experiência de vida e inseguros
-Não posso ter serviços de saúde esbanjadores
-Não posso ter pessoas profissionalmente desmotivadas
-Não posso ter políticos que não enxergam um presunto no meio de chouriços.
Porque se "não há dinheiro, não pode haver palhaços".

terça-feira, maio 09, 2006

Vozes

A comunicação regional local veiculou durante o dia de hoje (Terça-feira, 9 de Maio) uma notícia com origem no presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Beja -Rodeia Machado (ex-deputado comunista pelo Distrito de Beja) - em que o Hospital de Beja estaria alegadamente a cometer irregularidades relativamente ao transporte de doentes em viaturas sem alvará. Em concreto, requisitaria táxis para transportar doentes.
Como cidadão preocupado com matérias sensíveis - caso da saúde - quis tirar a limpo, em concreto, o que se passava.
Foi difícil obter informações seguras e verdadeiras, na medida em que se trata de material informativo restrito e não sou jornalista. Espanta-me como é que Rodeia Machado as obteve. Porém, a sua fonte de informação, para além de não ser credível, deturpou-a.
Vejamos:
1. Existem 2 tipos de situações classificáveis para pessoas necessitadas de transporte, no âmbito dos cuidados de saúde - os utentes e os doentes.
2. O técnico de saúde (médico) é responsável pela classificação.
3. Se classificado como utente, o cidadão alvo de um qualquer acto médico que necessite de ser deslocado para atendimento em local ou unidade afastada e não tenha acesso a transporte privado ou público, é transportado em qualquer viatura que não AMT (ambulância de transporte) ou AMS (ambulância de socorro), requisitado pelo SNS. Normalmente, táxi.
4. Se classificado como doente, de acordo com a gravidade, será transportado em AMT ou AMS.
Em causa está um utente do SNS - anteriormente submetido a intervenção cirúrgica - com necessidade de exames especiais auxiliares de diagnóstico. Objectivamente, o clínico responsável prescreveu uma tomografia axial computorizada por positrões.
A única unidade existente está instalada no Hospital Infanta Cristina, em Badajós.
Como se trata de um utente (classificado como tal pelo clínico), foi requisitado um táxi para transporte.
Convém esclarecer que aquele hospital - da tutela dos serviços regionais espanhóis de saúde - tem um protocolo com a ARS do Alentejo, no âmbito do programa INTERREG III-A, em que os serviços alentejanos de saúde são parceiros, tendo direito a trezentas e poucas tomografias por ano e comparticipação para o transporte de utentes e/ou doentes.
Covém esclarecer ainda que as ambulâncias (sejam AMT ou AMS) só podem atravessar a fronteira em situações especiais e devidamente autorizadas. Logo, mais burocracia e mais despesa.
Uma saída de uma ambulância custa, em média, no total, cerca de €200,00. Um táxi custa substancialmente menos.
E é aqui que bate o ponto.
O que não é dito pelo Sr. Rodeia Machado é que o problema dos "seus bombeiros" (e eventualmente de outros que se regem por compassos idênticos) é um problema de mercado; isto é, de concorrência. Por vezes até desleal. E se formos profundos na investigação, descobriremos aqui ou ali actos de verdadeira cartelização económica.
Dá muito mais jeito transportar um utente com o dedo mínimo fracturado na falange, de ambulância porque rende à corporação. Porém, enquanto a dita ambulância vem de Mértola a Beja transportar o utente com a fractura da falange, está um enfartado à espera dela.
Os recursos são escassos e, por isso, mandam as regras da boa gestão que sejam administrados com rigor e bom-senso.
Logo, é bom que utentes sejam sempre transportados de táxi, os doentes ligeiros, de AMT e os doentes necessitados de socorro, de AMS.
AMT e AMS têm alvará para transporte de doentes e os táxis, alvará para transporte de passageiros.
A demagogia não serve nem os bombeiros nem as populações.

quinta-feira, abril 27, 2006

Oportunidade


A propósito da última manifestação da Associação de Utentes do Ramal de Moura, relativamente à sua utilização, considero que se trata de um problema de oportunidade economica.
Em boa verdade, não é possível, neste momento, afirmar que o bilhete de comboio no ramal será mais barato do que o de autocarro. É uma afirmação desprovida de fundamento sustentado nas ciências exactas. Que é mais rápido, mais preciso em horários e mais seguro, isso sim.
Sabemos também que este ramal, enquanto andou a ser construído e ampliado, acabou por não ver colocadas algumas das pontes necessárias à sua passagem. Mais tarde, por razões económicas (benefícios demasiadamente baixos para os custos de exploração), acabou por ser encerrado.
Com a construção do aeroporto de Beja, com toda a propriedade poderei afirmar que não restará outra alternativa ao Estado, à REFER e aos operadores de transportes ferroviários (CP e outros já existentes ou a instituir) que não seja a de, rapidamente e em primeiro lugar, electrificar a linha até Beja e prepará-la para o Alfa Pendular. Depois fazer os melhoramentos da ligação à linha do Algarve.
O Ramal de Moura voltará a funcionar como linha suburbana. Porém, duvido que com a exploração da CP. Terá de aparecer um operador privado ou independente para que tal aconteça. A REFER poderá apenas assumir a reconstrução da via se verificar a sustentabilidade do investimento, até porque vai ser preciso muito dinheiro.
Já agora devo esclarecer que sou um apoiante incondicional da ferrovia e defendi individualmente a rentabilidade turística do Ramal de Moura junto de amigos que já estiveram à frente da REFER e que subscrevem a minha teoria.

Coragem


Admiro a coragem do Engº. João Paulo Ramôa. Reporto-me aos seus comentários sobre alegadas irregularidades eleitorais protagonizadas pelo presidente da concelhia de Ourique, José Raúl dos Santos e do alegado envolvimento de uma instituição privada de solidariedade social da mesma vila em que aquele político é responsável.
A política tem de ser progressivamente melhor e mais transparente.
A promiscuidade entre organizações e partidos políticos deve ser paulatinamente diminuida, de forma geométrica; isto é o mais aceleradadamente possível.
O futuro de Portugal passa pela qualidade das pessoas e dos partidos - como todas as outras organizações - são constituidos por pessoas. Aqueles que tiverem os melhores quadros, serão os que apresentarão melhores resultados e vice-versa.
O caciquismo e o caceteirismo fazem cada vez mais parte do passado. Há uma nova geração que, embora já pertencesse aos respectivos partidos, está a emergir na cena política por não se conformar com a mediocridade e o clientelismo (para não lhe chamar outra coisa). Por seu turno, os que se perpetuaram nas lideranças pelo simples facto de que no passado andaram a colar cartazes ou porque já exercem lugares há muito tempo e por isso se consideram insubstituíveis, porque em regra são empregados políticos - fora da actividade partidária não têm ocupação - começam a ver periclitar as suas posições e, por vezes, excedem-se nas tentativas de manipulação.
Vão sair de cena muito chamuscados.

quinta-feira, abril 20, 2006

Ameaças e oportunidades



Tudo aponta para que a economia nacional cresça menos do que o previsto durante os próximos anos (2007 e 2008).

O PIB deverá crescer a uma taxa anual de 1,5% e a estagnação da economia deverá manter o défice das contas públicas acima dos 3%, com uma dívida da ordem dos 9,5% do PIB.

O Estado e os portugueses devem dinheiro a mais e isso resulta num problema em matéria de risco para os emprestadores mundiais que fazem repercutir esse risco nas taxas de juro. Esta variável combinada com a subida do preço dos combustíveis, faz disparar a inflacção que está nos 3,2%.

Entretanto, o défice da balança comercial agrava-se. Na verdade compramos muito mais do que vendemos e, mais uma vez, a dependência energética é um dos principais factores de degradação desta balança.

Como se sabe, o barril de brent foi negociado em Londres, em mercado de futuros, a $72 o barril, sinal evidente de que uma nova crise petrolífera se poderá instalar.

Para Teixeira dos Santos - ministro das finanças - há nítida necessidade de diversificação da oferta de fontes de energias alternativas ao petróleo e de diminuição significativa do consumo por parte dos portugueses, nomeadamente na gasolina e no gasóleo.

Para a nossa região, esta posição do ministro tem interesse já que são conhecidos projectos e intenções de instalação de centros de produção de energia fotovoltaica combinada com a produção de hidrogénio liquefeito, bem como de gasóleo sintético e metano, aproveitando a decomposição dos resíduos orgânicos depositados nos aterros sanitários.

Excelente oportunidade de desenvolvimento sustentado regional com base na inovação.

quinta-feira, abril 13, 2006

Quando a sede desperta

A questão da água e da respectiva qualidade tem vindo a tornar-se cada vez mais candente para os munícipes bejenses. Na realidade é uma questão vital, pelo que não admira que o cidadão comum procure razões para a falta de planeamento do futuro nesta matéria.
Como decerto repararam, na última factura dos SMAS Beja vinha anexado um documento com a análise da qualidade da água, com os parâmetros obrigatórios. Um deles é escandalosamente negativo e está relacionado com aquilo que se pode chamar de matérias em suspensão na água que bebemos.
Todos nós reparamos que os nossos lavatórios em casa ficam cheios de depósitos negros, que a água tem cheiro e paladar estranhos. Tudo isto deriva daquele parâmetro altamente negativo.
A grande massa de água de consumo urbano potável vem da captação existente na barragem do Roxo. Esta barragem é a 2ª do país que, neste momento, tem menos água. Se tem pouca água, a taxa de concentração de materiais orgânicos e outros é muito mais elevada e exige correcções químicas cada vez mais dispendiosas. Por outro lado, provavelmente, a ETA que a trata já não terá condições técnicas para correcções em extremo.
Impõe-se, por isso, com urgência, que seja planeada a construção rápida de uma nova mãe-de-água para abastecimento do concelho e que junto da EDIA e seja despoletada uma parceria para a captação na barragem do Pedrógão (menos distante), talvez por Baleizão.
Ainda que muito explorada (lembremos do caso Álamos e dos outros que estão para ser feitos), a albufeira de Pedrógão tem uma extenção de 24 Kms, enche facilmente, reabastece Alqueva por bombagem de retorno e tem níveis de qualidade (oscilantes é verdade) muito interessantes, o que torna o tratamento da água mais barato.
O concelho, entretanto, sobretudo na cidade, tem de programar a renovação da rede que está velha de mais de 50 anos.

segunda-feira, abril 03, 2006

Positivo



Finalmente!

A Praça da República vai ser reordenada, ao que parece, já este mês. A discussão pública do plano de alterações está iniciado e os munícipes atentos e interessados não devem deixar de apreciar o documento e, eventualmente, apresentar contributos.

A ligação à página oficial da Câmara Muniocipal de Beja que disponibilizo pode ajudar (clicar com o cursos sobre o título).

O plano adoptado - e ratificado pelo Conselho Municipal de Trânsito - é o plano apresentado por Carlos Figueiredo durante a campanha eleitoral e faz parte do respectivo manifesto. Significa que o executivo camarário considerou-o um bom plano, com uma boa solução.

A atitude é, por isso, positiva.

Duas razões para tal:

1. O facto de ser uma idéia da oposição, não inibiu o executivo comunista de o adoptar;

2. O CMT pronunciou-se favoravelmente à sua concretização.

As boas idéias e as boas soluções devem sempre prevalecer, independentemente de quem as formula.

Todavia, não deve deixar de referenciar a origem. É - no mínimo - elegante.

sábado, março 25, 2006

+10%


Não há como dar-lhe a volta.
A administração da EMAS de Beja não se aproxima da excelência. Tem problemas de gestão e não consegue resolver a questão do saldo deficitário de tesouraria, tendo em conta o diferencial entre a água que bomba e trata e a que factura. Haverá furos de diversos tipos e por todo o lado.
Está dependente da Associação de Regantes do Roxo e diz que eles é que têm a culpa porque cobram o metro cúbico a € 0,06, exorbitante tendo em conta os preços praticados por outras entidades noutras zonas do país.
Evidentemente que a culpa não é apenas da ARPR; é também do cliente (EMAS). Está em condições de planear a contratualização de novos pontos de abastecimento em condições bem mais competitivas e não consegue as sinergias e o planeamento estratégico adequados. Aliás, já o devería ter feito há anos.
Face às circunstâncias, na impossibilidade de satisfazer as necessidades dos clientes e de obter receitas mais confortáveis, pede ao executivo camarário para aumentar os preços e aquele concede para proteger os seus correlegionários.
E sobem os preços bem mais acima da inflacção esperada. 10%!
O cliente não tem alternativa. Daí o cartoon que inseri neste artigo.
Embora digam que sim, a água não tem qualidade. Tem cheiro, transporta químicos de tratamento em excesso que causam alergias na pele durante o banho e muita matéria orgânica. O paladar é desagradável.
Mas não podemos mudar de fornecedor. Estamos condenados a ter apenas este.
Em monopólio é assim: o fornecedor é quem dita as regras do jogo.
Então, como não há dinheiro nem condições para gerir o serviço com maior eficácia e ficiência, carrega-se no munícipe.
É bem mais simples e permite uma margem folgada para repensar o que é necessário fazer.
Vai passar a entrar mais dinheiro. Isso é que interessa.

segunda-feira, março 13, 2006

O Sol ataca...



...Cai a placa!

Já não bastava o facto de raros serem os sinais com o registo municipal colocado no verso, dando-lhes a devida legalidade. Sempre que o Sol desponta com mais intensidade, aí está: muitos deles acabam no chão.

É que são colados com uma fita à estrutura que os fixa ao poste. A fita derrete a cola com o calor e... zás.

Interessante este princípio: as barras de fixação são aparafusadas ao poste; os sinais são colados às barras de fixação.

Engenheiros...

quarta-feira, março 01, 2006

Idéias e desasfios


Por duas vezes me referi aqui à questão de saúde pública que representa a proliferação de canídeos de companhia na nossa cidade.
Constata-se que a capacidade de aprendizagem comportamental é bem mais rápida naqueles simpáticos quadrúpedes do que nos seus donos. Estes nunca mais aprendem boas-maneiras para que os seus "pet" não andem a encher de "prendas" as ruas e locais aprasíveis de recreio.
A imagem representa uma idéia interessante que a autarquia de uma cidade de interior como a nossa implementou: simples, utilizando materiais maioritariamente disponíveis em qualquer estaleiro municipal, tendo como inovação, o descartador de saquinhos de plástico para os donos recolherem (espera-se) e depositarem as benditas "prendas" em local adequado.
Os canídeos depressa aprendem, ajudados pelo seu instinto. Os seus donos é que demoram mais tempo. Se cospem, atiram beatas e papéis para o chão, só não fazem o que os seus cãesinhos fazem porque dá muito nas vistas.

quinta-feira, fevereiro 23, 2006

Uns têm; outros ... não



No sistema de estradas do Baixo-Alentejo, não consegui encontrar uma única referência indiciadora da possibilidade - ainda que remota - de identificação de um posicionamento territorial de abastecimento em baixa de recursos estratégicos.
Encontrei-o apenas neste local.
A probabilidade de obtermos algo idêntico é muito reduzida, tendo em conta a morosidade de que se está a revestir a construção do nosso tão desejado IP8.
Em boa verdade, o problema da nossa região já está há muito identificado como sendo de natureza estruturalmente agricola: excesso de nabos, combinado com a falta de tomates.
Eis a verdadeira razão da nossa subalternidade endémica e reducionista face ao Alto-Alentejo.

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

Um perigo


Esta imagem reproduz uma propriedade municipal, numa localidade próxima da cidade de Beja - Porto Peles - e constitui, supostamente, uma "ETAR" (estação de tratamento de águas residuais).
Há anos que não está identificada, como é norma.
Há anos que tem a vedação completamente destruída.
O aramado só existe, tenuamente, entre uma ou outra trave de madeira e completamente solto. De que serve o portão de acesso (em ferro e com suportes em alvenaria) se o espaço está devassado?
Este tipo de instalações, obrigatoriamente, tem de possuir vedação adequada, impeditiva do acesso a pessoas, sobretudo crianças. A localidade não terá muitas mas as poucas que existam estarão muito mais seguras se a vedação existir.
Espera-se da autarquia uma rápida resolução deste problema de segurança pública.

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

Curiosidades


O anúncio não tem nada a ver com o texo.
O texto não tem nada a ver com o anúncio.
Mas o tempo que medeia um e outro, de tão longo parece curto.
E quem o escreveu teve importância histórica e deixou o nome marcado indelevelmente.
Para aqueles que praticam o sobranceirismo, aqui fica o lembrete:
Cópia autêntica da carta existente na Biblioteca Nacional de Lisboa dirigida por Pina Manique, Corregedor de Santarém (e futuro Intendente de Polícia do Marquês de Pombal), ao Duque de Cadaval, Corregedor-Mor da Justiça do Reino.
"Exmo. Sr. Duque de Cadaval:
Se meu nascimento, embora humilde, mas tão digno e honrado como o da mais alta nobreza, me coloca em circunstância de V. Excia. me tratar por TU, - Caguei para mim que nada valho. Se o alto cargo que exerço, de Corregedor da Justiça do Reino em Santarém, permite a V. Excia., Corregedor Mor da Justiça do Reino, tratar-me acintosamente por TU, - Caguei para o cargo. Mas, se nem uma nem outra coisa consentem semelhante linguagem, peço a V. Excia. que me informe com brevidade sobre estas particularidades, pois quero saber ao certo se devo ou não Cagar para V. Excia".
Santarém, 22 de Outubro de 1795. PINA MANIQUE Corregedor de Santarém

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Potencial



Já teve a oportunidade de visitar a barragem do Pedrógão?

Não? Está à espera de quê?

O espelho de água prolonga-se por cerca de 24 Kms., com um enquadramento paisagístico soberbo, adaptado a todo o tipo de actividades de lazer, desporto e recreio.

Para além da produção de energia eléctrica, esta barragem é um aproveitamento da água que sai da barragem de Alqueva, regula o leito do Gadiana a montante e a jusante, e modifica economica e socialmente a sua área de influência.

A freguesia do Pedrógão já está a transformar-se. A construção civil avança na expectativa de novos negócios emergentes da barragem.

É expectável que surjam infraestruturas de suporte a práticas turísticas de qualidade, dirigidas para públicos-alvo particulares que desejam disfrutar de locais paradisíacos, onde a beleza natural, o silêncio, a serenidade e a natureza se combinam.

Cabe aos empreendedores tomar as iniciativas e à Região de Turismo, desenvolver actividades de promoção.

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

Um golpe de mestre




Quando a notícia surgiu, as bolsas nacionais estavam encerradas.
Mas sempre há uns privilegiados que têm acesso a informação relevante antes de todos os outros. É a vantagem competitiva.
Seria interessante investigar quantos ganharam dinheiro em 24 horas à custa da OPA "hostil" da SONAE à PT.
Como se sabe ( não é preciso ser economista; basta ler jornais) - mal se divulga que A quer comprar B, sendo que A tem credibilidade económica e é concorrente de B - outro de grande prestígio - é porque B é valioso e terá um valor superior ao contábil. Depois sempre existe a estratégia de ataque ao mercado com uma de duas opções: ou junto-me a B ou compro B. Ou então, pura e simplesmente, vejo o furo e quero ganhar dinheiro com a agressividade concorrencial, fazendo bluff.
A reacção é de procura instantânea de títulos de B. Ordem: Comprar!
E o resultado foi a subida em mais de 2 euros por acção.
No dia seguinte - e porque a OPA se afigura como montanha a parir rato - a ordem dos privilegiados que tiveram acesso à informação foi: Vender!
E ganharam uma pipa de massa!
E deixaram a PT e os accionistas menos atentos entalados!
E a populaça nacional a vê-los passar!
Se você e eu tivéssemos acesso na hora à informação privilegiada e bastante dinheiro disponível para investir - digamos uns € 250 000 - teríamos ganho, em 24 horas, uns € 73 300!
Isto é que é produtividade!

terça-feira, janeiro 31, 2006

Preocupante

Quando ouvi a notícia hoje, às 8.30h da manhã, fiquei surpreendido.
Luís Serrano, actual presidente do NERBE, queixando-se da falta de candidaturas para os órgãos sociais desta importante associação empresarial!
E quando Luís Serrano falou, mais perplexo fiquei. Disse que se candidatava para não se verificar um vazio.
Vejamos: há - por um lado - um divórcio dos associados relativamente à Organização; e - por outro - um quase que sentimento de frete de quem está no poder.
O NERBE / AEBAL não é propriamente uma organização baiúca-de-vão-de-escada. Tem património importante e serviços significativos para os associados. E um papel (pouco explorado a meu ver) de dinamização do empresariado baixo-alentejano e até de estímulo e apoio à instalação de novos empresários.
Duas perguntas pertinentes se colocam: 1ª. Porque é que os associados estão divorciados do NERBE? 2ª. Porque é que os actuais dirigentes sentem a sua recandidatura como um tem-de-ser-porque-não-há-mais-ninguém?
A nossa região tem boas e grandes empresas que, quase de certeza, são associadas do NERBE. Tem outras - privadas e públicas - que deviam ser associadas. O próprio NERBE é sócio de uma empresa de potencial estratégico para a região - a EDAB. Como pode não haver ninguém com credibilidade que não queira concorrer para a liderança desta Organização? Que sentimento é este em que os parceiros mais interessados se alheiam dos destinos económicos e sociais mais relevantes?
Mas algo mais se passará porque os dirigentes da Instituição associativa parecem não estar muito contentes e até espelham aborrecimento por terem de, por obrigação, se recandidatarem.
Bem, neste momento já nada pode ser feito; as candidaturas terminam às 18.00h. Pode ser que alguém acorde para esta realidade preponderante e se atreva, pelo menos, a disputar saudavelmente a liderança da Associação, trazendo valor acrescentado, projectos e idéias inovadoras.
Vejam bem o que é que os governantes vão pensar de nós. Seguramente isto: "olha, os tipos nem querem saber do NERBE e querem IP8, Porto de Sines, Aeroporto e Electrificação do comboio! Vai lá, vai!"

segunda-feira, janeiro 30, 2006

Imagens que perduram


Tenho a certeza absoluta que já vi este cenário numa qualquer rua de Beja!
Não me recordo é onde.

domingo, janeiro 29, 2006

Deslumbrante

Um cenário lindíssimo.
As opiniões divergem quanto a épocas. Há que procurar nos registos para termos certezas.
Porém, parece que desde 1964 que não nevava em Beja. Em Lisboa, há 50 anos.
Na margem esquerda, em Serpa, por exemplo, recordo-me eu: dava aulas na Secundária (1990).
Mas é uma caso excepcional. Conjugou-se uma depressão com frente fria e precipitação que acabou em flocos. Nada que possa dar-nos esperança de que o avanço do deserto para Norte se não verificará.
Ainda não tivemos precipitação suficiente para repor os lençóis freáticos. E a neve só é boa em matéria de azotagem dos solos.
Seja como for, todos sentimos uma certa vontade de brincar e viver a brancura dos flocos que caiam do céu.
Um pouco o regresso à meninice.
Pena que o Natal já tivesse passado. Dar-lhe-ía mais expressão.
Mas durou pouco. Se calhar, ainda bem. Não estamos preparados para estas temperaturas e surgiríam problemas com ruturas de canalizações, excesso de consumo de energia eléctrica, falta de equipamentos de limpeza, etc..

domingo, janeiro 22, 2006

Está decidido!



O Povo decidiu, está decidido.

A partir de amanhã começa um novo ciclo presidencial Com Aníbal Cavaco Silva, succedendo a Jorge Sampaio.

Um estilo diferente, mais tecnocrata e neo-liberal.

Os próximos 5 anos vão determinar circunstâncias diferentes ao nível da mais alta magistratura da Nação.

Finalmente, Aníbal Cavaco Silva consegue o que há anos ambicionava. Evidentemente com mérito próprio, mas também com demérito dos outros, sobretudo para o Partido Socialista.

É agora necessário interpretar desapaixonadamente os resultados. Todavia, não me parece que possa haver qualquer perigo institucional, sobretudo com o cenário que se verifica com a distribuição de forças na Assembleia da República.

Pela primeira vez desde o 25 de Abril, a direita tem um representante eleito como supremo magistrado da Nação. Porém não consegue o trio: uma maioria, um governo, um presidente.

Vamos esperar para ver se o novo formato vem trazer valor acrescentado ao desempenho político e mais qualidade de vida para os portugueses.

sexta-feira, janeiro 20, 2006



Bem, agora temos de mostrar nas urnas o que não queremos. Mas também o que queremos.

Eu não quero nem pensar que tenha de suportar, durante 5 anos, a rigidez matricial, o corporativismo, o arrogante poder financeiro, a direita frustrada.

Não quero nem pensar que tenha de me imaginar menos inteligente, mais equivocado, menos certo, menos apto.

E também não quero o neo-liberalismo, despido dos valores da solidariedade social, da coexistência democrática, da transparência de processos, da igualdade de oportunidades e mesmo da doutrina social da igreja (ainda que seja agnóstico).

Não quero para o meu país a arrogância dos novos ricos, dos ociosos que entendem que os pobres são lixo humano e que se redimem do pecado da ganância batendo com a mão no peito e fazendo voluntariadozinho porque os xás de caridade cairam em desgraça.

Não quero a destruição da classe média que sustenta o Orçamento de Estado.

Mas quero um padrão de vida equilibrado que permita que os casais possam ter filhos e educá-los convenientemente.

Quero segurança quando deixar de ser activo para o trabalho e serviços de saúde eficazes e eficientes quando deles necessitar.

Quero que a minha Pátria (conceito bem mais abrangente do que país) seja bem representada no mundo e respeitada.

Quero que os quase 1000 anos de história de Portugal curvem os representantes dos nossos parceiros comunitários quando nos apresentamos.

Quero posicionar-me nos rankings comunitários médios.

Quero alguém de respeito que consiga fazer ouvir a nossa voz, fazer ver a nossa bandeira e ouvir o nosso hino.

Quero alguém que seja a voz da razão, do bom-senso, da tolerância, do diálogo, da concertação, da dignificação das instituições, da crença no nosso potencial.

Quero que os meus concidadãos voltem a acreditar na classe política e que a juventude crie apetência por ela.

Quero menos opolência, esbanjamento, mesquinhês, mediocridade, facilitismo, xicoespertismo.

Quero ver toda a gente a querer ir votar como nos primeiros actos eleitorais do pós 25 de Abril. Quero essa crença, essa ansiedade, essa felicidade.

Quero acreditar.

Quero Mário Alberto Nobre Soares.

quinta-feira, janeiro 19, 2006

Aposentação?



Custa a ler. MAs o que está escrito na parede branca dos sanitários da estação de caminho-de-ferro é retrete.

O homem que passa: será que vai a caminho dela? (em francês significa reforma, aposentação).

E a composição estacionada (que faz a ligação a Évora)? De tão velha, também vai para a reforma?

E será que estação, transeunte e automotora chegam a tempo de a obter ( a retrete)?

A língua portuguesa é muito traiçoeira. José Maria Barbosa du Bocage já o dizia.

E a língua dos políticos, também.

Será que vamos ter retrete para todos?

Ou será que só alguns vão ter o privilégio de se sentar nela?

terça-feira, janeiro 10, 2006

Símbolo ou esperança?

Já teve protagonismo. Uniu durante anos duas margens. Há muitos mais votada ao silêncio. À mercê da degradação e da ruína.

É um síbolo da arqueologia industrial e da engenharia. Da actividade económica e social caracterizadora de uma época da região.

Faz parte do Ramal de Moura dos serviços nacionais de transporte ferroviário, conjuntamente com outras mais pequenas que nunca chegaram a ser concluidas. Morreu antes de nascer.

Serpa e Moura são agora cidades. Discutível, mas são.

Tenho a esperança de que, com a entrada em actividade da valência civil do aeroporto de Beja - que arrastará consigo a electrificação da ferrovia até Beja e a chegada do serviço pendular - o ramal de Moura seja recuperado e activado.

Romantismo? Talvez. Mas esperança.

É preciso acreditar.

sábado, janeiro 07, 2006

Quando nos veremos livres deles?



Estas monumentais estruturas repetidas por pontos estratégicos da cidade existem há mais de uma década sem que ninguém saiba ao certo a sua origem, missão e objectivos.

Esta, por exemplo, está implantada em frente do front-office da PT, numa zona de grande tráfego de pessoas e automóveis.

Parece a estrutura de algo inacabado que serve para colar cartazes, vazadoro de lixo e sanitário de canídeos.

Alguém os apelidou de menires, sabe-se lá se por aqueles estarem associados à fertilidade e ao membro masculino.

Independentemente do que se lhes possa chamar, a realidade é que são inestéticos, não se revestem de utilidade pública e são um impecilho à circulação de pessoas, para além de dar uma péssima imagem da cidade a quem nos visita.

Devem ser demolidos.

quarta-feira, janeiro 04, 2006

Uma questão estratégica


As últimas notícias sobre o sector energético em Portugal acordaram o demónio da dependência do nosso país em relação ao exterior.
Não possuimos qualquer tipo de reserva fóssil que possa atender às necessidades energéticas nacionais. Fala-se de novo na possibilidade de extracção de gás-natural e crude nas proximidades da costa algarvia - ao que parece já com concessão atribuida - mas a nossa dependência do exterior é total, o que mostra bem a debilidade da garantia da soberania em caso de conflito na Europa ou fora dela.
A mera questão economicista relativamente ao mercado não pode substituir o pensamento estratégico relativamente ao encontro de alternativas, nomeadamente as renováveis e, dentro delas, a aposta no hidrgénio liquefeito, aproveitamento da energia eólica e fotovoltaica.
Estas são as não-poluentes e - como no caso do aproveitamento da energia hídrica - pouco agressivas para o ambiente.
Para além dos ataques às empresas portuguesas com domínio no sector - previsível quando transformadas em empresas privadas - o ambiente internacional nas zonas geográficas produtoras das energias fósseis ou estão em conflito bélico aberto, ou estão em conflito latente. Pela mesma força de razão, a produção energética tem de atravessar diferentes territórios continentais ou marítimos. Basta que um ponto de passagem do elo da cadeia rompa para que deixe de haver irrigação. E quando não há irrigação, o órgão acaba por falir.
É disto que se trata. Já que se aposta em I&D, então que se focalizem esforços na via das alternativas renováveis e o futuro já é passado quanto a esta matéria.
Em alternativa às novas metodologias nucleares - área sempre perigosa por muito segura que seja - a aposta está no hidrogénio liquefeito.
Acordemos para ela.